segunda-feira, 30 de novembro de 2009

COFFEE IS MY BOYFRIEND – Blog Convidado

A Cristina de Souza tem 20 anos e mora ora em Palhoça, ora em Joinville, ambas em Santa Catarina. Não sei por quê. Uma hora dessas eu pergunto...
Mas o que interessa agora é conhecer o que se passa na cabeça e na vida dessa judoca que constrói textos que começam de um jeito que parece que não vão dizer nada e no final dizem tudo...

E se gostar dessa crônica da Cristina, muitas mais no Coffee is My Boyfriend.


CAFÉ

Andava na rua, no frio, alheia a tudo. A garoa teimosa caia, e o dia estava pateticamente cinza.

Em passos apressados, ia a lugar nenhum. Viu uma doceria que parecia aconchegante, tudo que precisava era tomar um bom café pra colocar as idéias no lugar. Não hesitou em entrar. Mesmo com seu jeito enfático, ninguém pareceu notar sua presença. Ninguém se moveu. Era tudo meio cinza lá dentro também, mas era quente. O cheiro de café fresco e os doces na vitrine, convidativos. Sentou-se em uma das mesas com a toalha xadrez desbotada, e escolheu um capuccino tipo italiano com chantilly.

Enquanto esperava observava as pessoas afundadas em seus jornais lendo as rotineiras notícias de violência com um mesmo ar inexpressível de quem lê horóscopo. Era assim que acontecia, todos os dias a mesma coisa, e todos nós conformados, pensou. Mas assim que chegou seu capuccino, numa visão deslumbrante de chantilly derretendo, esqueceu de tudo.

Quando o paladar pode sentir o gosto perfeito do café com chocolate, ela sentiu como se não houvesse mais nada a se preocupar. Esqueceu dos próprios problemas que a faziam andar na rua num dia de garoa, problemas que julgava serem os maiores do mundo. Enquanto bebericava lentamente o capuccino, ia pensando que não havia graça em viver. Não tinha as roupas que desejava, brigara com os pais porque os mesmos não a deixavam voltar de madrugada as festas, e tinha um namorado por conveniência, que parecia nem ligar para sua existência. Mas algo a tirou de seu mundinho imperfeito: mãos pequenas e unhas sujas, que ofertavam jujubas.

Ao ver as mãos, observou tudo, os pés com chinelos, as roupas surradas e úmidas, os olhos. Os olhos brilhantes, mas um brilho de súplica. Encarou esses pequenos olhos, bem no fundo, e foi como se algo a tivesse despertado para o mundo. O mundo real, onde os problemas vão muito além de brigas com namorados ou preço de sapatos.

Ali na sua frente a realidade crua, nua, vendendo nada mais que jujubas, com um sentimento de culpa por estar tentando sobreviver.

Encarou o olhos.

Não comprou jujubas. Não pôde.

Num ápice, abraçou o menino sujo. Assustado, hesitou por um momento, mas cedeu.

Ali, em uma cena que soava a compaixão, duas pessoas ganharam o mundo. A menina, por perceber que existe algo além de seus próprios caprichos, e o menino por saber que apesar de tudo, não se pode deixar perder o amor à vida.

Quando largou o menino, o brilho nos olhos dele já não era de súplica: mas sim de esperança.

Apressadamente, ela pagou o café, pagou um café para o menino, e foi-se.

E, apesar da garoa teimosa, nada parecia mais cinza.

E o menino, quase sem entender, sorriu. Não vendeu jujubas, vendeu realidade.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ARVO PART – Spiegel im Spiegel – Vídeoclip


Cenas do filme O ESPELHO do cineasta Andrei Tarkovsky, que um fã editou, acrescentando a música de Arvo Part.

Sempre gostei de música clássica, acho que desde criança, mas não sei quase nada de música erudita contemporânea e quando li a revista BRAVO n° 1 me deparei com uma extensa matéria falando de Arvo Part, um compositor erudito da Estônia. A matéria falava de seu talento extraordinário, de como sua música era sublime e penetrava na alma das pessoas.


