domingo, 29 de janeiro de 2012

UM DIA, VOCÊ VAI MORRER – Vídeo arte



Escrito por Timothy Furstnau. Interpretado pelo performer Vito Acconci.

O vídeo está em inglês, mas leia a tradução desse excelente texto abaixo.

Um dia, você vai morrer

De Timothy Furstnau

E então sua vida vai simplesmente acabar, logo ali. Você não existirá mais.

Provavelmente não será bonito como nos filmes ou conto de fada. Talvez algo extraordinário aconteça, mas provavelmente não. Algumas vezes as pessoas ainte tem força suficiente para dizer ou fazer algo significativo momentos antes de morrer. E isso é bonito. Mas é muito incomum. Geralmente, as pessoas simplesmente morrem.

E você também vai morrer.

Algumas pessoas dirão coisas agradáveis para lhe deixar confortável antes de morrer. Outros irão lhe contar histórias malucas de que você não vai morrer de verdade. Mas essas pessoas são apenas legais, não honestas. Porque você vai realmente morrer.

Existem muitas maneiras de pensar sobre morrer, histórias diferentes para contar e coisas diferentes para pensar em como deve ser morrer.

Mas a morte acontece para as pessoas do mesmo jeito, não importa o modo como elas pensam sobre ela.

Todos morrem e cessam de ser.

Porque nós somos tão bons em inventar histórias e acreditar nelas, que você até pode começar a sentir que está morrendo de uma forma que se encaixe em uma de suas histórias.

E isso é normal.

Mas então você morrerá e a história que você tem não vai importar. Quando você morrer, você não conseguir saber se sua história estava certa ou não, porque não haverá nenhuma história ou pessoa para acreditar ou comparar histórias.

Você estará morto.

Você não irá a lugar algum e você não ficará no mesmo lugar, porque não haverá um “você”.

Não vai existir alguma coisa e muito menos existirá nada, porque você não estará lá para sentir o nada.

Não existirá a eternidade porque você não estará lá para sentir a eternidade..

Você estará morto.

E você não será capaz de pensar; “Jesus, eu morri”. Porque você não pode pensar ou sentir ou ser nada além de morto quando você está morto.

A morte pode acontecer a qualquer momento.

Às vezes bebezinhos morrem. Às vezes mamães e papais morrem. E quando as pessoas ficam muito velhas, depois que viveram muito, elas morrem.

E você também vai morrer.

Às vezes dói quando você more, e em outras ocasiões as pessoas não sentem nada. Nós só sabemos o que as pessoas dizem e fazem um pouco antes de morrer.

Depois que você morrer, você não sentirá nada. Nem mesmo dor.

Mas as pessoas que estiverem vivas quando você morrer podem ficar tristes quando você se for. E isso é normal.

As pessoas amam outras pessoas e geralmente dói quando uma pessoa que amamos morre. Nós até mesmo nos confortamos com histórias de que a pessoa não está realmente morta. E isso também é normal.

Mas claro, todo mundo morre.

E você também irá morrer.

Quando você diz “Eu quero isso” ou “Eu sinto isso”, você está falando sobre si mesmo... Você pode pensar que é diferente do resto do mundo ou pode pensar que você é apenas uma pequena parte do mundo. Mas quando você morrer, você morre e assim morre sua visão do mundo. E então você não terá um mundo ou um Eu ou quaisquer pensamentos sobre quaisquer dessas coisas porque você não existirá. 

Quando você morrer, você não se sentirá mais triste, não se preocupará mais, você não se importará com mais nada, não vai querer nada. Você nem mesmo poderá apreciar estar morto, porque você não será nada, apenas morto.

É por isso que você deveria amar a vida.

Existem muitas coisas na vida que parecem ruins, mas desde que a vida é algo que acontece apenas uma vez, e existe apenas um “você”, ame a vida enquanto pode. Não importa o que aconteça.

Se você se sente triste, pelo menos você pode se sentir triste. Se você está precoupado, pelo menos você pode ficar preocupado. Você existe. Você está vivo.

Se você amar a vida dessa forma, quando chegar a hora de morrer, você ficará feliz porque a morte é o final perfeito para a vida. A vida só é boa porque a morte dá fim à ela.

Então viva e ame a vida…

Porque você não tem como saber quando, como ou porque, mas desde que você está vivo...

Você vai morrer.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

OFICINA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO PRA BLOG



Se você adora falar sobre o que se passa na sua cabeça, criticar tudo, fazer piada, escrever contos, crônicas e ficar catando coisas legais na internet para mostrar para as pessoas mas acha que poderia e merece ter um público bem maior do que apenas os seus amigos, essa oficina é para você!
Libere sua criatividade com dicas de como escrever melhor, buscar conteúdo legal em sites, fazer um blog bacana e organizado, divulgá-lo na rede e ainda se divertir fazendo tudo isso!

