sábado, 29 de outubro de 2011

SOLO EM ÁGUA FERVENTE - Espetáculo

Solo em Água Fervente from Cris Oliveira on Vimeo.



O site CATARSE é um local onde artistas podem expor seus projetos em busca de patrocínio. O apoio para os espetáculos, filmes, shows e peças pode ser dado por qualquer pessoa interessado e o valor minímo (entre R$ 10,00 e R$ 20,00) já garante um ingresso. Valores maiores garantem vários outros benefícios que vcoê pode chcar na própria página dos projetos.

Se você tem um projeto e gostaria de obter financiamento para ele com um mínimo de burocracia, o CATARSE é o lugar para isso.

E para quem for de Porto Alegre e arredores e quiser contribuir e assitir um bom espetáculo de dança, clique aqui para patrocinar o espetáculo SOLO EM ÁGUA FERVENTE.

Ou simplesmente apareça para prestigiar :-)

Sobre o Espetáculo
*

O Caracol de Danças e Cenas vem trabalhando no seu primeiro projeto, chamado Procuram-se Coreógrafos, cujo objetivo é proporcionar espaço para que coreógrafos, e inclusive novos coreógrafos, possam colocar em prática as suas idéias. Em sua primeira edição, o projeto conta com Luciana Hoppe para coreografar Maria Albers. É dessa parceria que vem surgindo o espetáculo Solo Em Água Fervente, que tem estréia marcada para o dia 5 de novembro e permanece em cartaz durante todo o mês de novembro, aos sábados e domingos, totalizando 8 apresentações.

- Dias 5, 6, 12, 13, 19, 20, 26 e 27 de novembro, sempre às 21h –
– na Sala 400 da Usina do Gasômetro, Porto Alegre, RS -

O espetáculo é um solo dançado por Maria Albers, fala do fluxo das emoções no corpo e teve seu processo de criação baseado em princípios do Body-Mind Centering, da Educação Somática e no conceito de vazio positivado, de Robert Dunn.

Para que essa temporada aconteça com maior qualidade e respeito aos profissionais envolvidos é que contamos com o teu apoio! O dinheiro arrecadado será usado para cobrir gastos com material gráfico, cenografia, figurino, além de pagar os cachês das equipes técnica e artística, envolvidas na produção e nas apresentações do espetáculo. A arrecadação mínima para que isso aconteça é de 4.432,00.

Pretende-se que Procuram-se Coreógrafos tenha vida longa e que novas edições aconteçam, contemplando a cada vez um novo coreógrafo, outros bailarinos e que novas propostas coreográficas ganhem vida ao se encontrarem com o Caracol de Danças e Cenas. O Caracol é um espaço ambulante para a arte cênica e por onde ele anda, a arte pode acontecer. Apoiando a realização da temporada de Solo Em Água Fervente tu também colaboras para que o Caracol continue andando!

Aproveite as recompensas e participe!!
Obrigada!


* Texto retirado do site CATARSE.


ENQUANTO ISSO...

Cansada de usar citações falsas de Caio Fernado Abreu, Clarice Lispector e Mário Quintana? Varie seu repertório com a coluna ASSIM CITA A HUMANIDADE!

E como sempre, mais bobagens no Blog do Jerri!

domingo, 23 de outubro de 2011

LET’S DANCE - Versão 20.10



Meu nome é Bonde. Jaime Bonde. Parecido com James Bond, não? Se sou parecido com ele? Bem, mais ou menos. Mas não era sobre isso que queria falar. Queria falar sobre algo que aconteceu comigo há cerca de duas semanas atrás...

Tudo começou quando eu estava em meu quarto escutando o último CD do NX-MEN e faltou luz. Ficou tudo no maior breu. Felizmente eu tinha certa facilidade para enxergar no escuro com a minha lanterninha de bolso. Abri a janela do quarto e só vi trevas. Deduzi que devia ser noite. Olhei para as estrelas. Elas não estavam lá! “Meu Deus,” pensei, “faltou luz no céu também!” Olhei mais uma vez, pensando tratar-se de minha imaginação, mas continuei sem vê-las. O que teria acontecido com as estrelas?

