sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

YANTO LAITANO – Vídeoclip



Quando Yanto Laitano fez a trilha sonora do meu curta A VINGANÇA DE KALI GARA, em 1999, ele disse que eu ficaria devendo um clip para ele. Depois de algumas tentativas que não deram certo, finalmente a produtora Estação Elétrica deu o apoio necessário para a realização do clip “Meu Amor”, canção do CD HORIZONTES E PRECIPÍCIOS, que Yanto lançou em agosto deste ano.

Escrevi o roteiro, o bonequeiro Tcheli fez as marionetes e os cenários, assumi a direção e passamos dois dias divertidos gravando no estúdio e no parque da Redenção, em Porto Alegre.

E se curtir a música do Yanto, pode escutar mais canções no Myspace dele.

E também ler uma entrevista com ele aqui no blog.


ENQUANTO ISSO...

Que o ano que vem deixemos de ser preguiçosos e lutemos mais pelos nossos sonhos!
Porque no final das contas, é só isso que faz a diferença.

Abraço!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CAPRICHO 1010

As mulheres vão acabar Rainhas do Rock!

É, as mulheres estão cada vez mais mandando ver na política, nos negócios, nos esportes... Agora, imagine só, se elas um dia conseguissem...

DOMINAR O MUNDO!

1. Para começar, quase não haveriam mais guerras, porque nenhuma mãe deixaria seus filhos irem morrer no campo de batalha, só aquelas congressistas solteironas que ficaram para titia e só ficaram com homem galinha durante a vida inteira!

2. Que Copa do Mundo o quê?! O Campeonato Mundial de Vôlei feminino é que vai parar o país!

3. Ao invés de só erguerem prédios cinzas e marrons como acontece hoje, a paisagem urbana começaria a ser tomada por prédios pink, estampados e violetas!

4. No cinema e na TV, os atores teriam que mostrar o bumbum muito mais do que as atrizes, o que criaria aumento de emprego para depiladoras de bundas cabeludas!

5. As mulheres finalmente seriam mais bem pagas do que os homens para fazer o mesmo trabalho, já que elas são mais organizadas, responsáveis e centradas, a não ser quando estão de TPM, o que faz com que o escritório vire um caos total!

6. Como as peças femininas vão passar a ser desenhadas por estilistas mulheres e não por gays que odeiam mulheres só porquê eles não são uma, as roupas para mulheres finalmente vão ficar na medida certa e mais baratas que a dos homens, porquê, afinal, um terno tem muito mais tecido do que um vestidinho qualquer, mas o vestidinho sempre custa o dobro do preço!

7. Os homens vão ficar mais em casa, cuidando dos filhos, lavando a louça, limpando a casa e depois, ao invés de olhar novela, vão jogar vídeo-game!

8. As cientistas descobririam rapidinho vários novos tipos de anticoncepcionais masculinos para eles não terem mais só a desculpa do “esqueci a camisinha, mas não dá nada”!

9. Os homens é que começariam a correr atrás da balança e das academias, porque as mulheres finalmente perceberiam que todos aqueles filmes, comerciais e revistas de seja-bonita-magra-e-gostosa-senão-aquela-loira-pega-ele foram todos criados por homens e começariam a aplicar a mesma lavagem cerebral no sexo masculino!

10. Mas como nem tudo são flores e bordados no Mundo das Mulheres, a maioria dos meninos vai querer ser “como a mamãe” e por isso, vão acabar virando homossexuais, causando uma escassez terrível de homens heterossexuais, o que culminará, inevitavelmente, na extinção da raça humana!

Jerri Dias prefere que as mulheres decidam... o que vão fazer para o almoço!


ENQUANTO ISSO...


Dar Carne à Memória I - CATCH - Foto de Marina Camargo


E os espétáculos DAR CARNE A MEMÓRIA I e II, que produzi durante todo o ano de 2010, ganhou três troféus e prêmios em dinheiro no PRÊMIO AÇORIANOS 2010 DE DANÇA!

Os prêmios foram:


MELHOR ESPETÁCULO DE DANÇA (Dar Carne à Memória II)

MELHOR COREOGRAFIA (Eva Schul - Dar Carne à Memória II)
MELHOR PRODUÇÃO (Jerri Dias - Dar Carne à Memória I e II)


DAR CARNE À MEMÓRIA II - CAIXA DE ILUSÕES - Foto de Lícia Arosteguy


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

BATMAN BEGINS (EUA, 2005) – crítica

Cartaz do filme dá o tom trágico do herói.
Clique nas imagens para ampliá-las.

O Diretor

Christopher Nolan é um diretor britânico nascido em 1970. Aos 30 anos, mudou-se para os Unidos, onde realizou AMNÉSIA (Memento, 2000), filme independente de baixo orçamento (3 milhões) que se tornou imediatamente um cult e o colocou no radar de Hollywood como um diretor original e criativo.


No set de BATMAN BEGINS.

Sinopse


Bruce Wayne, após sofrer um grande perda na sua infância, decide combater o crime como Batman.

O Filme

Com um orçamento de 150 milhões de dólares, Nolan, que até o momento só havia dirigido filmes que privilegiavam mais o lado psicológico do que físico de seus personagens, fica responsável por uma das maiores franquias de super-heróis de cinema: o Batman.

Mais um belo cartaz que reproduz a atmosfera do filme.

Com milhões de fãs tendo como base os dois filmes de Tim Burton e principalmente o já clássico curta DEAD END, Nolan não tinha apenas a responsabilidade financeira, mas também artística de fazer algo que fosse superior em termos estéticos e psicológicos em relação às obras citadas.

Para quem conhecia o estilo de Nolan, já se sabia que se poderia esperar uma boa direção de atores, uma caprichada direção de arte e uma boa dose de realismo. Fugindo do estilo Burton de criar cenários propositalmente artificiais, Nolan decide recriar uma Gotham City mais realista usando como base a cidade de Chicago, uma cidade industrial e portanto, com cores mais escuras.

Tons pastéis dominam o cenário.
Design de Produção de Nathan Crowley.