A OFICINA

MINISTRANTE: Jerri Dias

PERÍODO: Oficina permanente.

AULAS ON-LINE: 10 aulas com 60 min. cada

PERIODICIDADE: de 1 à 3 aulas por semana, de acordo com a disponibilidade do aluno e professor, dias e horário a combinar.

ALUNOS: até 3 alunos podem participar usando um mesmo computador.

FAIXA ETÁRIA: de 12 à 24 anos.

VALOR: 90,00 por aluno. Pagamento em depósito ou transferência bancária.

NECESSIDADES: Uma conta no HOTMAIL/MSN para as aulas.

INSCRIÇÃO: Pelo e-mail oficinablog@hotmail.com
Por ordem de chegada de e-mail.
A inscrição definitiva se dará após a confirmação do depósito.

Para informações mais detalhadas sobre a oficina, clique aqui e baixe o arquivo em PDF.

Dúvidas e mais informações pelo e-mail: oficinablog@hotmail.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

COMÉDIA – Curtas




ESQUILO BÊBADO



Um esquilo comeu abóboras fermentadas e ficou igual algumas pessoas que conhecemos!


PEGADINHA DO ALIEN



Em inglês.

domingo, 22 de janeiro de 2012

CURTAS



INSIDE (EUA, 2002) é um suspense psicológico com uma produção simples e eficiente e um roteiro idem. Direção de Trevor Sands. Com Jeremy Sisto (Á SETE PALMOS).




KIWI (EUA, 2006) é uma comovente animação sobre a realização de um sonho. Direção de Dony Permedi.


 


LUKE CAGE TRAILER (EUA, 2011) é mais um fanfilm com uma produção honesta e uma direção que poderia ser melhor. Mas os fãs dos quadrinhos vão gostar. Direção de Isaiah Mustafa. Em inglês.   


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

ZEITGEIST: MOVING FORWARD (2011, EUA) - Documentário


A famosa introdução do filme.


Bem, confesso que fui e ainda vou às lágrimas quando vejo Jacque Fresco dizendo essas palavras no final. Elas basicamente resumem minha indignação e meu horror diante de uma sociedade que poderia ser tão mais responsável e cuidadosa com os seus membros, mas que escolhe justamente o caminho inverso e brutaliza, emburrece, violenta e destrói corpos, mentes e almas.

O filme teve sua estréia mundial em 60 países, 315 salas e 30 línguas. Tudo com um custo mínimo, graças a um dedicada rede de milhares de voluntários. Em muitos lugares a exibição foi gratuita e as que não puderam ser, foi porque foram usadas salas de cinema, que claro, precisam fazer dinheiro.



A trilogia ZEITGEIST está entre os documentários mais vistos no mundo, graças ao fato de seu download ser liberado pelos autores, que percebem que a necessidade de passar informações adiante é muito mais valiosa do que a necessidade individual de obter lucros.
Esse terceiro filme da trilogia, somente no vídeo original do You Tube, já tem quase 14 milhões de acessos. Bem, parece que a mensagem está sendo passada. Mas que mensagem é essa? 

Bem, antes de mais nada recomendo assistir o documentário anterior: ZEITGEIST: ADDENDUM. O primeiro documentário, ZEITGEIST eu só recomendo para os mais curiosos, visto que ele fala muito mais de teorias da conspiração do que discute sobre o estado das coisas.


Mas em relação ao filme de quase 3 horas de duração, depois de um breve prólogo sobre como somos levados a acreditar na ambição e no consumo para sermos felizes na vida e na introdução de Fresco, o filme se divide em capítulos, sendo o primeiro:

Natureza Humana

Neste segmento, especialistas em genética, comportamento e psicólogos tentam explicar como o ser humano nasce com faculdades, comportamentos, ou doenças pré-determinadas mas o ambiente externo é que vai determinar o que vai emergir de cada um. É aquilo que já foi comprovado em pesquisas, se você leva uma vida estressada, é uma pessoa raivosa, triste ou guarda mágoas demais, seus sistema imunológico vai ter suas defesas prejudicadas e doenças comuns como uma gripe e até mesmo um câncer tem mais chances de surgirem. Da mesma forma uma criança abusada durante a infância tem muito mais chances de crescer para virar um adulto violento. A conclusão é que não somos bons ou maus (usando maniqueísmo apenas como ilustração), mas frutos do nosso ambiente. Claro, alguns de nós podemos ter mais inclinações para sermos mais egoístas ou altruístas, mas o ambiente, a forma como somos criados e as experiências pelas quais passamos é que vão determinar como seremos no fim das contas.



