terça-feira, 27 de dezembro de 2016

CARRIE FISHER ( 1956 - 2016)



Hoje se foi uma das pessoas que tornaram minha infância mais feliz e minha adolescência menos triste.

Que a Força esteja com ela.












BLADE RUNNER 2049 - Trailer


Impossível que a sequência chegue ao mesmo nível do original, mas nada impede que seja um grande filme por seus próprios méritos. O diretor Dennis Villeneuve já mostrou que é capaz.


SER GORDO É BONITO? - Ensaio

Arte do artista colombiano Fernando Botero.


Muito se tem falado sobre a autoestima de pessoas com excesso de peso, sobre se acharem bonitas, se aceitarem como são e que as pessoas as aceitem assim.

Mas os argumentos de que pessoas gordas podem ser felizes, que não se importam com a opinião dos outros, que são contra a ditadura dos padrões de beleza contemporâneos podem ser muito bacanas em termos de politicamente correto, mas falham miseravelmente quando confrontados com a evolução humana ou a medicina moderna. Leia aqui sobre os sinais que indicam se você está sofrendo com isso.

Em termos evolutivos, não existiam pessoas com excesso de peso antes de nossa civilização se tornar sedentária. Ter que fugir de animais selvagens e enfrentar ou escapar de outras tribos hostis eram ações que exigiam um corpo em forma. Pessoas com excesso de peso ficavam para trás e eram presas fáceis. Já na era moderna, se sabe que apenas 10 kgs acima do peso basta para aumentar a probabilidade de algumas doenças. E para quem está com 20 kgs acima do peso, qualquer médico que se preocupe com seu paciente recomenda o início imediato de dietas e exercícios. E se a pessoa estiver com 30 kgs ou mais, ela provavelmente já desenvolveu uma ou mais doenças relativas ao peso. Leia aqui as diversas doenças e problemas que o excesso de peso pode ocasionar.



A imagem é um deboche, mas em qualquer situação de perigo real onde correr rápido faça a diferença entre viver e morrer, o excesso de peso pode lhe custar a vida.


Algumas pessoas sofrem de problemas hereditários que realmente pode deixá-las com excesso de peso, mas essa é uma porcentagem muito pequena da população. A maioria das pessoas gordas é simplesmente gorda porquê come demais. Algumas apenas porque gostam de comer e não sabem quando parar, outras, com problemas emocionais ou neuroses, buscam compensar suas carências e inseguranças com a comida. Assim como um alcoólatra faz com a bebida. Esses casos são mais complicados, mas ao se buscar ajuda psicológica, um processo de cura se inicia.

Então, diante da realidade, todos os argumentos de que ser gordo é bacana, legal ou aceitável, não encontram aceitação na medicina ou na própria história da humanidade. Se antigamente se faziam estátuas para pessoas gordas ou se achava pessoas acima do peso um belo padrão de beleza, era porque as  pessoas passavam muita fome e ter gordura no corpo significava que a pessoa tinha o que comer e talvez fosse realmente mais saudável naquela época até um certo ponto, porque quem não tinha o que comer costumava também adoecer e ficar anêmico.


 A maioria das pessoas tem dificuldade de se controlar diante da fartura de comida.
Comece a se impor limites nas refeições, especialmente em buffets, pizzarias e churrascarias. 


Isso de forma alguma quer dizer que pessoas com excesso de peso possam ser discriminadas de qualquer forma, mas tampouco se deve achar que essa é uma condição normal e aceitável do corpo humano, porquê não é. Mamíferos que precisam acumular gordura no corpo são apenas aqueles que vivem em condições extremas de frio. E todo mundo que possui um cão ou gato gordo em casa, sabe o quão limitado o animal fica para fazer suas atividades normais e costuma levar advertências do veterinário sobre o estado do bichinho.

O excesso de adolescentes com excesso de peso tem se tornado um problema de saúde no Brasil e isso, além dos problemas óbvios, também prejudica em muito sua autoestima em um período em que a sexualidade aflora e muitos deles se veem rejeitados pelo excesso de peso que seus pais foram relapsos em ensinar, cuidar e tratar.

Seria muito bom que a sociedade humana visse as pessoas pela caráter delas e não pela aparência, mas a humanidade age através de instintos e todo macho e fêmea procura parceiros sexualmente atraentes.
Como a humanidade hoje tem uma grande diversidade de pessoas, também existem àqueles que realmente se sentem atraídos por pessoas com excesso de peso, mas são uma minoria. O fato é que pessoas gordas, por mais inteligentes ou bacanas que sejam, quase sempre são preteridas no emprego e em relacionamentos, sem falar nas inúmeras dificuldades corporais do dia-a-dia. Uma pessoa gorda que precisa ser levada para um hospital ou atendida em um, demanda muito mais trabalho e dificuldades do que uma pessoa com um peso dentro da média. Tudo é mais complicado.