Bom, fiquei empolgado com a matéria e pedi um CD de Natal pra Xanda e ganhei. Confesso que a princípio tive uma certa dificuldade para entender os acordes dissonantes e a melodia complexa, mas lá pela 5ª vez que escutei o CD, comecei a “entender” a musicalidade dele e a apreciá-la.


E adorei.


Hoje, Arvo Part está entre meus compositores favoritos de depois que passei a conhecer seus trabalhos, percebi que vários dos grandes cineastas utilizam suas composições em seus filmes.

Essa música que postei aqui é, digamos, mais "fácil" e se traduz por “Espelho no Espelho”.

Apreciem a beleza e a melancolia que ela evoca.


ENQUANTO ISSO...

A Ana Carolina fez uma entrevista bem bacana comigo lá no blog FALA SÉRIO. Tem até umas fotos de quando eu era bonitinho, e não esse trapo velho de hoje...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

10 PLEBISCITOS QUE VÃO DAR SIM! - Humor

Você sabia que a MTV era um canal de música e passava vídeo clips 24 horas por dia?
O clássico clip de Robert Palmer...

 

...e a resposta de Shania Twain!


O Governo e a Rede Globo levaram o NÃO na Proibição das Armas, mas como fiquei com pena, criei...

10 PLEBISCITOS QUE VÃO DAR SIM!

1. Malhação deve virar matéria obrigatória no currículo escolar?

2. Os corruptos brasileiros devem ser açoitados em frente ao Congresso Nacional e depois jogados numa ilha deserta cercada de tubarões?


3. Rock stars e astros de Hollywood devem ter isenção de imposto para vir morar no Brasil?


4. Celular deve ser considerado necessidade básica e o minuto passar a valer apenas um centavo?


5. Todo brasileiro deve ter direito e acesso gratuito a internet banda larga?


6. O vestibular deve ser adiado para depois dos 21 anos para dar tempo ao jovem decidir melhor a profissão?


7. O Horário Político gratuito deve ser restrito a exibições somente às 6 da manhã?


8. A MTV deve voltar a exibir videoclips ao invés de programas de auditório?


9. O governo brasileiro deveria respeitar a Constituição e aumentar o salário mínimo em seu valor real?


10. O Jota Quest deve ser proibido de compor e cantar canções no Brasil?


Jerri Dias deve continuar a escrever bobagens impunemente?


Coluna publicada na Capricho 980.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

DIÁRIO DE BORDO - conto



Atlântico, 14 de agosto de 1916.

A missão foi um sucesso. O Victory afundou ontem, por volta das 23 horas. A maioria estava dormindo. Todos os 360 passageiros e tripulantes morreram. O mar está repleto de destroços. O submarino Wolffkrieg deve me apanhar nestas coordenadas dentro de dois dias. Tenho provisões para três. Salve o Imperador Guilherme II.

Atlântico, 15 de agosto de 1916.

Esta noite escutei gemidos estranhos vindos do sul. Não consegui ver nada. A noite não teve lua. Bebi água demais ontem e hoje por causa do Sol. É muito quente durante o dia e esfria demais à noite. O cobertor que trouxe não é suficiente.


Atlântico, 16 de agosto de 1916.

O Wolffkrieg virá hoje. A qualquer momento poderei divisá-lo no horizonte. Uma barbatana de tubarão emergiu à 10 metros do meu bote e mergulhou. Já fazem duas horas. Deve ter ido embora. Será que toda aquela carne inglesa não os saciou?

Atlântico, 17 de agosto de 1916.


O Wolffkrieg não veio. Deve ter acontecido algum imprevisto. Deve chegar hoje. Estou queimado de Sol. Minha pele dói e coça. Não posso mais encostar nas bordas do bote. Fico coberto a maior parte do tempo. De vez em quando me molho para me refrescar, mas não gosto de colocar a mão na água por causa dos tubarões. A água está acabando e só me sobrou um pedaço de salsicha.

Atlântico, 18 de agosto de 1916.

Tenho um convidado. É um sobrevivente do Victory. É um compatriota e tem o mesmo nome, Jurgen. E pensar que quase atirei nele quando o vi agarrado num destroço... Será bom ter companhia. A comida e a água acabaram e a merda do Wolffkrieg não apareceu!