Clique para ampliar.

Dois exemplos que não são citados no filme sobre como o ambiente apode alterar radicalmente a postura mental e a vida das pessoas mas que gostaria de apontar aqui, são o filme TIROS EM COLUMBINE, de Michael Moore e a cultura Mosuo, na China. No filme de Moore, ele fala da indústria de armas e violência dos EUA e em como a mídia alimenta a paranóia do povo transmitindo ininterruptamente notícias de crimes, assassinatos e guerra. Apesar de ser a maior economia do mundo, os EUA tem uma violência de Terceiro Mundo. Para exemplificar isso, no filme, Moore visita duas cidades na fronteira entre EUA e Canadá. Do lado americano, muitas grades, todos com portas trancadas e o habitual número de crimes e assassinatos. Atravessando o rio para chegar ao Canadá, Moore se depara a maioria dos lugares e casa sem grades, portas destrancadas e uma baixa estatística de crimes e assassinatos. Uma vida melhor e quase sem violência a meros dois quilômetros de distância. O que explica isso senão uma cultura permeada de medo, desconfiança e violência?

Já a cultura Mosuo, um povo da China que vive numa localidade com 40.000 habitantes, é, até onde se sabe a única grande sociedade matriarcal existente. Nesse local, as mulheres mandam, os homens obedecem. E eles não são uma sociedade isolada. Elas são privilegiadas em relação ao estudo, ao trabalho e ao sexo. A revolução comunista tentou fazer com que essa sociedade se tornasse patriarcal e as mulheres subservientes, mas não deu certo e tanto homens quanto mulheres preferiram voltar ao sistema matriarcal, pois todos se sentem melhor com ele. Nesse sistema, não há crianças nem velhos abandonados e a família é o centro de tudo. Mas é uma família bem diferente das nossas. Para saber mais como é uma sociedade dominada por mulheres, clique aqui.   

As mulheres Mosuo nunca precisaram queimar sutiãs.

Novamente, o modo como mulheres e homens são criados em uma sociedade completamente distinta da nossa mostra como o ambiente nos faz diferentes. Para aqueles que acham que a mera genética que torna os homens fisicamente mais fortes é o que determina sua liderança “natural”.

A questão, como sempre, trata de sabermos quem realmente somos e como podemos ir contra nosso, como diz um dos especialistas, comportamento aberrante ditado pela sociedade e seus preconceitos.


Patologia Social

Voltando ao assunto abordado no segundo filme da trilogia, esse segmento discute as origens do mercado, de como os produtos criados pelo homem foram substituídos por dinheiro e de como o próprio dinheiro, a príncipio apenas um símbolo que representaria os seus bens reais, passou a ser um produto por si só e negociado entre nações e pessoas sem efetivamente produzir nada no processo.

Não é o assunto mais complexo do filme, sendo este a Natureza Humana, mas é o mais complicado de entender, pois a maioria de nós vê os detalhes da Economia, do Direito e da Política como mundos alienígenas anos-luz de nós. Entretanto, é essa Trindade, que nada tem de santa em nossos dias, que molda nossas vidas e nossos destinos.

Quase tudo o que fazemos é tem relação direta ou indiretamente pelo objetivo de obter dinheiro ou lucro financeiro.

 

Estudamos coisas que não são realmente necessárias nem verdadeiras para nós com o intuito de amealhar uma quantia suficiente para nos sentirmos seguros, para não acabarmos como aqueles pobres coitados que vemos na rua ou então por pura ganância, para termos cada vez mais bens, pelo prazer supérfluo de ter produtos que trazem pouco ou nenhum significado às nossas vidas.

Os economistas e ex-funcionários do governo americano que dão voz a este segmento também falam em como economias de países são prejudicadas em favor de outro e como se dá esse processo em determinados níveis.

Peter Joseph, o diretor e narrador intervém com questionamentos sobre a lógica de nosso sistema monetário e político e se pergunta se o objetivo de uma economia não deveria ser economizar recursos para que se tenha sempre... Mas o que se faz parece ser justamente o contrário. A economia faz tudo, menos economizar, já que procura produzir constantemente produtos que estragam logo (a famosa obsolescência programada) para que mais e mais sejam produzidos, esgotando cada vez mais rápido nossos recursos naturais e poluindo o meio ambiente.


De quem foi a ideia de que precisamos de mil modelos diferentes de celulares?

E porque (quase) todo mundo acha isso normal e não uma loucura?  