Além de construir algumas quadras e vários andares de prédios dentro de um estúdio na Inglaterra, Nolan optou por usar o mínimo possível de CGI (Computer Graphic Image), pois como muitos de nós, ele estava saturado de ver filmes abusarem desse tipo de efeito sem realmente convencer ninguém. Ele basicamente resolveu seguir a fórmula do primeiro SUPERMAN de Richard Donner e aplicar verossimilhança a sua visão do Batman. E nada faz isso melhor do que o mundo real. Assim, locações reais na Islândia, Chicago, Inglaterra e outros locais foram utilizados para trazer o mundo real para dentro do universo do Cavaleiro das Trevas.

Para dar mais credibilidade ainda ao seu Batman, Nolan chamou os mais diversos especialistas para criar o figurino e o arsenal de equipamentos que o herói usaria. Assim, praticamente tudo o que ele usa no filme, foi adaptado de equipamentos que já existem hoje em dia.


A capa de Batman é uma asa delta em miniatura.
Esta sequência foi inspirada no minisérie BATMAN - ANO UM.

Com isso e um elenco muito bem escalado, Nolan realizou um filme de origem dando ênfase em como uma pessoa com recursos poderia, em nível mental, físico e social, vir a se tornar um combatente do crime.

O filme inicia mostrando o jovem Bruce Wayne (Christian Bale) numa prisão no Tibet ocupado pela China, em sua tentativa de entender o mundo dos criminosos e como eles pensam. Encontrado por Ducard (Liam Neeson), ele é convencido a se juntar a legião de Ra’s Al Ghul (Ken Watanabe) e aprender os segredos do milenar Ninjutsu. Nos gibis, Al Ghul é um dos maiores oponentes de Batman, visto que ambos são bilionários que usam de sua fortuna para fazer justiça. A diferença é que Al Ghul atua em escala global (da mesma forma que um governo intervencionista) e Batman não compactua com seus métodos cruéis.


Ducard (Liam Nesson) não é quem parece ser...

Neste primeiro ato, temos então, a origem e a formação da persona do Batman. No segundo ato, Batman finalmente abre suas asas sobre Gotham e uma reviravolta bem urdida na trama traz personagens do primeiro ato de volta ao cenário.

Alguns poucos defeitos do filme são referentes a determinadas caracterizações dos atores, que deixaram sue personagens caricaturais. Tom Wilkinson, um grande ator dramático, não convence como um chefe da máfia e diferente de seus colegas, ele parece mais ser um personagem de gibi do que de carne e osso. A decisão de Bale em tornar a voz de Batman gutural e raivosa funciona apenas com frases curtas, porém, quando ele tem que falar durante algum tempo, soa forçada e até mesmo ridícula em alguns momentos. Mas tudo isso é perdoável diante de tantos acertos, especialmente falando de Michal Caine como Alfred e Morgan Freeman como Lucius Fox, atores veteranos que tem os diálogos mais inteligentes, sarcáticos e engraçados do filme.


Christian Bale, diferente de Michael Keaton, realmente convence como Bruce Wayne/Batman.

Apesar de não ser uma obra-prima como seu sucessor, BATMAN BEGINS planta as raízes para ele, especialmente ao final, quando o Tenente Gordon (Gay Oldman, excelente como sempre) menciona o conceito de “escalada”, exemplificando que o fato de Gotham agora ter um herói mascarado mais poderoso do que a própria polícia faz surgir criminosos mais violentos e loucos do que os anteriores. E lhe entrega uma evidência disso: uma carta de baralho, o Coringa.

Tendo arrecadado 372 milhões no cinemas e mais 400 milhões no mercado de DVD, BATMAN BEGINS é um ótimo filme de aventura por si só e entra para a lista do 10 melhores filmes de super-heróis já feitos até agora.


Em uma Gotham corrupta e decadente, Batman é o que resta entre a luz e as trevas.


Trailer




Paródia MTV MOVIE AWARDS




Boa sessão.

domingo, 12 de dezembro de 2010

FRANKO B - Performance




Franko B é um performer multimídia quer ficou famoso por auto-mutilar-se em várias de suas performances. Não é o tipo de performance que acho das mais criativas ou geniais, mas mostra até que ponto alguns artistas vão para apresentar algo diferente ou original para o público.

O primeiro vídeo é um clip de sua exposição em um museu, onde ele felizmente revela seus outros talentos para escultura, pintura, instalações e música. Razoavelmente comportado.

Já o segundo vídeo é uma performance radical chamada “I Miss You” (Sinto Falta de Você) onde o artista representa a dor do amor e da morte desse amor atravessando nú uma passarela, enquanto sangra por cortes auto-inflingidos. A música de Diamanda Galas é de arrepiar.

Não recomendável para menores de 18 anos.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NOVELAS ULTRA-POLITICAMENTE CORRETAS! - Humor


Como as novelas de hoje estão deixando as pessoas super-conscientizadas, resolvi dar a maior força para deixar as...

NOVELAS ULTRA-POLITICAMENTE CORRETAS!

1. Quando um personagem ficar tetraplégico por causa de um acidente e não poder mais jogar tênis, o irmão dele vai se jogar escada abaixo e quebrar a coluna cervical, para poder jogar de igual para igual com o irmão, ou seja, segurando as raquetes com a boca! Os espectadores vão achar tudo muito fraterno e as seções de traumatologia dos hospitais vão ficar cheios de jovens que vão fazer o mesmo por familiares tetraplégicos!

2. Se a personagem tem uma filha com síndrome de Down e é super-feliz com ela, as outras amigas dela tem que ficar com inveja e engravidar e tomar remédios estranhos para que seus filhos também nasçam com um cromossomo a mais. As espectadoras vão achar a personagem um amor e sair por aí fazendo caretas que nem a Regina Duarte e dizendo que ter filho com síndrome de Down é melhor que ter filho com os cromossomos corretos!

3. Quando um dos personagens for gago, todo mundo que falar com ele, deve gaguejar também, para mostrar solidariedade e que totalmente entende o problema dele! Os espectadores vão adorar, e gaguejar vai virar mania entre os jovens!

