A autora
Doris Lessing (1919 – 2013) foi uma das maiores escritoras do século XX. Foi a mulher mais velha a receber o Nobel de Literatura, em 2007. O comitê a descreveu como “a poeta épica da experiência feminina, que com seu ceticismo, fogo e poder visionário subjugou uma civilização dividida ao escrutínio.”
Doris Lessing nos anos 50, época da publicação do livro.
A obra
Primeiro dos cinco volumes da série FILHOS DA VIOLÊNCIA, essa obra escrita em 1952 conta a passagem da adolescência para o mundo adulto de Martha Quest em sua busca existencial e política por seu lugar em um século XX divido pelo preconceito entre raças, gêneros e ideologias políticas radicais. Neste volume, o choque de gerações entre a mãe e a filha Martha, nos anos 1930, se mostra pouco diferente dos atuais. Independente, atéia e intelectualmente superior a média racista branca da colônia africana onde vive, Martha sai da fazenda onde vive para morar na capital, onde entra em contato com judeus e socialistas que lutam pelo fim da segregação racial e claro, pela implantação do socialismo. Apesar de avessa ao casamento por acreditar que isso acabaria com seus sonhos (o que nos anos 30, acabava mesmo com os sonhos de qualquer mulher que ambicionasse mais do que ser dona-de-casa e ter pencas de filhos), ela acaba se casando com um colega do partido socialista a que pertence.
Inspirado na vida real da escritora, a série vai da adolescência a maturidade da personagem, em uma narrativa que se aprofunda nos anseios, medos, dúvidas e questionamentos que todo ser humano deveria ter a coragem de encarar. Um retrato honesto e verdadeiro de um passado que tem mais ecos no presente do que gostaríamos que tivesse.
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