Ao final desse capítulo, volume de informações para o leigo é tão grande que eu sugiro que o espectador faça um esforço extra e anote tudo o que for de seu interesse para verificação mais tarde. Muitos críticos desse filme apontam verdades e inverdades caminhando juntos neste segmento e a melhor coisa a fazer nesse caso é contrapor informações para tentar chegar a uma conclusão mais próxima da realidade.
  
Projeto Terra



Nesse ponto, o filme tenta vir com uma solução radical e inovadora para a maior parte dos problemas que afligem o planeta e os seres humanos.

Alegando que sistemas políticos, econômicos e religiosos não tem a solução para as mazelas humanas e na verdade, as estão aumentando, Peter Joseph lança a idéia de uma Economia Baseada em Recursos (EBR). Baseada em métodos científicos e não mais nas ilusões corrompidas e corruptas de sistemas falidos, a EBR basearia a oferta no limite do que cada local pode oferecer a seus habitantes e toda abundância de determinado produto/alimento seria enviado para locais que não disporiam dele e vice-versa. Segundo o documentário, há recursos suficientes na Terra para que todos os 7 bilhões de pessoas vivam dignamente, usufruindo de educação, saúde, moradia e lazer. Bem, isso é um fato inegável, visto que matérias com essa conta matemática abundam pelos meios de comunicação. A recente capa da VEJA é um exemplo. Alguns anos atrás li que o dinheiro gasto em ração pra animais domésticos nos EUA em um único ano seria suficiente para levar saneamento básico para metade da África. Saneamento básico representando dezenas de milhares de pessoas que, anualmente, não morrerão por falta de água ou doenças advindas da falta de esgotos.





A seguir, Joseph apresenta o Projeto Vênus, uma cidade futurista criada e planejada por Jacque Fresco e seus colaboradores. Criador também da EBR, Fresco discorre sobre como uma sociedade sadia e não-agressiva perante a natureza se comportaria. As ideias e a filosofia de Fresco são tão envolventes quanto comoventes, mas é ingenuidade achar que isso acontecerá em breve ou mesmo nas próximas gerações.

Esse é um trabalho de formiguinha e assim como os primeiros cristãos levaram 400 anos para fazer o Império Romano abraçar a causa cristã, tempo similar deve levar para que uma mudança realmente radical e profunda aconteça na humanidade.   

Levante

Neste segmento final, Joseph e os especialistas convidados retomam algumas das idéias exploradas anteriormente e convidam o espectador a repensar sobre conceitos que tomamos por óbvios, mas que necessariamente não se aplicam a realidade, como por exemplo, achar que democracia e liberdade caminham juntos, quando a verdade não é essa. As atuais democracias, completamente reféns do mercado e de multinacionais, ditam leis que beneficiam bancos, financeiras, empreiteiras, grandes latifundiários e quando sobra um tempo, algo que beneficie o povo. Claro, temos muitos mais benefícios hoje do que tínhamos 100 anos atrás, mas até 100 anos atrás bancos e multinacionais não tinham o poder de comprar governos e botar por terra economias estrangeiras. Poder demais nas mãos de gente que só está interessada no lucro fácil e quase nunca preocupada com o bem estar humano ou ecológico. Lembremos o caso recente do derramamento de óleo da CHEVRON nas costas do Rio. Eles estavam tentando alcançar o leito de pré-sal clandestinamente! E a falta de ética deles não é uma exceção nesse mundo, ela é a regra.


Antes e depois das eleições.

A crise financeira dos EUA em 2008 prova que estamos chegando no limite e de acordo com especialistas, os governos e seus economistas vivem da ilusão de que é possível restaurar o crescimento e a “glória” do passado, quando nossos recursos energéticos atuais, água e outros recursos estão com seus dias contados.

E agora países da Europa começam a entrar em crise. As bolhas estão estourando e os governos e empresas continuam querendo mais produção e mais consumo quando a ordem deveria ser parar tudo e verificar outras vias. 

O filme conclui com cenas utópicas e ingênuas de protestos pacíficos ao redor do mundo onde todos sacam seu dinheiro do bancos e o despejam em frente aos bancos centrais de seus respectivos países, fazendo os donos do poder perceberem que o sistema deles faliu e que uma nova ordem mundial está surgindo.

Mas todo mundo sabe o que acontece quando governos e multinacionais se sentem ameaçados: ditaduras e censura sobre o fluxo de informações (como o recente fechamento do MEGAUPLOAD).
Em seguida o filme mostra um possível futuro onde todos tem acesso a educação, saúde, moradia, lazer e alta tecnologia.

Sonho comunista, anarquista ou apenas humanista?