4. O rapaz de 20 anos se engraça com uma mulher de 40 anos e todo mundo tem que achar eles super-maduros e bem resolvidos e a irmã de 30 anos do rapaz começa a sair com um menino de 15 anos. Os espectadores vão começar a achar super-normal os filhos e filhas trazerem namorados 20 anos mais velhos ou mais novos do que eles para dormirem em casa!

5. O casal de garotos gays se ama muito, mas não pode ficar junto por preconceito da sociedade. Mas vendo o sofrimento dos dois, os pais de ambos decidem virar homossexuais também, para mostrar que eles não estão sozinhos nessa luta. Os espectadores vão odiar, xingar os atores na rua e o ibope da novela vai despencar, pois o público admite tudo em novela, menos viadagem!

Jerri Dias vai escrever a próxima novela das oito, AMOR &PRECONCEITO.


Coluna publicada na revista Capricho.

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A3 QUADRINHOS – Comics

Capa.
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O Projeto

A3 QUADRINHOS é uma revista dedicada a quadrinhos do gênero Fantástico (FC, Fantasia e Horror). Financiada pelo Fundo Municipal de Cultura de Uberlândia/MG e editada por Matheus Moura, a revista é mais uma das inúmeras tentativas de promover o Quadrinho Nacional. Matheus Moura é mais um desses idealistas necessários que, num mercado dominado pelo quadrinho americano, tenta divulgar seu trabalho e o de seus colegas de todo o Brasil.

De acordo com o editorial, a revista só tem dois números financiados, sendo que os restantes, caso vejam as tintas da gráfica, serão financiados por outros meios. A grande maioria das tentativas editorias de se publicar quadrinho exclusivamente brasileiro não dura muitas edições, mas vamos torcer para que A3 não siga o mesmo destino.

Capa do n°2. Já está à venda.

A revista tem 110 páginas de quadrinhos coloridos, PB e meio tom, exibindo uma grande variedade de estilos artísticos de artistas nacionais dos anos 80 ao século XXI, além de narrativas que vão desde homenagens a H. P Lovecraft até ataques de eco-terroristas. Alguns dos ilustradores, como Mateus Santolouco e Walter Pax, já vêm publicando trabalhos no exterior há algum tempo.

Por ser uma revista financiada com dinheiro público, Matheus Moura optou por vender a revista a um preço bem acessível, apenas R$ 3,50.

Se você curte ou quer conhecer uma amostra do Quadrinho Fantástico Nacional, mande um e-mail para: revistaa3@gmail.com ou acesse o blog REVISTA A3 QUADRINHOS
para saber mais sobre o projeto, onde encontrar e sobre o lançamento do número 2, do qual eu participo com a história MÁQUINA FANTASMA, ilustrada por Walter Pax.

MÁQUINA FANTASMA é "Scooby-Doo encontra Exorcista."

A Revista

Como a maioria das revistas do gênero, a A3 QUADRINHOS congrega roteiristas de diversos estilos e gêneros. Alguns com pouco tempo de estrada no ramo, outros há décadas tentando viver o sonho. E é na sua variedade de narrativas e traços que a A3 QUADRINHOS revela sua força e sua fragilidade.

CRASH TEST, a HQ que abre a revista, tem roteiro de Ric Milk e arte de Marcelo Cabral. Não há história propriamente dita, apenas um situação de perseguição à uma andróide. Para quem já viu BLADE RUNNER e o 5º ELEMENTO, ambos com visual baseado nos quadrinhos do francês Moebius (Jean Giraud), fica fácil reconhecer de onde vem todo o visual futurista do traço clean de Cabral. Uma clara homenagem aos filmes citados e a Moebius, uma pena que ela fique apenas nas belas imagens, já que o roteiro é apenas uma mistura de situações dos 2 filmes e com um final incipiente.

Um belo trabalho de cor em CRASH TEST.

Em A PRAGA, uma mulher desperta com seu corpo mutilado e se encontra num porão repleto de gente morta ao estilo do filme OLHOS FAMINTOS. Embora não pareça remeter a nada sobrenatural como o filme, o roteiro de Bruno Bispo com o traço original de Victor Freundt, consegue transmitir o desespero da personagem, que como o leitor, ignora como e porque foi parar em tal situação. As fotos dispostas ao longo da HQ, antes de apenas explicar de forma não-linear de onde veio a personagem, ajuda a humanizá-la, criando no leitor empatia suficiente para que ele se importe com seu destino.

O veterano E. C. Nickel escreve, desenha e pinta KAVAN, onde um astronauta solitário tem sérios problemas cada vez que um dos tripulantes desperta de seu sono criogênico. A narrativa não tem nada que já não tenha sido lido em outras HQs ou filmes e a linguagem visual (disposição dos quadrinhos e enquadramentos) de Nickel se mostra bastante datada. A impressão é de que se está lendo uma HQ do início dos anos 80. Mas isso é um problema comum com muitos artistas. Eles se apegam a um método de contar histórias e ficam presos à ela. Acontece até com estrelas da Marvel e DC. O que se salva é a aplicação competente de cores.

Veteranos marcando presença.

DEUS, de Roberval Coelho, é sobre um guerreiro motivado pela perda do seu amor que empreende uma luta contra tudo e contra todos para matar Deus. Com uma arte estilo super-heróico, mas com traços ainda imaturos, a HQ de Coelho só reproduz clichês de outras histórias sobre Deus e o Diabo. Ela continua na próxima edição, mas do jeito que acaba, nem precisaria.

O OLHO DE CTHULHU inspira-se livremente na mitologia criada pelo escritor H. P. Lovecraft, muito provavelmente o melhor autor de Horror do século XX. Matheus Moura e Walter Pax escrevem um roteiro com personagens demais e situações que não se encaixam muito bem e cujo único elo de ligação são os Antigos. Apesar de não empolgar conter a atmosfera apavorante das obras de Lovecraft, as estranhas e belas ilustrações de Pax reproduzem parte do tom épico da obra do falecido autor.

Os detalhes de Pax são divertidos: um cão gigante.