Agora a pergunta: vale a pena ser assim pelo prazer da comida? Algumas pessoas dirão que sim e será verdade, outras mentirão para si mesmas dizendo que está tudo bem quando na verdade gostariam de ter corpos melhores e mais oportunidades de emprego, de relacionamentos e até mesmo de lazer. A questão é, se você não tem um problema genético ou incapacitante que te impede de perder peso, porquê permanecer desse jeito? Procure descobrir as causas emocionais ou psicológicas que te levaram a ficar assim; consulte um terapeuta, um médico. No caso das mulheres, ninguém precisa ter corpo de modelo. Até porque a maioria delas não tem corpos normais, passam fome e algumas até parecem doentes. O correto é buscar manter um corpo em que você se sinta livre, confortável e com saúde. E poucas pessoas atingem isso com excesso de peso.

LEGIÃO - Nova série da Marvel


Criado para os quadrinhos por Chris Claremont e Bill Sienkiewicz, a nova série da Marvel se passa dentro do universo mutante da editora e segundo fontes, terá conexão com a franquia cinematográfica, mesmo essa ainda pertencendo a Fox.




sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A MÚMIA - Trailer


Executivos da Universal discutindo sobre seu blockbuster para 2017.

- Ok, people, vamos fazer um novo filme da Múmia, mas agora ela terá os poderes de uma deusa capaz de acabar com a raça humana. Vamos colocar ela contra os Vingadores!
- Não dá, os Vingadores é da Marvel.
- Já sei, a Múmia contra os X-Men!
- Também não pode, é da Fox.
- Shit! Então coloca ela contra o Esquadrão Suicida!
- Warner. E o Esquadrão Suicida é uma bosta.
-  O que é que a gente tem, então?
- Tom Cruise.
- ...




COSPLAY - New York Comic Con


Os melhores cosplayers da New York Comic Con!

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ANTES DE WATCHMEN - MINUTEMEN (Before Watchmen - Minutemen, EUA, 2012)

Arte de Darwyn Cooke.


Before Watchmen - Minutemen é parte de uma coleção de 9 volumes lançada pela DC COMICS para dar sequência à obra-prima Watchmen  contando a história pregressa de todos os heróis da saga de Moore e Gibbons. 

O Autor



Darwyn Cooke foi o autor escolhido para este álbum em particular especialmente por causa de seu trabalho com Era de Ouro da DC Comics em DC: A Nova Fronteira. Seu traço cartunesco, que lembra muito a animação Batman de Bruce Timm, traz tanto uma carga de nostalgia quanto inovação.



Sinopse

Hollis Mason, o Coruja  original, relembra suas aventuras com os Minutemen nos anos 40 ao mesmo tempo em que enfrenta dificuldades para publicar sua polêmica autobiografia nos anos 60.

A obra

Bem, custei para começar a ler esta série de volumes da DC que muitos criticaram como sendo caça-níquel (mas não são todas as publicações caça-níqueis?) e desrespeitosa à obra original. Bem, puristas de plantão sempre existirão e sempre é bom lembrar que a publicação de uma continuação de sua obra favorita não significa que a original será incinerada e ninguém mais terá acesso à ela. Uma obra não inviabiliza a existência de outra. Nem George Lucas conseguiu realizar esse feito, por mais que ele tentasse. Alan Moore também se meteu na polêmica e até mesmo disse que seus fãs que lessem Antes de Watchmen poderiam esquecê-lo. Bom, acho que agora acabaram-se minhas chances de ser amigo de Moore...


A bela sequência inicial em planos widescreen.


Começando pelas capas, a DC chamou praticamente todos os seus colaboradores para fazerem excelentes capas alternativas, resultando numa galeria ao longo dos 9 volumes que por si só daria uma publicação completa.  Não duvide se lançarem uma edição um dia desses.

Voltando aos Minutemen, tudo o que se leu em Sob o Capuz, livro fictício cujas páginas abrilhantavam ainda mais Watchmen, foi adaptado  por Cooke. A grande sacada de Cooke, nesse caso, foi mostrar que na verdade, Mason deixou muitos fatos sinistros de fora, tecendo aí uma crítica a suposta inocência tanto da Era de Ouro quanto à sociedade americana da época. Nesse ponto, seu traço estilizado e quase infantil é um ótimo contraponto à brutalidade apresentada.