O futuro dirá.


 Se o Estado tivesse interesse, as favelas seriam como a segunda opção desde sempre. 
Todos sabem que isso só está acontecendo por causa da Copa.


Conclusão

Documentários engajados que acabaram por fundar um movimento que já conta com mais de 3 milhões de membros ao redor do mundo, a trilogia ZEITGEIST, por mais falhas ou inverdades que contenha, serve para fazer o espectador repensar os valores de sua vida, de sua sociedade e até mesmo a questão definitiva: afinal, para que estamos aqui?

E qualquer filme ou obra de arte que faça uma pessoa refletir sobre essas questões merece ser visto e revisto.



O diretor Peter Joseph também liberou o filme completo para download. Você pode baixá-lo aqui.

Movimento Zeitgeist Brasil

Canal do Movimento Zeitgeist no You Tube.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

CAPRICHO 1041

 
Aquela seção, Terapia de Grupo é bacana, né? Mas já pensou se o nome da seção fosse...

TERAPIA DE GRUPO... COM CELEBRIDADES!

O MUNDO ESTÁ CONTRA MIM!

“Estou alguns quilos acima do peso, minha apresentação na MTV foi um fiasco, eu não conseguia acompanhar as dançarinas porquê estava nervosa, não tinha ensaiado direito e realmente não sou mais aquela garotinha que eu era.  Aí pra dar uma arejada na cabeça eu rapei tudo, fiquei careca e com cara de louca e odiei as fotos que publicaram e tentei acabar com a raça de um paparazzo. E pra piorar, perdi a custódia dos meus filhos pro idiota do meu ex!  Agora eu fico aqui, meio deprimida entre uma balada e outra, sem saber se armo mais um barraco ou se simplesmente armo mais um barraco...”

B.S, 26 anos, Los Angeles (EUA).

As opiniões de nossas celebridades:

“Ai, que maluca você é guria, a vida de famosa é assim mesmo e só fica pior! Veja eu, que tenho três divórcios e três filhos nas costas e tenho que me sujeitar a uma pensão merreca de 10 mil por mês de cada um dos meus maridos! É, a vida não é mole não, homem não presta e ex-marido presta menos ainda. Ai, que surreal!”

Nausica Violadegui é socialite quarentona, desiludida e autora do livro Ai, que Maluquice!   

“Olha, B.S., eu tô nessa há menos tempo que cê, mas já encaro parte dessa tua barra, tá ligada?! Mas aí ó,  eu não esquento não porquê essa coisa toda é como uma onda, tá ligada? A onda vêm, te dá um capote, mas daí cê levanta de novo e te prepara pro próximo capote. Mas aí chega uma hora que cê tem, que sair da água, senão cê acaba morrendo afogada, tá ligada?”

Fernando Dylan é cantor e filósofo de praia.

“Garota, eu também vivo nessa gangorra maluca de sobe e desce e até há pouco a minha novelinha bagaceira fazia o maior sucesso no Brasil e agora só reprisa na TV por cabo e ninguém mais fala de mim. Eu, que fui um sucesso internacional agora estou limitado ao meu país de cucarachas, mas um dia vou dar a volta por cima e ser tão famoso quanto Rick Martin. Se bem que ninguém mais lembra dele, né?!

Christopher Van Ubbermensch é ator e cantor metido a reblede mas tem um cara que dubla ele em tudo.


Jerri Dias faz terapia de grupo na mesa do barzinho.

domingo, 15 de janeiro de 2012

SÉCULO XXI – Blog Convidado

Nas minhas andanças pela blogosfera topei com o blog do André Pessoa, professor de História, Filosofia, Teologia e Sociologia. Graças a essa formação e profissão, André consegue tecer reflexões lúcidas e inteligentes sobre os mais variados assuntos e temas que lhe interessam, demonstrando uma grande preocupação pelos caminhos da nossa humanidade sempre à beira do abismo.


 
 ANTICRISTIANISMO

No texto que se segue usarei o termo “cristianismo” no sentido de ensino de Cristo, e não de prática da igreja. Afinal de contas, a igreja dita cristã não pratica o cristianismo enquanto ensino do nazareno.

A tese que desenvolverei neste artigo não é minha (embora corresponda também ao meu pensamento), mas do filosofo alemão Friedrich Nietzsche. Segundo este, em cada difusão do cristianismo entre as massas, aquele se afastava cada vez mais dos pressupostos fundamentais sob os quais nasceu.

Ou seja, quanto mais longe de sua origem e mais acessível ao povo, o cristianismo tornou-se mais bárbaro e vulgar. O preço de ganhar o mundo pago pelo cristianismo foi perder a essência, servir a propósitos mesquinhos e se transformar em um conjunto de superstições grosseiras.