A história mais politizada e realista da revista é O.R.L.A.: OPERAÇÃO, onde um grupo de eco-terroristas invadem uma laboratório de testes de animais para libertá-los. Nem tudo sai do jeito esperado... Com um roteiro estilo hollywood (no bom sentido) de Matheus Moura, mas com excesso de diálogos (talvez por causa da importância do tema), a HQ consegue prender o interesse do leitor. O traço limpo e dinâmico do ilustrador Caio Majado se ajusta bem a narrativa criada por Moura.

Não é fácil a vida de quem gosta de animais.

BETWEEN THE SHADOWS (Entre as Sombras) é a HQ mais épica e pretensiosa da revista. Por esse motivo é a capa (arte de Mateus Santolouco) da mesma. Com 20 páginas e vários personagens, incluindo um poeta imortal, Satã e um anjo inseridos numa metrópole urbana contemporânea, o roteiro de Nando Alves promete. Vamos esperar que cumpra. A arte precisa e fotográfica de Eduardo Cardenas se ajusta bem a todos os ambientes da história. Uma pena o artificialismo típico de jovens ilustradores em relação a nudez feminina, onde a personagem Sara parece mais estar posando para uma foto do que realizando uma ação real. Mas enfim, isso passa.

Temas adultos em BETWEEN THE SHADOWS.
A HQ de FC, ARMOLITHUS, de Matheus Moura e Rodrigo Lara lembra um pouco as antigas histórias da revista HEAVY METAL, onde soldados em roupas robóticas disparavam raios em alienígenas e transavam com belas mulheres semi-nuas. O cenário psicodélico e bizarro era o que interessava de fato, já que os roteiros nunca faziam muito sentido e o destino dos personagens raramente importava. O mesmo acontece aqui.

Lembrando Heavy Metal...

ZULU é um épico light misturando tribos africanas, reis bíblicos e monstros gregos bem conhecidos e inicia dizendo que essa história ocorre “antes das lendas”. Apesar do contrasenso, a narrativa tem uma pegada SAMURAI JACK que agrada. A boa sacada final do roteirista Gian Danton e a cartunesca e simpática arte de Will, que lembra muito o ilustrador Spacca, fecham a revista com dignidade.

Zulu é o cara!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Kyoteizinc / Omodaka - dança




Direção: Hiroshi Kizu

Performer: Masako Yasumoto

Omodaka é o nome de um projeto desenvolvido através de um processo de erro/acerto em fundir música eletrônica e gráficos em movimento.
A excelente performer Masako Yasumoto realiza diversos trabalhos em performance e dança experimental no Japão.
O vídeo tem uma edição e performance ágil, bela e inspiradora.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CAPRICHO 1009

Era uma vez uma foto fofa da família...

AS COISAS MAIS FOFAS DO MUNDO... ANTES DO DESASTRE!

Deitar no colo do namorado... antes de descobrir que tinha mais duas que também estavam deitando no colo dele!

Passar a mão nos pêlos do gatinho da sua amiga e escutar ele ronronar... antes de ele te passar um monte de pulgas!

O seu travesseiro quando você chega morta da balada... antes do despertador tocar uma hora depois que você deitou porque ninguém mandou você sair em dia que tem aula pela manhã!

O seu ursinho branco gigante de pelúcia.... antes do seu rottweiller brincalhão entrar no seu quarto e arrancar a cabeça e os braços dele!

O casaco de pele de arminho que sua tia rica trouxe da Europa para você... antes de você topar com uns radicais do Greenpeace e eles jogarem tinta vermelha nele!

Aquela bolsa que te custou 170 reais e que tem um coração estampado... antes do ladrão passar a mão e sair correndo!

O pintinho amarelinho que você comprou na feira de animais... antes dele virar um galo garnizé feio e cinza!

Seu vestido branco de debutante... antes de você escorregar na entrada da festa e cair de bunda!

O seu cabelo depois de um super-tratamento no salão de beleza... antes de você pegar a maior ventania ao lado de uma construção onde tem areia voando para todos os lados!

Aquele super-sorvete com uma mega-bola gigante... antes dele escorregar do cone e se espatifar no chão!

A sua coleção de bonequinhos Hello Kitty... antes do seu irmão pequeno pegar todos eles para fazer cirurgias estéticas!

Mascar aquele chiclete ultra-fofo com calda de morango durante anos... antes da broca do dentista ter que esburacar vários dos seus dentes por causa das cáries!

A sua barriga... antes de você adicionar mais 5 quilos de fofura nela!

Jerri Dias está cada dia mais fofinho!



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A PRIMEIRA MEMÓRIA – Biografia

Nem pai, nem mãe. TV.


Quando estava produzindo um seminário sobre performance para o grupo Projeto Max, um dos palestrantes, Fernando Bakos, comentou sobre a teoria da “primeira memória”.

Não lembro onde ele leu ou escutou falar sobre isso e não achei no Google (nem mesmo em inglês), mas a teoria é sobre o fato de que nossa primeira memória (o fato ou cena mais antiga de que nos lembramos) geralmente tem algo a ver com o que vamos ser ou fazer na vida adulta. Ou pelo menos, o que gostaríamos de estar fazendo.

Ele falou, então, sobre sua primeira memória e ela realmente tinha a ver com seu trabalho como performer multimídia. Minha ex-esposa também comentou que sua memória mais antiga tinha a ver com o que ela gostava de fazer.

Quanto a mim, o fato mais antigo de que tenho lembrança é de quando eu devia ter 3 anos de idade e lembro de descer uma escada que parecia em espiral em direção ao térreo. Do alto da escada, eu podia ver uma sala vazia e uma TV ligada onde a única imagem era estática. Devia ser bem cedo, pois nos anos 70 muitos canais de TV só começavam sua programação entre 7 e 9 da manhã. É, naquela época as TVs dormiam...

Eu lembro de sentir uma sensação de solidão, pois parecia não haver ninguém por perto, mas não era uma sensação ruim nem boa, eu apenas estava sozinho com a TV fora do ar.