O melhor deste volume é podermos conhecer melhor personagens como Silhouette, Capitão Metrópolis, Traça, Justiça Encapuzada e claro, o próprio Coruja. Outros heróis também aparecem, mas tem uma participação menor na trama que envolve tráfico de crianças e pedofilia. Seguindo os passos de Moore nesse sentido, Cooke confronta heróis fantasiados com o sórdido mundo real de monstros vestindo terno.


Silhouette tem o arco mais sombrio e adulto da trama.


Até o momento já li 5 volumes e este é o melhor deles em termos de conteúdo e novidades. Os outros 4, Espectral, Comediante, Coruja e Ozymandias variam entre o entedidante e o bacaninha, mas nenhum realmente empolgante. Espero que o de Manhattan, meu personagem favorito, seja bom.
Ou estou esperando demais?


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

MONICA BELLUCCI - Galeria



Monica Anna Maria Bellucci nasceu em 30 de setembro de 1964, em Umbria, Itália. Sua intenção era se tornar advogada, mas para pagar seus estudos começou a fazer trabalhos como modelo e acabou seguindo essa carreira. Em 1988 se mudou para Milão, um dos centros da moda européia e entrou para a famosa agência Elite. Apesar de estar aproveitando seu sucesso como modelo, ele decidiu tentar a carreira de atriz e estreou na TV em 1990 e a seguir em Drácula de Bram Stoker (1992), como uma das noivas vampiras de Gary Oldman.  Mas foi sua atuação em O Apartamento (1996) que a lançou ao estrelato após ser indicada ao prêmio César na França. Com isso, Bellucci, uma das atrizes mais belas das últimas décadas,  se tornou mais uma a provar que modelos também podem ser ótimas atrizes.

Recomendo também os seguintes filmes: Malena, Irreversível e Lágrimas do Sol












Clique para ampliar.



terça-feira, 27 de setembro de 2016

NEIL GAIMAN - Entrevista

 O Senhor das Palavras.

Neil Gaiman é um cara que dispensa apresentações para quem curte quadrinhos maduros e literatura fantástica.

Então, para vocês, fãs de Gaiman que querem conhecer ele um pouco melhor e saber o que ele pensa sobre literatura, quadrinhos e outros assuntos, selecionei perguntas de entrevistas diferentes (para não ter problemas com direitos autorais) e após cada resposta eu linkei o original onde quem lê inglês pode ler a entrevista completa.

Com a palavra, Neil Gaiman:

O que você gostava de ler quando era criança?

Qualquer coisa. Eu era um leitor. Meus pais costumavam me revistar antes de reuniões de família. Antes de casamentos, velórios, bar mitzvahs e o que fosse. Porque se não o fizessem, o livro estaria escondido dentro de um bolso ou outro lugar e assim que eu tivesse a oportunidade eu acharia um canto para ler o livro. Era assim que eu era... era isso o que eu fazia. Eu era o menino com o livro. Agora, tendo dito isso, minha tendência era gravitar ao redor de qualquer coisa fantástica, fosse Ficção Científica, fosse Fantasia, fosse Horror, fossem histórias de fantasmas ou qualquer coisa dentro desse território. Mas eu era, definitivamente, o tipo de criança que lia de tudo. O legal de estudar em uma escola na Inglaterra naquela época é que as escolas eram realmente muito velhas. E elas sendo bem velhas isso significava bibliotecas construídas nos anos 1920. Aquela foi a última época em que saíam em expedições de compras de grandes livros. E mais algumas surgiram nos anos 1930. Eu tive a oportunidade de ler esses autores quase esquecidos. Eu sentava e devorava as obras completas de Edgar Wallace ou G.K Chesterton. Na verdade, eu me lembro de ver pela primeira vez os dois primeiros volumes de O Senhor do Anéis em dois capas dura bem detonados. A Irmandade Do Anel e As Duas Torres. Era o que tinha na biblioteca, e eu os li e reli várias vezes, imaginando como aquilo acabaria. E quando eu tinha doze anos eu ganhei o prêmio de Inglês da escola e eles disseram: “O que você gostaria de ganhar como prêmio? Você ganha um livro.” Eu disse: “Por favor, posso ganhar o Retorno do Rei para saber o que acontece?” 

Leia a entrevista completa aqui.


Os Pérpetuos no tradicional almoço de domingo. ;-)


Sobre criar uma família disfuncional para Sandman e seus irmãos (conhecidos como Perpétuos).

Muito disso se deve a quando eu comecei a escrever Sandman. Foi em 1987 que eu comecei. Eu estava pensando que não existiam quadrinhos por aí com famílias – e eu amo a dinâmica familiar. Eu adoro a forma como as famílias funcionam ou não funcionam, adoro como se comportam, adoro como elas interagem e isso me pareceu que seria algo muito divertido para colocar na obra.

