quarta-feira, 17 de novembro de 2010

HEROES – Série de TV

Uma série que tinha tudo para dar certo.
Clique na imagens para ampliar.

Um mundo real como o nosso, mas com pessoas com habilidades extraordinárias vivendo entre nós. Algumas estão conscientes de seus poderes, outras apenas suspeitam e um número maior ainda não despertou para sua realidade fantástica.

Claramente baseado em um sem número de quadrinhos, para citar apenas WATCHMEN e X-MEN, HEROES foi lançado com um timing perfeito. Super-heróis estavam bombando no cinema (e ainda estão), então porque não lançar uma série de TV sobre eles?


HEROES - Trailer

Foi o que deve ter pensado Tim Kring, apesar de ele dizer que sua premissa era criar uma série onde pessoas pudessem tomar uma atitude contra o caos que parece estar no fim do túnel. Depois de ter descartado uma série com policiais ou médicos, ele percebeu que as únicas pessoas que poderiam realmente dar um jeito efetivo nas coisas, seria um grupo de super-heróis. Na vida real, são os políticos que poderiam fazer isso, mas a maioria deles está mais para vilão do que qualquer outra coisa.


A idéia para explicar pessoas com habilidade extraordinárias em escala global só poderia ser a genética. Pois só através dela a série poderia ter personagens do mundo todo e não apenas americanos super-poderosos, como é de praxe. Bola dentro de Kring, que assim garantiu uma abrangência muito maior para sua série, criando personagens indianos, japoneses e mexicanos para interagir com o elenco americano.


Heróis?...

O gatilho que detona o surgimento dos poderes é o eclipse que acontece no início da série e que também é o logo da série. Os roteiristas, porém, sabiamente evitam fazer qualquer relação entre um eclipse e a genética humana, usando isso apenas como uma alegoria.

HEROES (2006 – 2010) teve 77 episódios distribuídos entre 4 temporadas.

A 1ª temporada, a melhor delas, mostrava pessoas comuns descobrindo e tendo que lidar com poderes além de sua compreensão e a sensação de descoberta e maravilhamento eram uma constante na temporada, sem falar em todo o mistério que envolvia vários dos personagens e as situações-limite em que cada episódio finalizava. Com uma produção impecável, direção competente, bons atores (com exceção de Sendhil Ramamurthy, péssimo), e efeitos especiais acima da média para a TV, HEROES era realizado como um filme para cinema e isso não passou desapercebido pelos espectadores, que garantiram uma primeira temporada com uma audiência média de 14 milhões nos EUA.


Sylar adquire poderes nucleares.

Nessa primeira temporada, os heróis tem que salvar New York de uma explosão atômica que será causada por um homem-nuclear e ainda cuidar de Sylar (Zachary Quinto), um super-vilão que rouba os poderes das pessoas abrindo-lhes a caixa craniana e comendo seus cérebros.

Isso, e os caminhos que querem seguir os heróis mais poderosos da série, Peter Petrelli (Milo Ventimiglia) – capaz de emular qualquer super-poder - e Hiro Nakamura (Masi Oka) – mestre do espaço-tempo - indicam que a 2ª temporada será marcada por colocar em prática o que o produtor Kring queria inicialmente: pessoas capazes de mudar o rumo do mundo e consertar as coisas.

Infelizmente, não foi bem o que aconteceu.


HEROES UNMASKED – Making of


Embora a segunda temporada tenha começado bem se inspirando em DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO, dos quadrinhos de X-MEN, mostrando alternadamente os personagens no presente e em um futuro alternativo onde parte da humanidade foi dizimada por um vírus e pessoas super-poderosas são uma constante, a série acabou prejudicada pela greve dos roteiristas que aconteceu em 2007 e por isso vários episódios tiveram de ser alterados ou condensados, o que prejudicou o andamento da série.

E discrepâncias nos personagens surgem, como quando Sylar rouba os poderes de Claire (Hayden Panettiere) dizendo que não precisa comer o cérebro dela, o que faz com que o espectador se pergunte porque Sylar se deu ao trabalho de assassinar e arrancar o cérebro de tantas pessoas antes se não precisava devorá-los e nem sequer matá-las para roubar-lhes os poderes?


No futuro, a líder de torcida invulnerável e insegura será uma agente impiedosa indestrutível.

Kring e os roteiristas também começam a perder o controle da série, eliminando personagens importantes de forma banal ou simplesmente passando a ignorá-los. Da mesma forma, personagens novos e interessantes são integrados a trama para logo em seguida serem descartados. Na maioria das vezes, sem maiores explicações. Isso aconteceria também nas duas temporadas seguintes.