Bom, eu até acho que dá para tirar várias interpretações/conclusões dessa cena, mas as que fazem sentido para mim são duas:

1) Eu gosto de ficar sozinho comigo mesmo, sempre gostei, mesmo tendo um irmão e uma irmã para brincar na infância.

2) A TV fora do ar é um mundo sem imagens e sem histórias e tendo sido ela um elemento chave para o desenvolvimento de meu amor pelo cinema e quadrinhos (através de desenhos animados), acabei voltando minha vida adulta para a criação de narrativas, roteiros e direção, em uma tentativa de preencher a tela vazia com minhas próprias histórias. Não fiz isso toda a vida, claro, e nem sei se voltarei a fazê-lo, mas a vontade está lá, de forma consciente, desde meus 14 anos de idade e continua.


Não sei o quanto dessa teoria pode ser comprovada, pois isso depende de como as pessoas são capazes de analisar suas primeiras memórias em relação ao que elas fazem ou gostariam de fazer em suas vidas.

E mais tarde descobri que 1% da estática que vemos na TV são sinais de rádio da irradiação original da criação do universo. Isso mesmo, o Big Bang passa pelas nossas TVs. Se eu tivesse virado astrônomo, poderia usar esta interpretação.

De qualquer forma, não deixa de se um exercício interessante de memória e auto-conhecimento.

E você, já pensou se sua memória mais antiga tem a ver com o que você gosta ou gostaria de fazer da sua vida? É claro que se você for muito jovem ainda, talvez tenha que esperar alguns anos para descobrir a relação.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

STREET FIGHTER: LEGACY – Curta


O dublê e diretor Joey Ansah é mais um dos muito fãs na indústria cinematográfica que odeiam algumas adaptações de games de Hollywood e tentam consertar elas realizando uma produção mais caprichada e mais fiel ao original.


Apesar do game Street Fighter não ser material para um bom filme, certamente o é para cenas bacanas de luta, o que é basicamente o que o diretor quis mostrar e que fez muito bem.

É isso o que o povo quer, é isso que o povo gosta!

Assista em HD para ver o filme como ele merece ser visto.


ENQUANTO ISSO...

Não deixe de ler sobre a Ditadura do Politicamente Correto que em breve acabará com os humoristas do planeta. Lá no site da CAPRICHO.

E como sempre, mais bobagens no Blog do Jerri.

domingo, 28 de novembro de 2010

CAPRICHO 1008

Clique para ampliar.


DO DICIONÁRIO DA ADOLESCÊNCIA SEM PÉ NEM CABEÇA – Vol. IV

Academia. 1. Local onde pessoas vão malhar para ficarem gostosas e enxutas. 2. Uma faculdade qualquer onde pessoas se tornam acadêmicas na esperança de um dia serem populares como as pessoas que malham nas academias de ginástica.

Daniela Cicarelli. 1. Modelo de propaganda de refrigerante que ficou muito famosa, mostrando que tudo pode acontecer nesse país. 2. Cicarelli quer dizer barraqueira em italiano arcaico.

Gravidez. 1. Na adolescência, sinônimo de pânico total. 2. Método utilizado por garotas para se livrarem dos namorados. Ex: “Amor, fiquei grávida. Amor, onde é que você vai?”.

Loira. 1. Mulher de cabelo louro, oras. 2. Membro do sexo feminino preferido pelos homens sem sofisticação, que não percebem a diferença entre produto original e falsificado. 3. Diz-se da mulher que tem dificuldades para realizar sinapses e cujos neurônios atendem pelos apelidos de Tico e Teco.

Lost. 1. Seriado muito popular onde um bando de gente com passados misteriosos fica preso numa ilha misteriosa onde coisas misteriosas acontecem e cujos roteiristas fazem o maior mistério sobre o desfecho da série.

Menino. 1. O oposto de menina, mas então deveria se chamar Aninem e não só trocar uma vogal... 2. Infantil, tarado e zoador, quando adulto deixa de ser infantil e passa a ser apenas imaturo.

Mico. 1. Primata pequeno que vive na floresta. 2. Embaraço terrível que faz com que a pessoa queira se esconder na floresta.

Pele. 1. Revestimento celular cutâneo que cobre a superfície do corpo e o deixa mais bonito do que aquele monte de carne e veias aparecendo que você vê nos livros de biologia. 2. Uma beleza quando está lisinha e um horror quando está coberta de espinhas, cravos e outras coisas sebosas.

Pokémon. 1. Monstro de bolso para carregar... aham... no bolso para as horas difíceis da vida, tipo fim do mundo 2. Monstrinho luminoso cujo verdadeiro poder é causar convulsões em epiléticos.

Simpatia. 1. Sentimento simpático. 2. Magia razoavelmente simples para mortais praticarem devido à facilidade de se encontrar a matéria-prima em casa e arredores. Ex: cueca suja de xixi, sapo, calcinha suja de menstruação, borra de café, xixi, cocô, catarro, tatu de nariz, cera de ouvido...

Unhas. 1. Pele dura que se forma na ponta dos dedos. 2. Milhões de anos atrás eram garras potentes que serviam para rasgar a carne das presas durante lutas sangrentas. Hoje, se alguém quebra a unha no teclado do computador, é uma desgraça.

Vagina. 1.Nome feio que menina de família não deve falar em voz alta, especialmente se estiver sendo filmada. 2. Orgão sexual feminino que atende por diversos apelidos.


Jerri Dias não tem pé nem cabeça.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NÃO DOIS NÃO UM – Dica de Blog

O blog do Gustavo Gitti talvez seja o melhor blog nacional sobre relacionamentos de casais em um oceano de blogs sobre o assunto. Com coerência, paixão, lucidez e insights originais, Gustavo apresenta textos bem-humorados e essenciais para qualquer um que queira viver um relacionamento maduro, realista e sincero.


Nossos sentimentos e emoções vem e vão, crescem e desaparecem, como fases da Lua. Por que então tomá-los como base de nossas relações?

O amor como sentimento (ou sobre as crianças mimadas que somos).