Quando eu vim para a América para sessões de autógrafos, as pessoas me diziam: “Nós adoramos os Perpétuos; nós adoramos Sandman e sua família, eles são uma família disfuncional maravilhosa.”
Não era uma expressão que eu não tivesse escutado antes, mas eu perguntei: “Um momento, me explique, o que é uma família disfuncional?” E as pessoas me explicariam, e depois de algum tempo eu me dei conta de que o que os americanos chamam de “família disfuncional” é o que na Inglaterra nós chamamos “família”. Eu nunca topei com uma dessas famílias funcionais.

Leia a entrevista completa aqui.


Dizem que a inveja é um pecado mortal...

Descreva um dia de trabalho. Como você escreve?

Se estou escrevendo um livro, eu provavalmente acordo pela manhã, confiro e-mails, talvez meu blog, resolvo emergências e então me dedico a escrever das 13:00h às 18:00h. E vou escrever longe, a uma distância segura do computador. Se eu não estiver escrevendo um livro, não tenho programação, e roteiros e introduções e o que for podem ser escritos a qualquer hora e em qualquer coisa.

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Página do livro de scketches de Neil Gaiman.


Em Credo (Em que eu acredito), que abre a primeira seção do livro, você escreve: “Eu acredito que eu tenho o direito de pensar e falar coisas erradas.” Você acha que na sociedade de hoje – particulamente por causa das redes sociais e do ciclo de notícias 24 horas – que não deixamos as pessoas estarem erradas o suficiente?

O que eu tenho a tendência de ver acontecendo é mais e mais pessoas se refugiando em suas bolhas. As pessoas estão assustadas de fazerem a coisa errada ou de serem xingadas e por isso formam vilarejos onde todos concordam uns com os outros e então eles podem ir até o outro vilarejo e atacar as outras pessoas que moram lá apenas pela diversão, mas não existe qualquer intercâmbio de ideias.
Eu acho que temos que encorajar a ideia de que nos é permitido pensar coisas. Eu pensei muitas coisas idiotas ao longo dos anos, e eu posso te dizer que não existe nada idiota demais que eu tenha pensado que alguém tenha me feito mudar de ideia porque me xingou ou me ameaçou de morte. Por outro lado, ter ótimas conversas com bons amigos, provavelmente bebendo, definitivamente mudou minha linha de raciocínio e me fez pensar que poderia melhorar. Nos é permitido melhorar, mas nós temos que deixar que as pessoas melhorem. 

Leia a entrevista completa aqui.



Gaiman no set da série Deuses Americanos.


Parece que você está, lentamente, se tornando um escritor de prosa. Você tem planos de voltar aos quadrinhos?

Bem, não estou escrevendo muito quadrinhos nesse momento. Suponho que eu me tornei bom escrevendo quadrinhos. Eu aprendi minha arte. Por 8 ou 9 anos eu fui realmente um roteirista de quadrinhos. E eu fiquei muito bom nisso. Por outro lado, quando estava escrevendo Sandman, tinha outras coisas que eu queria fazer, a maioria das quais eu não podia naquela época. Bons Augúrios, que eu co-escrevi com Terry Pratchett, foi escrito em 1989, quando eu levava duas semanas para escrever uma edição de Sandman. Então eu tinha bastante tempo livre, certo? E eu queria escrever mais prosa – eu queria fazer televisão e cinema e eu queria escrever uma peça – mas eu não tinha tempo sobrando. A maior parte do que venho fazendo desde que finalizei Sandman são coisa que eu não podia naquela época, como colocar Neverwhere como uma séria na BBC, o que eu aprendi muito, ou meu episódio de Babylon 5, que me mostrou que eu poderia conseguir de verdade fazer algo parecido com o que eu gostaria de ver na TV. E essas são coisas que eu ainda não sou – pelo menos na minha opinião – muito bom em escrever. Eu ainda não escrevi um livro que eu ficasse completamente satisfeito. Stardust foi o mais próximo que eu cheguei disso. Eu estava muito mais satisfeito com ele do que com Neverwhere, como qual eu não estava super feliz. Foi um bom começo. Eu espero que no próximo, eu acerte a mão. Eu quero fazer outra série de TV agora, porque acho que aprendi o suficiente para fazer uma com a qual fique contente. Fazer um filme. Foi bom fazer o roteiro da Princesa Mononoke. É muito diferente de escrever quadrinhos. São mídias diferentes, quadrinhos sendo uma coleção de imagens estáticas, eu acho, tem muito mais em como com a prosa do que com um filme. Criam-se efeitos muito mais próximos da prosa. Com filmes, a coisa está se movendo o tempo todo. Personagens  estaco fazendo coisas o tempo todo, falando de verdade. Você tem que ser menos obsessivo com sua criança. Você não pode ter algo que você acha que é perfeito, absolutamente o que você quer: você tem que saber que não, é apenas um diagrama. Eu apenas quero criar coisas, na verdade. Toda a minha vida, eu achei que estava escapando de algo porque eu estava inventando coisas e descrevendo elas no papel. E que um dia alguém bateria na porta, e um homem com um prancheta estaria na soleira e diria: “Aqui diz que você apenas andou inventando coisas por todos esses anos. Agora está na hora de sair daí e ir trabalhando no banco.”
Porque minha avó ou quem quer que fosse sempre me avisava, como eles avisam as crianças: “Não invente coisas! Você sabe o que acontece com meninos que inventam coisas!” Mas eles nunca te contam o que acontece. Mas o que posso dizer até agora, que o que aconteceu envolveu poder ficar muito em casa, algumas viagens internacionais, ficar em hotéis bacanas e conhecer muita gente legal que quer que você autografe coisas para elas. É isso.     