O cristianismo morreu na cruz com o próprio Jesus Cristo. Por isso diz Nietzsche: “[...] a palavra cristianismo é um equívoco, no fundo existiu apenas um único cristão, e esse morreu na cruz”. O segundo está por nascer!

Quando o galileu suspirou ensangüentado no madeiro, perdoou o “bom ladrão” (se é eu existe tal coisa fora da lenda de Robin Hood) e entregou o espírito ao pai entre muitos clamores, com ele também morreu um ensino nunca bem entendido e deturpado pelos seus pretensos seguidores.

Todo o cristianismo posterior a morte de Cristo foi uma tosca e confusa tentativa de resgatar algo que jamais foi resgatado: o verdadeiro sentido das palavras de Jesus. Para ser mais sincero, os apóstolos, os pais da igreja e a igreja institucional posterior se esforçaram para moldar o cristianismo aos seus interesses nem sempre muito nobres.

A deturpação dos ensinos do Cristo resultou em doutrinas e dogmas absurdos que compõem a base sobre a qual se apóia toda a pregação fantasiosa da igreja católica e protestante. A maldade e a perversão atingiram níveis nunca vistos antes na exegese que alguns “santos” fizeram da Bíblia!

O preconceito judaizante de Pedro, o estabelecimento de uma hierarquia eclesiástica feito por Paulo e o gnosticismo fantasmagórico de João que faz Jesus quase flutuar ao invés de pisar no chão, nunca foram ensinados pelo próprio Jesus. Quanto à igreja posterior, é melhor nem comentar detalhadamente os horrores praticados por esses “servos de Deus”!

Talvez tenha sido por perceber essa realidade que o mesmo Nietzsche, em sua obra “O anticristo”, define a igreja como “esta forma de inimizade mortal frente a toda justiça, a toda sublimidade da alma, a toda educação do espírito, a toda humanidade livre e boa”. Na visão do filósofo em questão, a igreja é inimiga declarada da vida!

Uma coisa é certa: embora existam certas variáveis no ensino posterior da maior parte das religiões, a impressão que temos é que foi o cristianismo a mais deturpada e modificada das visões religiosas. O afastamento do cristianismo da simplicidade e da amoralidade do Cristo o tornou um monstro no melhor estilo Frankstein; cheio de anomalias e remendos que o tornam horroroso!

Caso ainda estivesse vivo, Jesus Cristo não freqüentaria e nem suportaria ambientes ditos sacros como o vaticano ou as igrejas ditas evangélicas. Aliás, ainda que conseguisse suportá-los seria convidado educada e hipocritamente a se retirar pelos padres e pastores, uma vez que a sua presença inibiria os reais propósitos das instituições religiosas.

Jesus Cristo e os seus ensinos não têm qualquer relação com a religião atual. Como bem disse outra vez Nietzsche: “Olho a minha volta e já não resta uma palavra só do que antigamente se chamava verdade, já não agüentamos que um sacerdote ponha sequer na boca a palavra verdade”.

A pompa e o egocentrismo dos clérigos, a sede por poder e dinheiro, a pedofilia nas paróquias, a discriminação e o preconceito dentro das igrejas, o envolvimento perverso de certos “pastores” com a política e outros graves sinais me dizem que o cristianismo morreu. Aliás, ele precisa ser sepultado; já está fedendo!

Se pretendêssemos ser mais extremados e enfáticos em nosso posicionamento, deveríamos afirmar, sem medo de errar, que a única forma de ser cristão é exatamente fazendo o contrário daquilo que a igreja ensina nos seus dogmas centrais. A verdadeira igreja seria, então, uma antigreja e o verdadeiro cristianismo um anticristianismo.

Acho que Nietzsche errou quando disse que Deus estava morto, mas teria acertado caso afirmasse que o cristianismo morreu. De fato, o cristianismo morreu a mais de dois mil anos atrás lá no calvário quando o nazareno, entre gritos de dor e cravos pontiagudos traspassando as suas mãos, suspirou levando consigo aquilo que a igreja nunca conseguiu entender!

André Pessoa

Para ler mais textos de André Pessoa, clique no link abaixo:

SÉCULO XXI



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

THE COMEBACK (EUA, 2005) – Série




Chamada para a série.


Com apenas uma temporada de 13 episódios, THE COMEBACK é uma série cruel, mordaz e recheada de humor negro onde o espectador não sabe se ri ou se chora da personagem principal. Lisa Kudrow, a Phoebe de FRIENDS, criadora da série e atriz principal, faz o papel de Valerie Cherish, uma atriz que estreou uma aclamada série cômica nos anos 90, mas que 10 anos depois, casada e semi-aposentada, tenta retornar ao show-business.