De qualquer forma, a 2ª temporada ainda assim foi um sucesso e manteve um bom nível de interesse e qualidade, com quase 17 milhões de espectadores no primeiro episódio.

A 3ª temporada foi divida em dois volumes: VILÕES e FUGITIVOS.

Em VILÕES, somos apresentados ao Nível 5, uma prisão subterrânea onde serial killers e sociopatas super-poderosos são mantidos em celas onde não conseguem usar seus poderes. Como uma cela consegue bloquear o código genético de uma pessoa escapa a minha compreensão... É como se uma cela conseguisse impedir uma pessoa de usar seus sentidos. Bem, os vilões fogem e tem que ser capturados. Novamente, a série acaba por ficar presa a situações banais de filmes policias e sociedades secretas conspiratórias que não cumprem o que prometem na trama.


Arthur Petrelli comanda os vilões em sua tentativa de criar super-homens à seu comando.

FUGITIVOS, o segundo volume da 3ª temporada, mais uma vez inspira-se m X-MEN fazendo com que uma força-tarefa secreta do governo passe a caçar e prender todo meta-humano, independente dele ser uma mera estudante ou um serial killer. Para uma série que queria ser realista, os roteiristas ignoram o impacto familar, social e político que prisões arbitrárias teriam nesse mundo, já que em nenhum momento é mostrado o que isso causa aos amigos e parentes das pessoas capturadas, que são dezenas. A boa intenção de criticar a política Bush pós-11/9 é interessante, mas só faz um risco na superfície.

Nessa temporada, o personagem mais promissor e interessado em seu potencial, Hiro, se transforma no alívio cômico da série, ou seja, um palhaço. A mudança de personalidade ainge outros personagens também, como o político Natha Petrelli, que de cético passa a ser um crente religioso de uma hora para outra sem relevãncia alguma para a trama.

A 4ª temporada, embora tenha um episódio ou dois que conseguem retomar a dignidade e o espírito da 1ª temporada, especialmente redimindo o personagem de Hiro, coloca os personagens em uma situação circense também inspirada nos quadrinhos de X-MEN, onde os mutantes serviam de atração num circo. Apesar de nesse circo as pessoas atuarem voluntariamente, o vilão não é realmente ameaçador e Sylar, como na 3ª temporada, fica sendo jogado para o lado do Bem e do Mal, acabando com a credibilidade de um ótimo personagem que bem poderia ter sido o vilão principal de todos.


Hiro recupera sua dignidade perdida pelos roteiristas em seu confronto com Sylar no passado.

Bem, isso foi um breve resumo crítico de tudo o que acontece nas temporadas, mas é bom lembrar que existem inúmeras tramas e sub-tramas em HEROES que envolvem todos os personagens. Algumas são interessantes, como Hiro viajando no tempo ao Japão Feudal e algumas péssimas, como o desfecho da personagem Niki Sanders (Ali Larter).

Com a série perdendo rapidamente seus espectadores a partir da 3ª temporada devido a baixa qualidade dos roteiros (também conhecido como “efeito enrolação”), crises internas fizeram com que mentes criativas da série fossem demitidas. O que só piorou o quadro, já que a 4ª temporada foi fraca e insípida.

E com uma média de 5 milhões de espectadores nesta temporada(1/3 da primeira), a NBC decidiu cancelar a série que foi chamada de “Novo LOST” na sua estréia e que havia recebido inúmeros prêmios e indicações no seu primeiro ano.
É, nem sempre os heróis vencem.


Começou com um estrondo, acabou com um sussurro.

Ainda assim, recomendo a série para quem gosta do gênero Fantástico e super-heróis. Veja pelo menos as duas primeiras temporadas e se quiser, arrisque-se nas outras duas.

Boa sessão.

Uma boa sacada de marketing da série foi encomendar uma série em quadrinhos que narra eventos não mostrados na TV.
Capa de Alex Ross e ilustrações internas de vários desenhistas.

Boa leitura.

ZEROES – Paródia da NBC




Verifique a programação da Rede Record e Universal Channel para assistir a série.

Ou alugue na sua locadora.

Ou ainda, compre as temporadas clicando nos banners do Submarino ao lado.

HEROES no Orkut.

2 comentários:

  1. Pois é, eu gostei da série...
    apesar de ela ter suas falhazinhas de vez em quando!

    abraços Jerri

    http://controlandominhamaluquez.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Eu asho meio que babaquice .. mas vii as 3 temporadas .. a 4 non shegou aiinda .. =}

    ResponderExcluir