Para facilitar a assimilação do leitor da DC, o Caçador de Marte foi incorporado à equipe.
Durante quase 10 anos parei de comprar quadrinhos regularmente e passei apenas a comprar uma edição especial ou outra que surgia com um autor/artista que já conhecia. Tudo mudou quando comecei a baixar quadrinhos e percebi que havia perdido muita coisa boa no final dos anos 90 e início dos 2000. E voltei a comprar quadrinhos regularmente graças a possibilidade de poder conferir novos roteiristas e ilustradores.
E um dos quadrinhos de supers que mais me impressionou na época foi o Stormwatch de Warren Ellis, que em seguida se transformou no The Authority, ainda sob a batuta de Ellis e Bryan Hitch. Ambos deixaram o título mas foram substituídos pelos igualmente extraordinários Mark Millar e Frank Quietely. Colocando seus superpoderosos personagens convivendo com figura políticas e celebridades de nossa sociedade contemporânea, os quatro fantásticos autores seguiram um pouco a linha aberta por Alan Moore em Watchmen criando consequências reais para a existência de superseres. Cidades arrasadas, milhões de mortes, evacuações, sexualidade, drogas, polêmicas, política... tudo entrava na trama e levava para um único caminho: a dominação do mundo pelos super-heróis. Também outra ideia de Moore (Miracleman). Tudo isso em histórias tão empolgantes e divertidas quanto assistir aos melhores filmes da Marvel.
A arte de Miguel Sepulveda é boa, mas confesso que o excesso de detalhes na maioria dos quadros me incomoda.
Aqui, um dos poucos quadros com enquadramento bem pensado e sem exageros.
E eis que me deparo com a nova releitura do The Authority, agora renomeado Stormwatch, mas com praticamente os mesmos membros do primeiro. Na tentativa de renovar constantemente histórias de origens e personagens para conquistar novos leitores e manter o interesse dos fãs veteranos, Marvel e DC, de 2000 pra cá, tem criado todo tipo de motivo (bons e ruins) para renovarem seus heróis.
Bem, dessa vez eles colocaram um grupo de super-heróis que era produzido para um público mais inteligente e o repaginaram para mentes menos exigentes. Não basta manter dois personagens gays para fingir que as histórias são adultas se todo o resto não é. O que o antigo The Authority tinha de diálogos espertos e de humor negro, esse tem de excesso de explicações e diálogos desnecessários. Em alguns momentos eu achava que Stan Lee tinha escrito o roteiro, de tantos balões entupindo as páginas. E o pior é que a história de abertura é de Peter Milligan, que é um autor que tanto entrega obras-primas como Enigma quanto porcarias como Namor.
As explicações sobre o porque e como as coisas acontecem, em geral, são uma mistura pseudo-ciência e pura enrolação para encher linguiça. Não teria problema se as ideias fossem originais e instigantes.
E não bastassem descaracterizar o grupo em seu visual, Meia-Noite agora tem um uniforme cheio de tachas enormes, com um design de mau gosto que lembra os anos 70. E agora, o Stormwatch, que era do selo Wildstorm, faz parte do selo DC, habitando a mesma Terra onde atuam Batman e Super-Homem, sendo que Meia-Noite a Apolo já são uma cópia gay de ambos. A existência do Stormwatch é explicada sem muita convicção dizendo que eles existem há milênios para proteger a Terra de invasões alienígenas, sendo que todos os leitores sabem que quem faz isso é tanto a Liga da Justiça quanto Superman ou Lanterna Verde sozinhos. A desculpa é que eles lidam com alienígenas mais agressivos, mas ao ler as aventuras chatas desse novo Stormwatch, não dá pra levar a sério essa desculpa.
Dos 7 números que compreendem o Vol. 1, nenhuma história me empolgou ou me divertiu, apenas me entediou. Já comecei a ler o Vol. 2, mas até o momento não estou notando melhoras.
O título acabou no número 30.
Pelo visto, as histórias não melhoraram mesmo.
Clique nas imagens para ampliá-las.
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