“Na mesma época em que as crianças se tornaram representantes de nossa vida além da morte, começamos a organizar nossa sociedade pelos sentimentos. Não só nos casamos por amor, mas até nossos laços de sangue pouco valem sem os afetos. Passamos de um mundo em que havia laços com ou sem sentimentos (tanto fazia) a um mundo em que os sentimentos são condição dos laços.” –Contardo Calligaris

Nós queremos ser chacoalhados. Filmes, músicas, drogas, álcool, chocolates, viagens, sapatos, amores… Somos felizes quando somos movidos por algo. Toda paixão – como já sugere a raiz grega, páthos – é uma forma de passividade. Nós sofremos paixão, padecemos, nos assujeitamos.
Caímos arrebatados, atropelados. We fall in love: a paixão é algo que nos acontece.

Primeiro, a confissão “Estou apaixonado por ele!”, que significa “Ele faz coisas comigo, ele me deixa viva, linda e feliz”. Depois, “Eu te adoro”, nada diferente de pedir que o outro continue nos movendo, seguido pelo clássico “Eu te amo”, ou seja, “É por você que quero ser amada”. E enfim o pedido de casamento, cujo discurso gira em torno de “Eu nunca fui tão feliz como nos últimos anos, por isso quero passar o resto da minha vida com você” (assista aos dois primeiros pedidos: os caras não falam da vida delas, mas de sua própria felicidade). Em nosso autocentramento, o “Eu” de tais frases não é ator algum. É sujeito.


Continue lendo o resto do ensaio aqui.

PARTE 2

PARTE 3

NÃO DOIS NÃO UM - Home


terça-feira, 23 de novembro de 2010

POR DENTRO DO LSD - Documentário



Esse excelente documentário da National Geographic Explorer aborda o LSD e sua história de forma adulta, científica e sem preconceitos.
Um dos cientistas filosofa que durante nossa existência, existem acontecimentos que modificam a forma como uma pessoa passa a ver a vida.
Esses acontecimentos, segundo ele, seriam apaixonar-se, casar, ter filhos, uma separação dolorosa, sofrer pela morte de alguém próximo e provar LSD.
Concordo completamente.











segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CAPRICHO 1007


Como todos sabem, o Natal é a época que representa o nascimento do consumismo desenfreado na nossa sociedade, então aí vão...

DOZE PRESENTES DE NATAL PARA PEDIR AO PAPI NOEL!

1. Um implante de silicone, afinal, seu sonho é ser atriz da Globo!

2. Um namorado que não fique com suas amigas, não fique pedindo para você fazer os trabalhos de escola dele e que use desodorante!

3. Um intercâmbio para a Austrália, onde as praias são cheias de surfistas gostosos (que o digam os tubarões que costumam arrancar as pernas deles)!

4. Uma carteira falsa de motorista, já que você nunca consegue passar no teste de baliza, parar em lomba, estacionar, dirigir em linha reta...

5. Caixas de DVDs do LOST, Smallville, Friends, O.C., e muitos outros, já que você quebrou as duas pernas e vai ficar o verão inteiro de cama.

6. Um monte de roupas quatro números menores do que as suas, para quando você deixar de pesar 90 quilos.

7. O divórcio de seus pais, para que seu pai leve o chato do seu irmão junto com ele!

8. Uma guitarra, para formar a sua banda de rock, mas na verdade uma desculpa para agarrar mais meninos!

9. Passar no vestibular de Medicina sem ter que abrir um único livro para estudar!

10. Conseguir entender o que se passa na cabeça dos meninos, para poder dizer com toda a autoridade que eles não tem nada na cabeça mesmo!

11. Um batom, uma saia curta e um sapato de salto alto, para desafiar seus pais evangélicos radicais!

12. Um CD do Jota Quest, porque é a única coisa que você vai ganhar por ter sido uma menina muito má esse ano!

Jerri Dias ganhou um CD do Jota Quest mas já arranhou ele todo.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

HEROES – Série de TV

Uma série que tinha tudo para dar certo.
Clique na imagens para ampliar.

Um mundo real como o nosso, mas com pessoas com habilidades extraordinárias vivendo entre nós. Algumas estão conscientes de seus poderes, outras apenas suspeitam e um número maior ainda não despertou para sua realidade fantástica.

Claramente baseado em um sem número de quadrinhos, para citar apenas WATCHMEN e X-MEN, HEROES foi lançado com um timing perfeito. Super-heróis estavam bombando no cinema (e ainda estão), então porque não lançar uma série de TV sobre eles?


HEROES - Trailer

Foi o que deve ter pensado Tim Kring, apesar de ele dizer que sua premissa era criar uma série onde pessoas pudessem tomar uma atitude contra o caos que parece estar no fim do túnel. Depois de ter descartado uma série com policiais ou médicos, ele percebeu que as únicas pessoas que poderiam realmente dar um jeito efetivo nas coisas, seria um grupo de super-heróis. Na vida real, são os políticos que poderiam fazer isso, mas a maioria deles está mais para vilão do que qualquer outra coisa.


A idéia para explicar pessoas com habilidade extraordinárias em escala global só poderia ser a genética. Pois só através dela a série poderia ter personagens do mundo todo e não apenas americanos super-poderosos, como é de praxe. Bola dentro de Kring, que assim garantiu uma abrangência muito maior para sua série, criando personagens indianos, japoneses e mexicanos para interagir com o elenco americano.


Heróis?...

O gatilho que detona o surgimento dos poderes é o eclipse que acontece no início da série e que também é o logo da série. Os roteiristas, porém, sabiamente evitam fazer qualquer relação entre um eclipse e a genética humana, usando isso apenas como uma alegoria.

HEROES (2006 – 2010) teve 77 episódios distribuídos entre 4 temporadas.

A 1ª temporada, a melhor delas, mostrava pessoas comuns descobrindo e tendo que lidar com poderes além de sua compreensão e a sensação de descoberta e maravilhamento eram uma constante na temporada, sem falar em todo o mistério que envolvia vários dos personagens e as situações-limite em que cada episódio finalizava. Com uma produção impecável, direção competente, bons atores (com exceção de Sendhil Ramamurthy, péssimo), e efeitos especiais acima da média para a TV, HEROES era realizado como um filme para cinema e isso não passou desapercebido pelos espectadores, que garantiram uma primeira temporada com uma audiência média de 14 milhões nos EUA.