A grande sacada da série é que ela pretende ser um reality show do retorno de Valerie Cherish ao mundo das sitcoms e todo episódio inicia com barra de cores e um aviso informando que se trata de material bruto e não editado das câmeras que acompanham Cherish na sua batalha por um lugar debaixo dos holofotes.


 Mickey (Robert Michael Morris) é o fiel escudeiro e cabeleireiro mega-gay de Cherish que insiste em dizer que não é homossexual. Malin Akerman (a Silk Spectre de WATCHMEN) é a jovem e linda estrela da sitcom onde Valerie é contratada para viver uma tia velha e chata, papel que ela insiste pateticamente em modificar.


A questão é que Cherish é uma pessoa insegura de seu talento, fragilizada pela idade, neurótica, infantil e completamente incapaz de lidar com toda a falsidade, inveja e desprezo que rola na cidade das ilusões.

Falando sem parar para a câmera, Cherish tenta, sem sucesso, ostentar uma persona segura de si, magnânima e sábia. Mas o espectador só vê uma figura carente de atenção, com medo nos olhos e à beira de um colapso nervoso. Nesse ponto, Lisa Kudrow se revela uma atriz excepcional e capaz de nuances sutis, o que lhe garantiu uma indicação ao Emmy daquela temporada. 

A equipe do reality show também faz parte da série, já que o programa é feito de “imagens brutas” que serão editadas mais tarde. Assim, podemos acompanhar as intervenções da diretora do reality show, que em geral, demonstra arrependimento, pena e constrangimento por estar ali, 24 horas por dia, gravando as constantes humilhações a que Cherish é submetida para trabalhar em uma nova sitcom.


 Como toda atriz ligada em modinhas e querendo desesperadamente parecer moderna, Cherish finge ser adepta de práticas budistas e de Yoga.

Um retrato nada glamuroso de Hollywood e de como atrizes boas (ou não) que passam dos 40 são descartadas e desprezadas, THE COMEBACK só poderia ser uma corajosa produção da HBO. Infelizmente, o público aparentemente não curtiu muito a originalidade, a crueldade e o deboche da série, que só encontra paralelo mesmo em séries britânicas THE OFFICE, EXTRAS e NIGHTY NIGHTY e a série só teve uma temporada.

Ironicamente, no último capítulo da série, Cherish celebra o fato de que seu reality show irá continuar. Uma pena que não continuou na programação real.

A série foi exibida na HBO nacional, mas você pode encontrá-la nos canais alternativos de sempre.



Cena da série.



domingo, 8 de janeiro de 2012

CAPRICHO 1040



AS 7 FASES DO NAMORO VIRTUAL

1 – Você está carente, ninguém te quer, ninguém te ama, você se sente mais por baixo do que uma minhoca, você entra numa sala de bate-papo e encontra outra minhoca... quer dizer, um garoto.

2 – Vocês se identificam em tudo, gostam de música, assistem BBB, mascam chiclete e odeiam bife de fígado.  Quais as chances de conhecer alguém assim na internet? Só pode ser um milagre, o universo finalmente conspira a seu favor.

3 – Vocês trocam e-mails, MSN, scraps no orkut e mensagens no Facebook. O primeiro beijo virtual... Tudo é muito fofo, lindo e maravilhoso. Todo dia ele deixa um depoimento amoroso e você enche a caixa dele com mensagens bregas de amor, mas quem se importa?

4 – Ele te faz uma proposta: fazer sexo virtual.  Você fica na dúvida. Ele diz que vai ser carinhoso e você acaba topando. Tudo é maravilhoso. Vocês trocam juras de amor eterno e combinam que não vão ficar com mais ninguém na vida real.

5 – De repente, ele começa a reclamar que você participa das comunidades “Eu adoro ficar”, “Não vivo sem balada” e “Eu falo errado, e daí?” E ele pede pra você sair dessas e de mais algumas dezenas de comunidades. Ele diz que quer te ajudar a se tornar uma pessoa melhor.

6 – Você reluta mas concorda e sai de um monte de comunidades que você participava ativamente. Sobraram só as comunidades “Eu estudei em colégio de freira” e “Adoro meu pai e minha mãe”.  Vocês decidem trocar seus vídeos favoritos no Youtube e você descobre que nos vídeos favoritos dele tem vário clipes do Jota Quest. Sem falar no monte de vídeos de garotas rebolando para suas webcams ao som de funk.

