quinta-feira, 31 de julho de 2014

LANTERNA VERDE (Green Lantern, EUA, 2011) - Filme




Apesar de ter sido mal falado pela maioria dos fãs e críticos, esse LANTERNA VERDE não chega a ser tão horrível assim. Ele tem algumas boas (poucas) cenas, boas piadas e prende a atenção o suficiente para não entediar com o roteiro frágil. O diretor Martin Campbell dirigiu a nova fase de James Bond e a MARCA DO ZORRO e teria condições de fazer um bom filme se o roteiro, como disse antes, ajudasse. A DC deveria fazer como a MARVEL e tentar construir um universo no cinema ao invés de simplesmente ignorar todos seus outros personagens, como na cena em que Amanda Waller menciona que Abin Sur é a prova definitiva de que existe vida alienígena inteligente. Superman, O Caçador de Marte e dezenas de outros personagens da editora são solenemente ignorados em uma época em que se sabe que crossovers entre personagens serão inevitáveis, como a MARVEL já vem fazendo há anos e finalmente a DC/WARNER decidiram realizar com o próximo filme de Superman, que trará Batman e Mulher-Maravilha. Lanterna Verde deve reaparecer no filme da Liga da Justiça, mas talvez não seja o personagem de Ryan Reynolds, já que o filme não foi bem na bilheteria. Se prevalecer a costumeira decisão de preencher cotas raciais em filmes e Cyborg não estiver no filme, John Stewart deve ser o Lanterna Verde do filme da Liga.

O final dos créditos é otimista e prevê a continuação com Sinestro, interpretado por Mark Strong, o ator-vilão favorito de 9 entre 10 cineastas. Mas ela não acontecerá. Pelo menos não com esse elenco.

Curiosidade: antes do filme ser lançado, um fã produziu um trailer que alguns consideram mais fiel e mais emocionante do que a supreprodução hollywoodiana. Assista abaixo.




quarta-feira, 30 de julho de 2014

HUMORES NUNCA DANTES NAVEGADOS - Quadrinhos




Mais uma das muitas publicações da GRAFAR, este livro fez parte das (anti) comemorações dos 500 anos do Brasil, contendo charges e cartuns satirizando a conquista e colonização portuguesa do Brasil, pois a descoberta mesmo já havia sido feita pelos índios 20.000 anos antes. Impossível não rir e se divertir com o deboche e a crítica de Santiago, Edgar Vasquez, Canini, Fabio Zimbres, Rodrigo Rosa e outros talentosos cartunistas gaúchos.

No estante virtual você ainda encontra essa raridade.


quinta-feira, 24 de julho de 2014

DOMENICO DE MASI - Entrevista




Autor de livros como Desenvolvimento sem Trabalho, A emoção e a Regra e O Futuro do Trabalho, De Masi é um dos pensadores mais contemporâneos da era pós-industrial. É dele a máxima de que quanto mais o homem trabalha, mais tempo precioso ele perde.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

CAPRICHO 1107 - Humor

 
 
Fez o que não devia e não sabe como dizer aos seus pais? Então se liga nesse...

GUIA DE FRASES DE EMERGÊNCIA PARA NÃO SER MORTA PELOS PAIS!


FEZ BALADA EM CASA COM OS PAIS VIAJANDO

Para a mãe
“Mãe, você viajou e eu chamei meus amigos para redecorar a casa toda. Você pode achar que a casa ficou arrasada, mas eu achei um arraso!”

Para o pai
“Pai, lembra que você reclamava que não tinha mais espaço na sua adega de vinhos?! Agora tem muito espaço sobrando!”  

APARECEU EM UM VÍDEO INDISCRETO NA INTERNET

Para a mãe
“Mãe, eu sou famosa!”

Para o pai
“Eu juro que não sabia que estavam filmando isso!”

BOTOU FOGO NA CASA

Para a mãe
“Mãe, vamos pro shopping comprar um guarda-roupa novo para nós!”

Para o pai
“Pai, vamos nos mudar?”

REPETIU DE ANO NO COLÉGIO

Para a mãe
“Eu falei que era melhor usar o dinheiro da escola pra ir para a Disney...”

Para o pai
“Pai, você fez um mau investimento em mim esse ano...”

FOI PEGA NA ESCOLA FUMANDO MACONHA

Para a mãe
“Foi tudo culpa das minhas falsas amigas, elas me forçaram.”

Para o pai
“Eu fumei, mas não traguei.”

BATEU O CARRO

Para a mãe
“Mãe, o papai vai te dar um carro novo!”