Sylar adquire poderes nucleares.

Nessa primeira temporada, os heróis tem que salvar New York de uma explosão atômica que será causada por um homem-nuclear e ainda cuidar de Sylar (Zachary Quinto), um super-vilão que rouba os poderes das pessoas abrindo-lhes a caixa craniana e comendo seus cérebros.

Isso, e os caminhos que querem seguir os heróis mais poderosos da série, Peter Petrelli (Milo Ventimiglia) – capaz de emular qualquer super-poder - e Hiro Nakamura (Masi Oka) – mestre do espaço-tempo - indicam que a 2ª temporada será marcada por colocar em prática o que o produtor Kring queria inicialmente: pessoas capazes de mudar o rumo do mundo e consertar as coisas.

Infelizmente, não foi bem o que aconteceu.


HEROES UNMASKED – Making of


Embora a segunda temporada tenha começado bem se inspirando em DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO, dos quadrinhos de X-MEN, mostrando alternadamente os personagens no presente e em um futuro alternativo onde parte da humanidade foi dizimada por um vírus e pessoas super-poderosas são uma constante, a série acabou prejudicada pela greve dos roteiristas que aconteceu em 2007 e por isso vários episódios tiveram de ser alterados ou condensados, o que prejudicou o andamento da série.

E discrepâncias nos personagens surgem, como quando Sylar rouba os poderes de Claire (Hayden Panettiere) dizendo que não precisa comer o cérebro dela, o que faz com que o espectador se pergunte porque Sylar se deu ao trabalho de assassinar e arrancar o cérebro de tantas pessoas antes se não precisava devorá-los e nem sequer matá-las para roubar-lhes os poderes?


No futuro, a líder de torcida invulnerável e insegura será uma agente impiedosa indestrutível.

Kring e os roteiristas também começam a perder o controle da série, eliminando personagens importantes de forma banal ou simplesmente passando a ignorá-los. Da mesma forma, personagens novos e interessantes são integrados a trama para logo em seguida serem descartados. Na maioria das vezes, sem maiores explicações. Isso aconteceria também nas duas temporadas seguintes.

De qualquer forma, a 2ª temporada ainda assim foi um sucesso e manteve um bom nível de interesse e qualidade, com quase 17 milhões de espectadores no primeiro episódio.

A 3ª temporada foi divida em dois volumes: VILÕES e FUGITIVOS.

Em VILÕES, somos apresentados ao Nível 5, uma prisão subterrânea onde serial killers e sociopatas super-poderosos são mantidos em celas onde não conseguem usar seus poderes. Como uma cela consegue bloquear o código genético de uma pessoa escapa a minha compreensão... É como se uma cela conseguisse impedir uma pessoa de usar seus sentidos. Bem, os vilões fogem e tem que ser capturados. Novamente, a série acaba por ficar presa a situações banais de filmes policias e sociedades secretas conspiratórias que não cumprem o que prometem na trama.


Arthur Petrelli comanda os vilões em sua tentativa de criar super-homens à seu comando.

FUGITIVOS, o segundo volume da 3ª temporada, mais uma vez inspira-se m X-MEN fazendo com que uma força-tarefa secreta do governo passe a caçar e prender todo meta-humano, independente dele ser uma mera estudante ou um serial killer. Para uma série que queria ser realista, os roteiristas ignoram o impacto familar, social e político que prisões arbitrárias teriam nesse mundo, já que em nenhum momento é mostrado o que isso causa aos amigos e parentes das pessoas capturadas, que são dezenas. A boa intenção de criticar a política Bush pós-11/9 é interessante, mas só faz um risco na superfície.

Nessa temporada, o personagem mais promissor e interessado em seu potencial, Hiro, se transforma no alívio cômico da série, ou seja, um palhaço. A mudança de personalidade ainge outros personagens também, como o político Natha Petrelli, que de cético passa a ser um crente religioso de uma hora para outra sem relevãncia alguma para a trama.

A 4ª temporada, embora tenha um episódio ou dois que conseguem retomar a dignidade e o espírito da 1ª temporada, especialmente redimindo o personagem de Hiro, coloca os personagens em uma situação circense também inspirada nos quadrinhos de X-MEN, onde os mutantes serviam de atração num circo. Apesar de nesse circo as pessoas atuarem voluntariamente, o vilão não é realmente ameaçador e Sylar, como na 3ª temporada, fica sendo jogado para o lado do Bem e do Mal, acabando com a credibilidade de um ótimo personagem que bem poderia ter sido o vilão principal de todos.


Hiro recupera sua dignidade perdida pelos roteiristas em seu confronto com Sylar no passado.

Bem, isso foi um breve resumo crítico de tudo o que acontece nas temporadas, mas é bom lembrar que existem inúmeras tramas e sub-tramas em HEROES que envolvem todos os personagens. Algumas são interessantes, como Hiro viajando no tempo ao Japão Feudal e algumas péssimas, como o desfecho da personagem Niki Sanders (Ali Larter).

Com a série perdendo rapidamente seus espectadores a partir da 3ª temporada devido a baixa qualidade dos roteiros (também conhecido como “efeito enrolação”), crises internas fizeram com que mentes criativas da série fossem demitidas. O que só piorou o quadro, já que a 4ª temporada foi fraca e insípida.

E com uma média de 5 milhões de espectadores nesta temporada(1/3 da primeira), a NBC decidiu cancelar a série que foi chamada de “Novo LOST” na sua estréia e que havia recebido inúmeros prêmios e indicações no seu primeiro ano.
É, nem sempre os heróis vencem.


Começou com um estrondo, acabou com um sussurro.

Ainda assim, recomendo a série para quem gosta do gênero Fantástico e super-heróis. Veja pelo menos as duas primeiras temporadas e se quiser, arrisque-se nas outras duas.

Boa sessão.

Uma boa sacada de marketing da série foi encomendar uma série em quadrinhos que narra eventos não mostrados na TV.
Capa de Alex Ross e ilustrações internas de vários desenhistas.