Leia a entrevista completa aqui.

A biblioteca particular de Neil Gaiman.


Nuno, membro do Goodreads (site equivalente ao Skoob) pergunta: “Como fã de FC e Fantasia, eu sou frequentemente confrontado por pessoas que desprezam esses gêneros como sendo escapismo – e nada mais. Mas eu sempre gostei que Ursula K. Le Guin disse que o propósito da FC é ‘descrever a realidade, o mundo atual.’ Qual, você diria, é o propósito da Fantasia e FC?”

Eu acho que o propósito é nos mostrar o mundo em que vivemos em... sobre um ângulo levemente diferente. Em um no qual nunca o vimos antes. A grande coisa de ver algo familiar sob um ângulo levemente diferente é que você pode vê-la novamente pela primeira vez. Você pode vê-las sem todas as pré-concepções que você construiu.Se você acha que pessoas e coisas são de um jeito, a melhor coisa da FC e da Fantasia é que elas podem te passar a mensagem fundamental de que as coisas não precisam ser assim. As coisas podem ser diferentes. E isso é incrivelmente libertador.

As pessoas dizem que são coisas escapistas, mas também tem as coisas boas. Mas você não decide o que é escapista e o que é bom. E ficção que te permite escapar é sempre maravilhosa.

Um dia desses eu escutei uma entrevista na rádio BBC sobre um homem que havia aprendido a ler direito na prisão. E ele estava falando sobre o fato de que a melhor coisa sobre ler era que ele não precisava estar na prisão enquanto lia. Sim, ele estava na prisão, mas lá tinha livros. E agora que ele os podia ler, ele podia estar na Jamaica, ir para a América e passar por essas aventuras e até viajar no tempo. E eu pensei, ele está dizendo algo muito verdadeiro. Não é escapismo – é escapar. E quando você escapa, não é apenas uma escapada. Porque você voltará, e você estará diferente. Você estará armado com ferramentas, armas e conhecimento. E coisas que você não sabia antes.  

Leia a entrevista completa aqui.


domingo, 18 de setembro de 2016

POEMEUS



ORGULHO NACIONAL

O militar orgulhoso
Os soldados orgulhosos
Os pais orgulhosos
As esposas orgulhosas
A Morte orgulhosa


GIRA-GIRA

O Mundo gira
O Mundo gira
Ele gira e gira
E gira tanto
Que fico tonto


BARREIRAS

A Evolução
É rápida como o vento
Mas nós criamos barreiras
Contra o vento

REGINA JOSÉ GALINDO - Performance

Terra, 2013.

Nascida na Guatemala em 1974, Galindo tornou-se reconhecida por sua body art (arte corporal).

Criada em um lar de classe média baixa onde política e a Guerra Civil da Guatemala não eram objetos de discussão, Galindo conseguiu escapar da alienação familiar e em suas performances trata quase sempre de temas políticos e sobre a questão da mulher.

 Assista o vídeo com entrevista legendada em inglês e que contém trechos de sete performances. Contém também a polêmica performance que ela fez no Brasil sobre as trabalhadoras nas carvoarias.



quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O TOQUE MÁGICO - Literatura

 Capa da edição dos anos 80.


F. Paul Wilson escreveu este Toque Mágico (The Touch) em 1985. Conheci Wilson na época nos anos 80, época em que devorava livros (bons tempos em que eu tinha tempo pra isso) e esse foi o terceiro livro que li dele.