Para o pai
“Pai, a mãe quer um carro novo!”

FOI PRESA PELA POLÍCIA

Para a mãe
“Eu só tentei ajudar meus amigos! Eles não fizeram nada!”

Para o pai
“Eu nem conheço os outros, só estava passando. Nem sei porque estou aqui!”

PERDEU A VIRGINDADE

Para a mãe
“Mãe, eu agora sou mulher.”

Para o pai
“Pai, eu juro que resisti o mais que eu pude...”

FICOU GRÁVIDA

Para a mãe
“Mãe, o que você acha de ser avó com 35 anos?”

Para o pai
“Pai, sabe aquela história da abelha e da flor?!...”


Jerri Dias nunca conseguiu enganar seus pais.

domingo, 20 de julho de 2014

F DE FOGUETE – Literatura



Ray Bradbury (1920 - 2012) fez parte da sagrada trindade dos escritores de ficção científica do século XX. Junto com Isaac Asimov e Arthur C. Clarke, ele ajudou a FC a atingir um status literário adulto e maduro. E se a FC lhe parece um universo asséptico, frio e sem alma, Bradbury é o escritor que vai lhe mostrar o lado humano, lírico e onírico do gênero. Quando Spielberg realizou CONTATOS IMEDIATOS DO 3º GRAU e E.T., alguns críticos o chamaram de “o Ray Bradbury” do cinema. Nesta antologia de contos, Bradbury nos faz voltar ao tempo em que éramos astronautas, enfrentávamos dinossauros e quando um simples par de tênis novos nos fazia querer disparar em uma corrida. A mais pura nostalgia do passado, do presente e do futuro em grandes pequenos contos.

Compre no Estante Virtual.

sábado, 19 de julho de 2014

PROCESSO CRIATIVO - Ensaio



Bom, falar sobre processo criativo é algo que pode tomar um livro inteiro e já tem alguns livros bacanas sobre o assunto por aí. Então, para dar uma visão mais pessoal sobre isso, vou falar um pouco sobre como funciona o meu processo criativo.

Bom, ele funciona na base do caos e da organização, como acho que é o processo da maioria das pessoas ditas criativas.

Acho que pra começar, é bom me referir as minhas principais fontes de criatividade:
imagens de revistas, música instrumental (erudita e trilhas sonoras de filmes), matérias sobre os mais diversos assuntos, conversas aleatórias com pessoas de qualquer idade, quadrinhos, teatro, livros e filmes. Ah, elas também vem de sonhos, sonhos são sempre uma fonte riquíssima para mim e já produzi uma graphic novel e um curta com base neles.


 

Como qualquer profissional da cultura diria, sem ter uma boa (de preferência, vasta) bagagem cultural, fica difícil ser criativo de uma forma original, pois o que se espera de um verdadeiro artista não é que ele fale ou mostre coisas nunca antes ditas ou exibidas, já que isso é praticamente impossível nessa altura da história humana, mas que ele dê sua visão pessoal e procure novos meios de contar ou mostrar uma narrativa.
Essa é a parte caótica do meu processo, não tenho muito controle sobre ela e as ideias simplesmente surgem quando alguma sinapse dá certo no meu cérebro.

Agora, a parte organizada dele, que pode ser tão chata quanto excitante.
Como muitos aqui, sou uma pessoa eclética, me interesso por todo tipo de assunto (ok, confesso que fofocas de celebridades não me interessam) e um pretenso escritor ou roteirista que tenha pouco interesse ou curiosidade pelo mundo e não pesquise sobre tudo o que pretende escrever está na área errada.

Então, ás vezes pode parece chato ter que pesquisar sobre algum assunto técnico do qual entendo pouco ou nada, mas à medida que vou entendendo, começo a vislumbrar novas possibilidades de usar aquilo de outra forma na narrativa, geralmente melhor do que a pensada originalmente.




Uma boa pesquisa resolve bem a parte técnica e dá segurança para escrever sobre os assuntos de que a obra vai tratar, mas não os problemas com personagens ou encruzilhadas em que me coloco quando estou escrevendo e não sei em que direção vou. Ou pior, me vejo em um beco narrativo sem saída.

Quando isso acontece, uso os seguintes métodos:

1) Converso com um ou mais colegas que considero inteligentes e criativos para me ajudarem, assim como ocasionalmente ajudo eles.

2) Fico pensando nos problemas enquanto caminho para fazer às coisas do dia-a-dia. E é impressionante como isso ajuda. Aquele papo de sair de casa para arejar a cabeça realmente funciona.