Boa leitura.

ZEROES – Paródia da NBC




Verifique a programação da Rede Record e Universal Channel para assistir a série.

Ou alugue na sua locadora.

Ou ainda, compre as temporadas clicando nos banners do Submarino ao lado.

HEROES no Orkut.

domingo, 14 de novembro de 2010

PSICOSE (Bernard Hermann) – Trilha Sonora




PSICOSE talvez seja o filme mais famoso de Alfred Hitchcock, mas se não é, certamente possui a trilha sonora mais famosa de seus filmes.Quem não (re)conhece os frenéticos violinos na clássica cena da banheira quando Norman Bates (Anthony Perkins) assassina Marion (Janet Leigh) à facadas?

Mas Bernard Hermann (1911 – 1975) não ficou famoso apenas por estabelecer um novo patamar para trilhas de filmes de Horror. De 1940 à 1974 compôs diversas trilhas excepcionais para grandes cineastas, várias delas para Hitchcock, e durante esse período foi um dos 5 melhores compositores de trilhas sonoras de filmes americanos.



ENQUANTO ISSO...


Guia das Profissões Mais ou Menos. Coluna exclusiva para o site da CAPRICHO.

E como sempre, postagem nova no blog da CAPRICHO.


225.000 VISITAS!

Uau!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

CAPRICHO 1006

Numa cena de probreza do filme, Homem-Arranha tem que se virar como limpador de janelas de arranha-céus.

Ano que vem vão lançar um monte de filme bacana, mas se fosse eu dirigindo, elas seriam...

AS MAIORES BOMBAS DO CINEMA!

HOMEM-ARRANHA 3

Depois de ter sido picado por um gato radioativo, o jovem Pedro Prado desenvolve os poderes de flexionar suas unhas igual à um gato. Ele passa então a ser o super-herói Homem-Arranha, lutando contra seus inimigos mortais, o Tesouraman e o Comedor de Unha!


"Chega de histórias de Nárnia! Vão já pra cama!"

AS CRÔNICAS DE NADA 2

Depois de se aventurar por um reino de fantasias e voltar sem ter nada para contar, as crianças do primeiro filme voltam agora para viver mais fantasias na Terra de Nada. Mas os críticos estão dizendo que não é para esperar muito desse filme que ele vai ser meio vazio.


Em um momento relax do filme, Optimus Prime toma um banho de sol no estacionamento...

TRANSMORFERS

Um bando de robôs gigantes alienígenas que viram carros terráqueos! Ou seriam carros da Terra que se transformam em robôs gigantes alienígenas? Bem, o fato é que eles vieram para invadir as lojas de brinquedos e fazer os pais marcharem na maior grana para comprar essas porcarias para os pirralhos.


Se eu conseguir o Chuck Norris pra fazer esse filme, aí todo mundo vai acreditar que uma só pessoa pode derrotar 30.000!
Se não der, vou ter que optar por uma versão mais simples...

301

Trezentos e um guerreiros enfrentam trinta mil bárbaros! Eles são bravos e corajosos?! Ou apenas não sabem contar?! O filme dura mais ou menos 1 minuto, que é o tempo que os bárbaros levam para matar o um que ficou, porquê os outros 300 saíram correndo quando viram os inimigos.


Foto da emocionante cena em que Jackie Chan e Chris Rock lêem um livro no engarrafamento monstro.

A HORA DO PIQUE 3

Agora os policiais vividos por Chris Rock e Jackie Chan vêm para São Paulo enfrentar o PCC e ficam presos nos engarrafamentos durante quase todo o filme. O momento mais dramático é quando chove e Jackie tem que usar seus talentos acrobáticos para escalar árvores e casas para fugir da enchente.


Severus Snape inventa uma nova forma de punir os alunos de Hogwarts!

HARRY POTTER E A DESORDEM DA FÊNIX

O encantador bruxinho virou um adolescente desengonçado e cheio de espinhas que nem sua varinha mágica consegue curar. A tal Fênix aparece, faz uma bagunça e Harry tem que limpar tudo sozinho enquanto se defende de mais um ataque de Voldemort.



Jerri Dias já foi faxineiro em Hollywood.

domingo, 7 de novembro de 2010

FRUTAS CÍTRICAS - Conto


Eu chupava um limão quando ela apareceu, chupando uma laranja.
Me apaixonei na hora.
Discretamente, joguei-lhe um abacaxi para chamar a atenção.
Ela nem notou. Será que ela não gostava de abacaxi?
Fiquei olhando para ela e sorrindo, tentando demonstrar a minha felicidade, o que era muito difícil, já que eu estava chupando um limão.
Resolvi me aproximar e tentar um papo-cabeça.
- Bom dia – disse eu.
Ela não me respondeu. Tentei algo diferente:
- Os filhos moravam numa casa de bonecas – comentei, sorrindo.
- Não se pode beijar uma caveira, porque ela não tem língua – ela falou, séria, enquanto chupava sua laranja.
- Mas e quanto aquele médico metido a cineasta? – perguntei.
- Eu continuei jogando penas ao ar, mas não adiantou nada. Os espectadores só se chatearam – ela continuou.
- Ah! Yah! Ahnn... Ahh! Yah! Yah! – exclamei, chupando o meu limão que me dava arrepios no céu da boca.
- Olha, eu tô a fim de assistir uns curtas experimentais no Goethe. Vamos? – disse ela, convidativa e lasciva, chupando aquela fruta cítrica.
- Eu não posso. Preciso estar aqui no final.
- Então eu vou com o General.
Então ela foi com o General.
E aqui eu termino esta historinha experimental, me virando para o leitor com meu limão:
- Auf wiedersen!


Jerri Dias, André Gustavo, Rodnério Rosa
Porto Alegre, 1990.


P.S. - Esse conto faz parte de uma série de muitos que eu e meus amigos escrevíamos à 3 mãos nas nossas noites no bar Tutti Giorni. Esse conto surrealista em particular, surgiu a partir de uma ida à uma mostra de filmes experimentais alemães no Goethe Institut.