E apesar do tema parecer não muito emocionante (um médico que cura milagrosamente com apenas o toque de sua mão), Wilson consegue levar a trama à condição de suspense sobrenatural onde o leitor é quase que incapaz de largar o livro para ir dormir. Muitas noites seus livros me fizeram ficar acordado além da hora. Eu particularmente, o acho superior à Stephen King.

No livro, após contato com um mendigo, Dr. Alan Bulmer adquire o poder de curar com o toque de sua mão, mas à medida que vai usando seus poderes, sua vida pessoal, emocional e profissional começam a se deteriorar. Até onde ir com esse poder sem ser destruído por ele? E de onde surgiu tal poder e o que ele significa? Intrigado, resta ao personagem e ao leitor descobrir isso aos poucos através da pena mágica de Wilson.

Quando eu li, o livro era um romance isolado. Após alguns anos, Wilson adicionou finais extras aos seus livros para criar interligações entre eles e fazer a série O Ciclo do Inimigo. Não se preocupe com isso e leia como se fosse um livro só, pois ele funciona muito bem assim.




Versão atual com a adição do final extra.



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

BATMAN & SUPERMAN - 75 ANOS



As animações comemorativas oficiais dos dois grandes heróis da DC COMICS.

O curta de Superman foi concebido por Zack Snyder e o de Batman, por Bruce Timm.




PORQUÊ A IGREJA CATÓLICA NÃO É UMA FORÇA PARA O BEM - Palestra



Stephen Fry, ator, autor, diretor de cinema, comunicador, fala sobre porque a Igreja Católica não pode ser considerada uma força para o bem. Este não é um vídeo ateísta, porém. Stephen Fry fala do alto de seu humanismo com seriedade e aquela dose britânica de ironia que conjuga humor e inteligência. Fry dá sua palestra diante de bispos, padres e freiras.


VIVE LA FÊTE - Vídeoclip



Vive La Fête (do francês: Viva a festa) é um duo electropop, criado em 1997 em Gante (Bélgica).
O duo é formado por Danny Mommens (guitarra e vocais) e Els Pynoo (vocais).

O último clip desta seleção é cantado em espanhol.




terça-feira, 23 de agosto de 2016

POEMEUS



VIDA URBANA

Estou só
A solidão é minha companheira
E almoço a morte
Todos os dias



O VICIOSO CÍRCULO DA LOUCURA

Louco
Eu fico louco
De tanto ouvir você dizer
Louco
Eu fico louco



AMBIÇÕES

Correndo, correndo
Correndo, correndo
Eu chego ao lugar
Mas ao chegar
Já não é mais o lugar
Correndo, correndo


ALL-STAR SUPERMAN - Tributo

All-Star Superman - Tributo from Jerri Dias on Vimeo.

Mais um clip com trilha sonora. Desta vez usando a animação baseada na série All-Star Superman de Grant Morrison e Frank Quitely.

Usei a música de John Ottman de Superman Returns, que é baseada nas composições de John Williams para os filmes de Christopher Reeve.




CAPITÃO PETRALHA CONTRA O COXINHA VERMELHA - Redublagem


Estava aqui sem nada para fazer e aí resolvi perder uns dias escrevendo um roteiro, editando, convidando amigos atores para dublar e editar o áudio deles nesse singelo épico que tenta ver o lado engraçado da polarização política da sociedade brasileira.

E se gostarem, vão lá no canal do You Tube, se inscrevam e curtam o vídeo pra que eu me sinta motivado a fazer mais. Basta clicar onde diz You Tube no vídeo que a internet leva vocês lá.





Capitão Petralha contra o Coxinha Vermelha - Parte II - Superdublagem from Jerri Dias on Vimeo.


Capitão Petralha contra o Coxinha Vermelha - Parte III from Jerri Dias on Vimeo.


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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

LIGA DA JUSTIÇA: A LEGIÃO DO MAL - Clip


Juntei as cenas de ação de Justice League:Doom em um clip com trilha sonora épica.

Trilha de Two Steps from Hell.

Músicas:  Invincible / Protectors of the Earth / To Glory

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

HOMEM DE FERRO 2 - Tributo




Mais um clip. Desta vez editei as duas primeiras cenas de luta do filme: com Whiplash e War Machine. Trilha sonora épica do Two Steps From Hell. Muito melhor que a trilha morna do filme. Espero que curtam.

BATMAN RETURNS - Tributo II



Resolvi brincar um pouco com edição de filmes que curto e mexer na fotografai e na trilha. Aqui, experimento a música Master of Shadows, do grupo Two Steps from Hell - que produz trilhas épicas para trailers - no clássico de Tim Burton. O clip é igual ao da postagem anterior, apenas a trilha foi alterada.