Atlântico, 19 de agosto de 1916.

Ontem vimos dois tubarões. Não apareceram mais. Jurgen e eu contamos piadas de ingleses para aliviar a tensão. Não temos linha para pescar. Meu corpo tá todo dolorido das queimaduras.

Atlântico, 20 de agosto de 1916.

Inexplicavelmente Jurgen sabe que fui eu que explodi o navio. Como? Eu não contei. Mesmo um compatriota alemão não poderia saber que sou um sabotador. Perguntou se eu não estava com remorso. Disse que não sabia do que estava falando, que era tão vítima quanto ele. Cadê a porra do submarino? Será que ele estava com a família?

Atlântico, 21 de agosto de 1916.

Estou com fome e sede. Vomitei boa parte da água salgada que tomei há pouco. Acho que vou ficar doente. Ontem à noite vimos fumaça de navio. Queria chamá-lo, mas não tinha jeito. Comecei a chorar e Jurgen ficou só olhando. O Wolffkrieg deve ter sido afundado. É por isso que ele não veio. Acho que vamos morrer. Jurgen continua com suas acusações. Perguntou se eu gostaria de ter minha família mandada pelos ares como fiz com os ingleses. Como ele sabe que tenho família? Eu o mandei tomar no cú e disse que távamos numa guerra. Ele disse: "E daí?". Jurgen é louco. Se continuar assim vou ter que matá-lo. Tenho medo de ficá sozinho.

Porra do Atlântico, 22.8.16

Estou com febre e não quero escrever muito. Jurgen continua falando baboseiras da guerra e das pessoas que matei. Quero fazer ele calar a boca mas estou fraco demais. Minhas mãos tão tremendo. Que merda!

água pra caralho, 23.8.16.

Decidi matar Jurgen. Tô doente e ele não pára de falá nos mortos. Ele sabe até o nome dos navio que afundei. Cheguei a conclusão que ele é um traidor e tem que sê morto. Um verdadeiro alemão não acusa um soldado da pátria mãe por cumprir seu dever.

Diário de bordo do Wolffkrieg, 25 de agosto de 1916.

Encontramos ontem o corpo do tenente Jurgen Ludendorff em um bote à quase 15 milhas do ponto de encontro. A solidão, aliada a falta de água e comida devem tê-lo levado ao suicídio. Embora no seu "diário de bordo" verifique-se a presença de outro homem, não encontramos nenhum indício dele no bote. E mesmo que Jurgen possa tê-lo feito atirar-se na água para depois matá-lo com a pistola, é de estranhar que a pistola tivesse todas as balas, só faltando a que o tenente Ludendorff usara em si mesmo. Apesar do ato reprovável, recomendarei uma medalha por seus valorosos serviços.


Porto Alegre, maio de 1993.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

TERRÁQUEOS (Earthlings, EUA, 2005) – Documentário



Em 2006 achei este documentário meio que por acaso no You Tube e o assisti todo na hora. O documentário é narrado pelo ator Joaquin Phoenix, tem trilha sonora do Moby e pelo menos metade dele foi filmado com câmera escondidas.

Eu já sabia, como muita gente esclarecida sabe, que muitos animais, dos domésticos aos selvagens, são maltratados das mais diversas maneiras, sejas das mais simples como trancá-las em um zoológico às mais insanas como espancamento gratuito.

Mas eu não imaginava que a brutalidade e a loucura do ser humano fosse tão abrangente quanto sem sentido.

Eu fiquei com ódio (não raiva, ódio mesmo!), com pena dos animais e até de algumas das pessoas que são obrigadas a torturá-los e matá-los por dinheiro e com muita vergonha de fazer parte disso.

Eu chorei quase todo o tempo em que assisti o documentário.

E as imagens do que eu vi ainda me assombram, me entristecem e me fazem chorar.

Eu espero que você tenha forças pra ver até o final, pois pelo que vi, poucos conseguem assistir até o final.

Claro, a maioria de nós pode sempre dizer que sabemos que essas coisas acontecem, assim como eu pensava que sabia e que tinha uma noção razoável do que acontecia em matadouros, em circos, em laboratórios, em canis... mas depois de ver isso eu percebi que eu não sabia porra nenhuma!