3) Ao acordar, nossa mente está fresquinha de uma boa noite com o inconsciente correndo livremente e a melhor coisa antes de sair da cama e poluir ela com a rotina do dia é pensar em soluções para conflitos narrativos. Já resolvi muita coisa assim. Ah, também serve para problemas pessoais ;-)

4) Pago um escritor fantasma para escrever no meu lugar. Hehe, este é brincadeirinha. Não tenho dinheiro para isso... :-( 

E também tem aquele processo criativo super especial, que ocorre quando estão me pagando para criar em um curto espaço de tempo. Nessas ocasiões em que alguns se entregam ao pânico e pensam em suicídio, eu geralmente fico calmo, pois um cérebro acostumado a criar é como um atleta bem treinado: na hora em que você precisa mostrar serviço, ele funciona. Claro, nem sempre esse tipo de trabalho fica como eu gostaria, mas todo mundo sabe que pouco prazo e alta qualidade não são os melhores parceiros.
Também entra aí a questão de orçamento, quando se trata de curtas, onde tenho que procurar soluções narrativas e visuais para filmar algo da forma mais econômica e criativa possível. No roteiro pode até parecer ser viável, mas às vezes surgem complicações e tenho que criar toda uma cena nova em poucos minutos, pois a máxima “tempo é dinheiro” nunca foi tão verdadeira como num set de filmagem profissional. E nessas horas ajuda muito ter prestado atenção no que os roteiristas e diretores talentosos fizeram em seu filmes, pois tem sempre algo que dá pra adaptar para o meu curta.

 


Pra finalizar, vou comentar sobre como foi o processo criativo de dois trabalhos meus que curto bastante.

ZARATHUSTRA – Graphic Novel

Gosto muito de escutar trilhas sonoras e música clássica. São muito inspiradoras. E foi escutando a trilha de Powaqaatsi, de Philip Glass, meu compositor erudito contemporâneo preferido (e que tive o prazer de ser cicerone alguns anos trás) que imaginei a premissa para essa graphic novel de FC. A música começava com um som de avião e comecei a me imaginar flutuando entre as nuvens e um Boeing passando pelo local e me avistando. Fiquei imaginando qual seria a reação do piloto e dos passageiros ao ver uma pessoa flutuando entre as nuvens. Em questão de segundos me substituí por uma entidade humanóide não-identificada e comecei a imaginar qual seria a reação do mundo ao descobrir isso. E se a criatura simplesmente ficasse parada lá, sem se comunicar nem fazer absolutamente nada?

Corri para escrever um microconto de uma página sobre o que havia imaginado.
Acabei transformando em um roteiro de HQ de 7 páginas onde, apenas através de imagens eu mostrava um mundo em convulsão social, política, religiosa e científica pelos simples fato de uma entidade humanóide sem rosto pairar nos céus. Um amigo desenhista ilustrou na época, de forma amadora.

Anos depois, encontrei um outro ilustrador, Daniel Moraes, que gostou muito da história e propus a ele que produzíssemos uma graphic novel a partir daquela HQ curta.

Eu já tinha todos os acontecimentos alinhados, só me faltava criar um elo mais humano para contar a história. Decidi que seria o piloto do avião, a primeira pessoa a ver a entidade, e que seguiríamos sua história, de sua irmã e de um padre amigo dele.

Com esses personagens eu poderia falar de perda, fé, religião e esperança sem cair em discursos vazios demais ou cheios de clichê. Entrevistei um iman muito simpático duas vezes na minha pesquisa e tentei entrevistar um bispo, mas tinha que passar por trâmites burocráticos e minha carta sequer foi respondida. Tive que me contentar com entrevistas do clero em revistas, sites e livros.

E como cineasta, prezo muito o valor de uma imagem e evito dizer aquilo que não precisa ser dito, pois acho que o leitor pode muito bem preencher os o que se passa na cabeça dos personagens se ela der pistas suficientes.

Ou mesmo deixar o leitor livre para imaginar o que quiser de determinada cena.
No caso de ZARAHUSTRA, existem muitas páginas sem texto algum e uma seqüência completa de 8 páginas seguidas sem uma linha sequer.

Creio que demorei 5 meses para finalizar o roteiro de 90 páginas. Claro, eu tinha outros trabalhos em andamento, se tivesse me dedicado integralmente teria conseguido completá-lo em metade do tempo.