BATMAN RETURNS - Tributo I

Batman Returns Tribute - Hans Zimmer Score from Jerri Dias on Vimeo.


Resolvi brincar um pouco com edição de filmes que curto e mexer na fotografai e na trilha. Aqui, experimento a trilha que Hans Zimmer fez para Batman - O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan no clássico de Tim Burton.





quinta-feira, 28 de julho de 2016

STORMWATCH - NOVOS 52 - Vol. 1 (DC Comics, 2011) - Comics

Para facilitar a assimilação do leitor da DC, o Caçador de Marte foi incorporado à equipe.


Durante quase 10 anos parei de comprar quadrinhos regularmente e passei apenas a comprar uma edição especial ou outra que surgia com um autor/artista que já conhecia. Tudo mudou quando comecei a baixar quadrinhos e percebi que havia perdido muita coisa boa no final dos anos 90 e início dos 2000. E voltei a comprar quadrinhos regularmente graças a possibilidade de poder conferir novos roteiristas e ilustradores.

E um dos quadrinhos de supers que mais me impressionou na época foi o Stormwatch de Warren Ellis, que em seguida se transformou no The Authority, ainda sob a batuta de Ellis e Bryan Hitch. Ambos deixaram o título mas foram substituídos pelos igualmente extraordinários Mark Millar e Frank Quietely. Colocando seus superpoderosos personagens convivendo com figura políticas e celebridades de nossa sociedade contemporânea, os quatro fantásticos autores seguiram um pouco a linha aberta por Alan Moore em Watchmen criando consequências reais para a existência de superseres. Cidades arrasadas, milhões de mortes, evacuações, sexualidade, drogas, polêmicas, política... tudo entrava na trama e levava para um único caminho: a dominação do mundo pelos super-heróis. Também outra ideia de Moore (Miracleman). Tudo isso em histórias tão empolgantes e divertidas quanto assistir aos melhores filmes da Marvel.


A arte de Miguel Sepulveda é boa, mas confesso que o excesso de detalhes na maioria dos quadros me incomoda. 
Aqui, um dos poucos quadros com enquadramento bem pensado e sem exageros.


E eis que me deparo com a nova releitura do The Authority, agora renomeado Stormwatch, mas com praticamente os mesmos membros do primeiro.  Na tentativa de renovar constantemente histórias de origens e personagens para conquistar novos leitores e manter o interesse dos fãs veteranos, Marvel e DC, de 2000 pra cá, tem criado todo tipo de motivo (bons e ruins) para renovarem seus heróis.

Bem, dessa vez eles colocaram um grupo de super-heróis que era produzido para um público mais inteligente e o repaginaram para mentes menos exigentes. Não basta manter dois personagens gays para fingir que as histórias são adultas se todo o resto não é. O que o antigo The Authority tinha de diálogos espertos e de humor negro, esse tem de excesso de explicações e diálogos desnecessários. Em alguns momentos eu achava que Stan Lee tinha escrito o roteiro, de tantos balões entupindo as páginas. E o pior é que a história de abertura é de Peter Milligan, que é um autor que tanto entrega obras-primas como Enigma quanto porcarias como Namor.


As explicações sobre o porque e como as coisas acontecem, em geral, são uma mistura pseudo-ciência e pura enrolação para encher linguiça. Não teria problema se as ideias fossem originais e instigantes.


E não bastassem descaracterizar o grupo em seu visual, Meia-Noite agora tem um uniforme cheio de tachas enormes, com um design de mau gosto que lembra os anos 70. E agora, o Stormwatch, que era do selo Wildstorm, faz parte do selo DC, habitando a mesma Terra onde atuam Batman e Super-Homem, sendo que Meia-Noite a Apolo já são uma cópia gay de ambos. A existência do Stormwatch é explicada sem muita convicção dizendo que eles existem há milênios para proteger a Terra de invasões alienígenas, sendo que todos os leitores sabem que quem faz isso é tanto a Liga da Justiça quanto Superman ou Lanterna Verde sozinhos.  A desculpa é que eles lidam com alienígenas mais agressivos, mas ao ler as aventuras chatas desse novo Stormwatch, não dá pra levar a sério essa desculpa.

Dos 7 números que compreendem o Vol. 1, nenhuma história me empolgou ou me divertiu, apenas me entediou. Já comecei a ler o Vol. 2, mas até o momento não estou notando melhoras.
     
O título acabou no número 30. 
Pelo visto, as histórias não melhoraram mesmo.