O documentário, claro, busca angariar simpatizantes à causa vegana e de direitos dos animais, o que é justo, mas quase impossível, pois o bicho homem surgiu e floresceu graças ao consumo de carne. Sem carne nossos cérebros não teriam evoluído e nós ainda estaríamos vivendo como nossos primos das selvas. Isso não é bom nem ruim, foi apenas algo que aconteceu. Mas como agora somos seres racionais até certo ponto e dotados de empatia (capacidade de sentir/imaginar o que o outro sente), não precisamos fazer 90% do que é mostrado neste documentário e ainda assim o fazemos.

E para diminuir essa crueldade absurda, existem diversas pequenas atitudes que podem ajudar nossos companheiros e vizinhos animais: diminuir o consumo de produtos de origem animal, evitar comprar produtos de higiene de empresas que fazem testes com animais (a Body Shop é uma marca que NÃO faz testes com animais), tratar seu animal de estimação com respeito e como um animal (e não como gente), dar preferência por adotar animais de rua do que os de raça, não visitar zoológicos ou circos que utilizem animais, etc.

Mas caso você pretenda parar totalmente de consumir produtos de origem animal, consulte um nutricionista antes, visite sites confiáveis sobre comida vegetariana e vegana, mas ainda assim, lembre-se que seu corpo pode não estar pronto para se adaptar a viver sem carne. E pode até mesmo nunca estar. Infelizmente essa não é uma decisão que depende exclusivamente de uma mera racionalização. Cada corpo tem suas próprias necessidades nutricionais. Tenha isso em mente.

Quer saber mais, como ajudar, participar, esclarecer dúvidas, dar sugestões sobre os direitos dos animais?

Visite Direitos Animais!


Toda vida é sagrada!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CAPRICHO 979

Se o Justiceiro existisse, ele teria votado SIM.
Iria facilitar muito o trabalho dele.


Pois é, o NÃO venceu e agora você tem que se cuidar para não ser...

A PRÓXIMA VÍTIMA!

E para não ir mais cedo para a Terra dos Pés-Juntos, siga essas instruções:

1. Se você mora em cidade grande, tipo Sampa ou Rio, saia daí imediatamente e vá para uma cidade pequena.

2.Mas como todo mundo resolveu seguir a primeira dica, a cidade pequena virou uma megalópole cheia de crime e tráfico. Compre um sítio no meio do nada e vá para lá.

3.Ih, os Sem-Terra invadiram o seu sítio improdutivo e só vão sair da lá à bala. Você acredita em soluções pacíficas, mas a PM não. Compre um terreno na Floresta Amazônica.

4.Você construiu uma casa no alto de uma árvore, mas madeireiros clandestinos derrubaram a árvore e sua casa junto. Vá morar com os Ianomâmi.

5.Os Ianomâmi estão em conflito com os garimpeiros e se preparam para a guerra contra os brancos. Saia dali, pois esse bronzeado de praia não vai enganar eles muito tempo.

6.Você vai para a fronteira, mas os traficantes colombianos e o exército brasileiro vivem trocando tiros por lá. Você volta para sua cidade.

7.Você sai para a balada com as suas amigas e vocês são assaltadas na primeira sinaleira.

8.Você volta apavorada e deprimida para casa. Vai para a Internet e se cadastra num Intercâmbio.

9.Você vai para o aeroporto. Adeus Brasil, olá Dinamarca!

10.Ao chegar lá, fica sabendo que a Al-Qaeda colocou a Dinamarca como próximo alvo em seus atentados terroristas.

Jerri Dias acha que o negócio é mudar de planeta.

P.S. - Esta postagem é sobre o plebiscito do desarmamento que rolou em 2005.


90.000 VISITAS!

Uhú! Fazendo 100.000 em Dezembro! Valeu gente!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

TV PIRATA – Série Brasileira


TV PIRATA, inteligente demais para durar.

Provavelmente o melhor programa humorístico da TV brasileira até o momento. Apesar da edição e do timing da direção serem um pouco lentos para os padrões de hoje, o excepcional talento dos atores, o texto inteligente, a sátira mordaz e o deboche completamente anárquico fizeram de TV PIRATA um dos programas mais cultuados pelos fãs de humor nonsense.