7 – Ele pergunta o que é que aconteceu e você grava um vídeo-resposta para ele contando como é que ele é de verdade e posta no Youtube. O vídeo é super-acessado e ele não consegue mais nenhuma namorada, nem virtual nem real. E o seu vídeo fica super-popular e a galera pede mais postagens e seu vídeos estão sempre entre os mais acessados e menino para namorar não falta mais.

Jerri Dias acha que namoro virtual é ótimo para não gastar dinheiro com a namorada.


  

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

STAR WARS – Cinematics



Cinematics são aquelas animações 3D que são apresentadas como prólogo ou entreatos de um videogame. A alta qualidade delas rivaliza ou em alguns casos, é superior a de muitos filmes de animação. Os cinematics da saga STAR WARS estão entre os melhores e muitos deles são tão ou mais empolgantes que os próprios filmes.
Pegue a tigela de pipoca, apague a luz e divirta-se.





domingo, 1 de janeiro de 2012

HOMEM MIRANDO À SUDESTE (Hombre Mirando al Sudeste, Argentina, 1986) - Filme



Sinopse

Um homem não-identificado é encontrado dentro de um manicômio público. O psiquiatra encarregado de descobrir quem ele é entra em choque com suas motivações e sua realidade banal quando o homem desconhecido revela uma racionalidade singular e afirma ser um extraterrestre. 

O diretor

Eliseo Subiela é um dos grandes diretores argentinos que realizou seus maiores sucessos de público e crítica nos anos 80 e 90. ÚLTIMAS IMÁGENES DEL NAUFRAGIO (1989) e EL LADO OSCURO DEL CORAZÓN (1992), por exemplo, ganharam juntos, 26 prêmios em festivais nacionais e internacionais. Nos últimos anos Subiela tem se dedicado a filmes e mini-séries para TV, com algumas incursões ao cinema que não tem mais empolgado crítica e público.
 




O filme

Julio (Lorenzo Quinteros) é um psiquiatra desiludido com sua vida e sua profissão em um manicômio público onde os desajustados, dementes e marginais são jogados para viver o resto de suas vidas dopados por um estado e pessoas que não se importam mais com eles. Rantes (Hugo Soto) é um estranho paciente que simplesmente surge no manicômio. Indagado por Julio em como foi parar lá, Rantes afirma ser um extraterrestre em uma missão para estudar a raça humana, em especial sua estupidez.

E por estupidez, Dante se refere ao modo como a humanidade se deixa dominar por leis e códigos morais de ocasião criadas pelos homens e que raramente fazem justiça às necessidades reais do ser humano. Afirmando ser um holograma físico sem capacidade de sentir emoções, Rantes diz fazer o que é lógico: se vê alguém sentindo fome, lhe dá o que comer; se vê alguém triste, ele consola; se alguém necessita de ajuda, ele ajuda.


A irracionalidade do Estado contra a racionalidade da loucura.


Com paralelos óbvios a história de Cristo, inclusive com o próprio Julio identificando-se com Pilatos, Rantes desafia seus interlocutores com uma inteligência e discurso afiado, demonstra poderes “sobrenaturais”, congrega discípulos no manicômio e até mesmo faz amizade com Beatriz (Inês Vernengo), uma alusão a Maria. Cenas onde Rantes é arrastado em uma posição similar a Cristo crucificado e outra onde ele e Beatriz emulam a Pietá de Michelangelo ajudam a compor a identidade messiânica do personagem e a mensagem cristã e humanista do filme.   

Um original – e excepcional – filme de ficção-científica provocador e questionador produzido nos anos 80, HOMEM MIRANDO À SUDESTE recebeu 13 prêmios em festivais importantes na Argentina, Canadá, Espanha e Brasil e rapidamente se tornou um cult-movie que ainda hoje  não foi lançado no país em DVD ou Blu-Ray. Mais um daqueles mistérios das empresas distribuidoras que esquecem que a Argentina faz, proporcionalmente, os melhores filmes da América do Sul.

Em 2001 o filme voltou a ser mencionado pela crítica graças ao filme K-PAX – O CAMINHO DA LUZ, dirigido por Ian Softley e com Kevin Spacey e Jeff Bridges, que contava uma história parecida demais com o filme de Subiela. Diversos críticos americanos apontaram as semelhanças, mas o filme de Softley havia sido baseado no livro K-PAX (1995), de Gene Brewer. Apesar do livro ter sido publicado nove anos após o lançamento do filme de Subiela, Brewer afirmou desconhecer HOMEM MIRANDO À SUDESTE. Apesar de um processo por plágio não ter acontecido, é difícil acreditar na palavra de Brewer depois de ver os dois filmes.