Clique nas imagens para ampliá-las.


sábado, 16 de julho de 2016

ENTRE ABISMOS - Conto



ENTRE ABISMOS

Jerri Dias


Entre as membranas a Consciência é. Não sabe o quê. Apenas é. Não existem palavras para descrever-se ou para descrever. Sem memória. Sem passado. Sem presente. Sem futuro. Sem tempo. Sem corpo.

Apenas um vago desconforto, mas ela não sabe de onde vem ou porquê.

O desconforto cresce, a Consciência, como que por instinto, decide explorar ao redor. Após um bilhão de anos ou um minuto ela avista um ponto diminuto. O ponto pode estar a trilhões de quilômetros ou a poucos metro de distância, mas tempo e espaço não são conceitos conhecidos pela Consciência. Ela alcança o ponto, um pequeno rasgo na membrana.

E olha dentro do abismo.

Ela não sabe o que vê, e mesmo se soubesse,  ela não tem uma linguagem para se exprimir. Mas após permanecer ali o suficiente, olhando com curiosidade para dentro do abismo, a Consciência desenvolve uma linguagem primitiva própria e começa a nomear o que observa. Fascinada, a Consciência se dedica a observar o abismo e tudo que acontece dentro dele.

Até que subitamente os eventos deixam de acontecer dentro do abismo. Dos mais ínfimos aos mais gigantescos, tudo cessa. A Consciência nada sente, apenas continua observando o abismo vazio. Até que novamente seu instinto lhe impele a mais explorações e ela, eventualmente, encontra mais um ponto que lhe permite observar um outro abismo. Ela nota que esse abismo é diferente do outro, mas não sabe como nem porquê. E nem se importa. A Consciência permanece ali até que o abismo se esgote em si mesmo.

A Consciência descobre muitos outros abismos. Todos diferentes uns dos outros, todos únicos. A Consciência, agora, já conhece todos os abismos. E todos os abismos cessaram seus eventos. Não são mais. Ela já sabe o suficiente, mas saber não é o suficiente. Entediada de apenas saber e nada sentir, a Consciência força a membrana. A membrana resiste.

Mas a Consciência descobrira um propósito para sua existência. Ela não mais seria uma mera observadora, agora seria protagonista. E ela rompe a membrana.

Um rasgo diminuto, mas suficiente.

Ela espreme-se pelo ponto até sair do outro lado, espalhando-se rapidamente no abismo vazio. A Consciência experimenta a luz pela primeira vez. Em seguida vem o calor. A Consciência está em êxtase. Ela sente a fragmentação de seu conhecimento em um número infinito de filamentos de seu ser. Esses filamentos se espalham e se aglutinam aleatoriamente, carregando os estilhaços da Consciência para toda parte. Os filamentos se aglomeram, dando origem a estranhas formas.  

A Consciência não sabe o que virá em seguida.  Apenas pressente, à medida em que é dilacerada por forças que não compreende, que esse será o abismo mais interessante de todos. 


Porto Alegre, 4 de julho de 2016. 

 

JAIME BROCAL - Galeria



Jaime Brocal Remohí (1936 - 2002) foi um artista espanhol publicado por grandes editoras americanas e européias como Warren, Darguaud, Epic e Heavy Metal. Seus bárbaros sisudos e mulheres sensuais o fizeram um dos ilustradores favoritos dos fãs de fantasia épica e heróica. Um grande talento com o bico de pena e o pincel o alçaram a condição de um dos maiores artistas de seu gênero no século XX.

Nos anos 60, Brocal pegou o gosto pela fantasia heróica e fã de Robert E. Howard, criou, nos anos 70, o bárbaro Kronan. Nada a a ver com Conan, já que estamos falando de um bárbaro ruivo. Acho que naquela época as ações legais entre editoras eram bem menores do que hoje... Ao mesmo tempo produzia histórias de horror para a Warren, publicadas aqui na saudosa revista Krypta.  

Depois de Kronan, Brocal ainda criou mais dois heróis bárbaros, Arcane e Ta-ar, sempre com muita violência e corpos semi nus e sensuais. 

Brocal também ilustrou diversos livros baseados em figuras históricas como Gandhi e  Lawrence da Arábia. Além disso, fez adaptações de livros como O Último dos Moicanos e Tarzan.

Ta-ar foi publicado até o ano de 1988, quando Brocal então deixou a Dargaud alegando diferenças criativas. No final da carreira, o artista se dedicou principalmente à produzir capas e ilustrações para editoras diversas até o ano de 1997. Morreu em 2002, aos 66 anos de idade em Valência, na Espanha. Seu trabalho foi publicado em coletâneas e continua uma grande referência para artistas do gênero até hoje.










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