Nitidamente inspirado nos programas MONTY PYTHON’S FLYING CIRCUS e SATURDAY NIGHT LIVE, TV PIRATA exibia quadros curtos onde tinham liberdade para debochar de praticamente tudo: desde o infame ex-presidente Collor até super-heróis.

Produzida pela Globo entre 1988-90 e 1992, a série foi criada pelo diretor Guel Arraes e pelo roteirista Cláudio Paiva, mas o grande ás na manga eram os roteiristas contratados: Luis Fernando Veríssimo, Laerte, Glauco e todo o pessoal do Casseta & Planeta, que sempre escreveram muito melhor do que atuam.

Com roteiros escritos pelo melhores humoristas do país, Guel teve a bela sacada de contratar atores tão bons e talentosos para o programa e aí tivemos a graça de assistir Débora Bloch, Cristina Pereira, Guilherme Karan, Diogo Vilela, Luiz Fernando Guimarães, Regina Casé, Cláudia Raia, Pedro Paulo Rangel, Louise Cardoso, Ney Latorraca, Marco Nanini, Denise Fraga, Maria Zilda Bethlem, Antônio Calloni, Marisa Orth e Otávio Augusto fazendo os mais variados, bizarros e hilários personagens que já passaram pela TV brasileira.

E se você nunca assistiu, no You Tube tem diversos quadros e episódios completos. E na locadora você encontra alguns DVDs com o melhor do TV PIRATA.

domingo, 8 de novembro de 2009

DANÇA - BUTOH

Performance de Imre Thormann. Música do pianista Nik Baertsch e da banda Mobile.

Fiquei impressionado com a precisão e a força desse dançarino de Butoh e resolvi compartilhar com vocês.

O que é a dança Butoh

A dança butoh nasceu durante o periodo do pós-guerra, em 1959 , a partir de performance Kinjiki, interpretada por Yoshito Ohno, filho de Kazuo Ohno. Na época, o butoh escandalizou o público, pois a peça apresentada fazia alusão à zoofilia (sexo entre homem e animal).

Para muitos , entretanto o butoh não é uma dança, mas uma encenação teatral. Mas, ninguém nega o caráter provocativo, violento e misterioso dessa forma de arte. Traduzindo-se o termo butoh, bu significa dança e toh quer dizer passo. Literalmente, dança compassada.

O butoh mistura elementos do teatro tradicional japonês e da mímica. Com o passar do tempo, ficou conhecido como Dança da Escuridão, mas a melhor maneira de descrevê-la é dizer que o butoh quebra as regras pré-estabelecidas da dança tradicional e que nele há uma grande possibilidade para a improvisação. No butoh, os corpos são pintados de branco, os movimentos são lentos e a postura é contorcida. O butoh mescla imagens que vão da decadência, medo e desespero ao erotismo, êxtase e tranquilidade.

Assim, o butoh conecta consciência com inconsciente. O movimento não é ditado pelo que está fora, mas aparece na interação entre exterior e interior do mundo. A essência do butoh baseia-se no mecanismo em que os dançarinos deixam de ser eles mesmos e tornam-se outra pessoa ou coisa. Está é uma concepção diferente da dança convencional em que o corpo do dançarino expressa uma emoção ou idéia abstrata. No butoh, começa-se pela imitação, mas a imitação não é a meta final.

Nessa arte o importante não é a transformação em alguma coisa, mas a transformação em si mesma, o fato de mudar-se. Somente assim pode-se trazer o corpo de volta para seu estado original.


Texto de Juliana Parlato. Adaptado do Jornal Notícias do Japão


ENQUANTO ISSO...

Respostas para as maiores dúvidas adolescentes só lá no site da CAPRICHO.


Dica de Teatro para quem mora em Porto Alegre



Marco Mafra dirige Melissa Arievo na bela e compacta peça LADY DAY, que fala da feliz e miserável vida da fabulosa cantora Billie Holiday.

Eu já vi, gostei e vou de novo!