O resultado foi bastante satisfatório em vários aspectos e a obra recebeu boas críticas, especialmente em relação ao roteiro, mas eu me ressinto de não ter conseguido deixar um final mais claro. Na minha cabeça estava tudo muito bem, mas quando percebi, a maioria dos leitores acreditava em um final que não era o que tinha em mente.


 A seqüência de 8 páginas sem diálogos.

  Arte de Daniel Moraes.

 Clique para ampliá-las.






  
DESAPARECIDO – Curta

Assim como outras de minhas criações, essa surgiu a partir de um pesadelo onde minha ex-mulher morria. Não lembro se era atropelada ou o quê, mas a sensação de angústia e medo da perda permaneceu comigo por tempo suficiente para que eu escrevesse um roteiro sobre isso. Mas ele tinha que ser um roteiro do gênero fantástico, pois dramas comuns sobre pessoas perdendo entes queridos ou superando a morte dos mesmos existem muitos.

Me veio a ideia de que a pessoa não necessariamente precisaria morrer, mas sim desaparecer da vida outra. Mas teria que ser como se estivesse morta. Lembrei de desaparecidos políticos e em como as famílias, apesar de os saberem mortos, continuam com esperanças, pois uma pessoa desaparecida não dá a pessoa que fica uma resolução, um final, tudo fica suspenso, uma espera eterna.

Então a pessoa desapareceria no meu curta. E seria procurada. E nenhuma pista seria encontrada. Como não seria encontrada? Fazendo parecer com que ela jamais tivesse existido. Acho que essa idéia eu peguei ou busquei no meu inconsciente do filme CIDADE DAS SOMBRAS, onde a memória e a vida das pessoas eram alteradas. E assim como no filme de Proyas, no meu só a esposa do marido desaparecido lembraria de sua existência, mas as provas de sua vida teriam desaparecido física e mentalmente.

Ok, ângulo similar ao longa, mas como trabalhar isso de forma diferente? Cavando mais fundo e fazendo disso um drama fantástico sobre o luto, utilizando as 5 fases do luto descritas pela psicóloga suíça Elisabeth Kubler-Ross. Acabei utilizando apenas quatro, mas elas estão lá, na estrutura do roteiro, o que me facilitou bastante em como dar o ritmo correto para o filme.
Para ajudar ainda mais, decidi criar todo um storyboard fotográfico com as atrizes principais. Isso facilitou a visualização da história por todos os membros da equipe, que conseguiram assim sentir o clima da história antes de vê-la pronta.

No fim das contas, acho que consegui um curta razoavelmente denso e até hoje foi o que mais me deu satisfação em termos de criatividade.



DESAPARECIDO from Jerri Dias on Vimeo.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

CORPO FECHADO (Unbreakable, EUA, 2000) - Filme

Arte conceitual de Alex Ross para o filme.


David Dunn (Bruce Willis) é o misterioso sobrevivente de um acidente de trem que vitimou 131 pessoas. Assediado por Elijah Price (Samuel L. Jackson), um excêntrico colecionador de quadrinhos com uma estranha teoria, David tenta descobrir se a ideia de Price sobre ele é verdadeira ou não.

Realizado logo após O SEXTO SENTIDO, M. Night Shyamalan escreveu e dirigiu esta pequena obra-prima baseada no universo dos quadrinhos de super-heróis. Para mim, esta é uma das narrativas mais sóbrias e maduras que um apreciador desse gênero pode ter a oportunidade de assistir. O que a maioria dos filmes de heróis leva 30 minutos para contar, Shyamalan aprofunda e ocupa as quase duas horas do filme com a origem do seu. Com dezenas de referências, realista e sem glamour algum além da bela fotografia de Eduardo Serra e da marcante trilha de James Newton Howard, o roteiro de Shyamalan sustenta com sensibilidade a busca do personagem por um propósito para sua vida.


Trecho do filme




quarta-feira, 9 de julho de 2014

Yuan Cai e Jian Jun Xi - Performance



Cai Yuan e Jian Jun Xi são dois artistas chineses morando na Inglaterra e trabalhando sob o nome de Mad for Real (Loucos de Verdade). Tornaram-se inicialmente famosos em 1999 como artistas performáticos especializando-se em intervenções artísticas, mas desde então tem diversificado, engajando-se em diversas obras n Ásia e Europa.

Inspirados pela pintura do mais famoso pintor norueguê, Cai Yuan e JJ Xi convidaram voluntários para fazer parte de uma performance de sua interpretação pessoal de "O Grito", filmado em 2005 na mesma ponte onde Edward Munch teve a ideia do quadro em 1893.