Dias 4, 11, 18 e 25 de Novembro – Sempre às quartas

22:00 hs no Espaço Ox do Bar Ocidente, na João Telles com a Osvaldo Aranha.

R$ 15,00 e ainda ganha uma cerveja (ou troca por refri).

Não recomendada para menores de 16 anos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CIA DAS PRATELEIRAS - Respeito ao Consumidor

Respeito é bom e todo mundo gosta.
Clique para ampliar.

Apesar de possuir uma coluna em uma revista de circulação nacional, não tenho formação em Jornalismo, mas sempre tive a alma de um jornalista, pois sempre tento buscar a verdade e ouvir todas às partes envolvidas quando possível.

E por isso, sinto-me na obrigação moral e profissional de informar à todas as pessoas que acompanham o caso.

Após o post/e-mail denúncia sobre a Cia das Prateleiras, esperei alguma reação da empresa, nem que fosse no formato de e-mail pedindo desculpas ou me xingando e nada veio.

Irritado e querendo alguma espécie de reparação/compensação para todo esse transtorno, liguei para minha advogada, que disse que um processo era possível nesse caso e eu dei sinal verde para que ela iniciasse os procedimentos.

Como a maioria das empresas só toma uma atitude quando sente na imagem ou no bolso, resolvi que o processo poderia ser uma boa tentativa de dar uma chacoalhada na empresa para que ela aprendesse a tratar melhor seus clientes.

Ela pediu a Notas Fiscais e me dei conta de que não haviam me fornecido elas.
Sou bem organizado com meus recibos e faturas e todas de cada mês encontram-se em um plástico separado. Procurei lá e em outros lugares e nada encontrei.

Eu precisava das Notas Fiscais para poder copiá-las e enviá-las para que minha advogada pudesse anexa-las ao processo e anotar o CNPJ da empresa.

Á contragosto, liguei para a Cia das Prateleiras no sábado (dia 31/10) e disseram que eu poderia ir lá pegar.

Passar na Cia das Prateleiras novamente era uma idéia que nem me passava pela cabeça.

Pedi para enviarem por e-mail na terça.

E na terça recebi este e-mail, que publico na íntegra:

“Boa tarde, Jerri.

Estou tentando entrar em contato pelo telefone XXXX-XXXX e só chama. Gostaria de marcar para entregarmos a cópia da NF solicitada, bem como, retirar as peças que devem retornar à loja. Pode ser nesta quarta-feira, dia 04/11, à tarde? Qual o melhor horário?

Mais importante, porém, do que agendarmos isso, sem dúvida, é a péssima imagem que o senhor, nosso cliente, ficou a nosso respeito. Infelizmente, todo o processo se deu de forma mal resolvida, com reclamações legítimas em conteúdo (quanto à forma, poderíamos discutir) e que, outrossim, abriu nossos olhos para falhas graves que não podem, de maneira nenhuma acontecer, pois buscamos a melhoria contínua dentro de um trabalho sério e em prol do atendimento ao cliente.

Gostaria de poder reverter o quadro de nosso relacionamento. Se houver algo que eu possa fazer, por favor, estou à disposição.

Para profissionais que prezam pela excelência nas atividades que regem, não importa o tamanho do cliente, seu poder de compra estimado; apenas estamos aqui para, de forma cordial, atenciosa e eficaz, cumprirmos com contratos de compra e venda em nossas lojas.

Como responsável pelo MKT da Cia das Prateleiras, tenho obrigação de intervir e melhorar procedimentos internos, realizar comunicação entre a empresa e o mercado, ouvir nossos clientes e criar melhores oportunidades de troca e de experiência entre ambos. Acredito nisso e acredito em atitudes e falas assertivas.

Obrigada pela oportunidade de corrigirmos o processo de entrega e de atividades afins.

Aguardo confirmação de agendamento proposto acima.

Att.,

Daniela Buchholz”

Quando li este e-mail achei que ele já estava bem atrasado e não muito convincente em relação ao pedido de desculpas.

Respondi que estaria em casa na quarta após as 17:00 hs. e às 19:00 hs., Giovani Balparda, o proprietário da Cia das Prateleiras, veio pessoalmente entregar as Notas Fiscais e recolher as duas prateleiras que o funcionário havia esquecido de levar de volta.

E então ele pediu para entrar e conversar.

E conversamos durante 15 minutos.

Demonstando cortesia, respeito e humildade, ele pediu desculpas diversas vezes por todo o inconveniente, contou um pouco da história da empresa, falou de alguns funcionários, comentou de como o meu e-mail/post incomodou a empresa e os funcionários, mas que passado o choque inicial e animosidade natural que ele despertara, ele tinha decidido que meu e-mail deveria ser usado para modificar e melhorar a empresa e que em uma reunião com todos os seus empregados, ele leu o e-mail em voz alta e tomou decisões com relação a alguns funcionários e que a empresa buscaria adotar um sistema mais eficiente para atender seus clientes.

E me convidou para conversar ou palestrar para seus funcionários.

Com remuneração, claro.

Agradeci o convite, mas palestra sobre vendas e bom atendimento ao cliente não fazem parte do meu currículo.

Mas pretendo mandar uma lista de coisas simples e práticas para deixar o cliente mais satisfeito com a empresa.

Concluindo: Giovani Balparda, o proprietário da Cia das Prateleiras, demonstrou hombridade e caráter ao vir na casa de um cliente extremamente insatisfeito para pedir desculpas pelo erros cometidos pela sua empresa e pelos seus funcionários e por isso eu o respeito e perdôo.

O que não quer dizer que eu vá voltar lá, mas com esse ato raro e singular, ele me fez acreditar que esse país pode vir a ser civilizado e que um dia, daqui a alguns séculos, todas as empresas aprenderão com seus erros como Giovani Balparda está se propondo.

E liguei para minha advogada para cancelar o processo, pois já havia recebido a minha reparação.

Caso encerrado.

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P.S. – Tanto meu amigo Rodrigo Dubal quanto minha advogada, Vivian Gonçalves Dias, ficaram surpresos e contentes com a atitude e a ética do Giovani e apoiaram minha decisão.

E este post será enviado para todos os e-mails para os quais enviei o anterior.

domingo, 1 de novembro de 2009

CAPRICHO 978

Como é que podem não amar mulheres de cabelo curto? Ah, sim, é a belíssima Halle Berry.

Finalmente resolvido metade do mistério da humanidade em...

PORQUÊ OS MENINOS DE HOJE SÃO COMO SÃO!


Porquê meninos odeiam música romântica e preferem funk, heavy metal e hardcore?

Por que durante uns bons mil anos, não tinha nada para se escutar a não ser concertos de cravo e canções melosas. Quando o rock nasceu, a meninada já andava cortando os pulsos de tédio mortal.

Porquê os meninos adoram avacalhar uns aos outros, ao invés de trocarem abraços e apertos de mão?

Por que abraço e aperto de mão não é engraçado. Dããã!

Porquê os meninos começaram a reparar no bumbum das meninas?

Por que as mulheres deixaram de usar aquelas saias de armação imensas, que não deixavam ver forma nenhuma e a menina parecia um bolo de merengue ambulante.

Porquê os meninos mentem tanto?

Por que hoje coisas como honra, caráter e dignidade são coisas da novela das seis e se vacilar, eles nunca ouviram falar nessas coisas dentro de casa.

Porquê os meninos preferem mulheres de cabelos compridos do que curtos?

Por medo de ser gay. Eles são tão inseguros que namorar uma menina de cabelo curto, na cabeça deles, pode significar que eles gostem de meninos, já que a menina, em nível capilar, fica parecida com um menino.

Porquê os meninos que aparecem na TV ou nas revistas são mais bonitos do que os da vida real?

Por que por trás do tubo de TV e escondido no grampo das revistas, tem um micro-aparelho que emite ondas subliminares para as meninas se apaixonarem por imagens masculinas bi-dimensionais.

Porquê os meninos, quando dançam na balada, tem sempre que ter um copo ou garrafa de cerveja na mão?

Por que, de acordo com Freud, eles ainda estão na fase oral, ou seja, eles tem que colocar alguma coisa na boca o tempo inteiro para lembrar do tempo em que eles mamavam. Na verdade, meninos não passam de bebês grandes.


Jerri Dias é como é.