Escutei um trovão distante. É claro, estava nublado. Por isso não vira estrela alguma. Ri de minha estupidez e fui deitar. A chuva começava. Relâmpagos e trovões se seguiram. A chuva virara tempestade e não parecia nada contente. Os trovões ribombavam em assustadora seqüência e os flashes dos relâmpagos não me deixavam pregar o olho. Paranóico como sou, comecei a pensar em 2012 e coisas do tipo. Mas é claro que não era isso. Era algo pior.

O último relâmpago caiu e o derradeiro trovão soou. Um estranho silêncio abateu-se sobre todo o mundo, ou pelo menos, até onde podia escutar. Levantei-me e abri novamente a janela. A chuva havia cessado e as nuvens afastavam-se em busca de melhores salários e adicional noturno. As estrelas voltaram e consegui ver a rua. Repleta de crateras por todos os lados. E não eram culpa da prefeitura.
Eram crateras feitas pelos raios. Dezenas. Mas dentre todas, uma em particular, destacava-se por emanar uma peculiar luz fantasmagórica. E foi dessa cratera que emanava uma peculiar luz fantasmagórica, que ele saiu. Uma figura alta e esguia era tudo o que eu conseguia divisar naquela escuridão. A luz ainda não voltara e nem voltaria. A figura ficou lá, parada na beira da cratera.
Passados alguns minutos, passou a observar o terreno ao seu redor. Foi aí que ela me viu. Um flash explodiu em meus olhos e fiquei momentaneamente cego. Apavorado, consegui fechar minha janela.
Saí tropeçando nos móveis para fazer o mesmo com o resto das entradas. Quando dei a última volta na fechadura, minha visão já estava quase recuperada. Corri para o meu quarto e me tranquei lá.
Sentei na mina cama assustado e vi a porta de meu armário abrir-se e dele sair o David Bowie. O choque de ver um dos ícones da música pop sair de dentro do armário às três da madrugada e o fedor que ele exalava foram demais para mim. Apaguei.

Despertei de um sonho mucho loco apenas para descobrir que ele era uma realidade mais louca ainda. Estava deitado em minha cama. O ar estava empestado pelo odor que David Bowie, sentado ao pé da cama, exalava. Pensei em desmaiar novamente, mas não era sempre que o David Bowie aparecia lá em casa, por isso achei que devia aproveitar. Ele me encarava. Para cortar o silêncio, disse:

— E aí, Dave, como é que vão as vendas do último CD?

Ele pareceu não entender. Me dei conta, então, de que ele era um cidadão de sua majestade e por isso mesmo, não deveria saber o português. Repeti a pergunta em inglês e ele não respondeu. Talvez fosse o meu sotaque. Súbito, me veio à mente de que aquela figura andrógina e fedorenta poderia não ser o verdadeiro David Bowie, mas um clone criado por alguma conspiratória sociedade secreta formada por velhos vestindo ternos Armani. Afinal ele caíra na Terra junto com um relâmpago, não? O Bowie que eu conhecia de clips e reportagens não fazia isso, quer dizer, pelos menos não em público. Tentei novamente:

— Who are you? Where you come from? Where you’re going? Why did you stop? Did you stop for what?

— Ziggy Stardust. De Marte. Para Marte, após dar término a minha missão — respondeu.

Ele falava português. E tinha uma bela voz, poderia até ser cantor. Pensei em agenciá-lo, mas desisti da idéia. Quebrado o gelo, coloquei umas pedras em nossos uísques e começamos a bater um papo amigável sobre a guerra interplanetária que estava ocorrendo entre Marte e Vênus. Fiquei sabendo que a Terra estava bem no meio e que ia sobrar para nós, terráqueos. Dois agentes venusianos estavam em nosso planeta para destruí-lo, pois ele atrapalhava a mira dos venusianos. Com o nosso planeta fora do caminho, eles poderiam acertar Marte mais facilmente. E Ziggy estava aqui para impedir que esse hediondo plano se concretizasse.

— Senão, o que seria de Marte? — comentou.

E eu pensando em teorias conspiratórias de sociedades secretas. Se eu ganhasse um centavo para cada história maluca que imagino... já teria uns 4 centavos.

Bem, como não poderia deixar de ser sempre que a Terra está em perigo, ofereci-me para ajudá-lo em sua busca pelos vilões. Era sábado e eu poderia estar de volta no domingo para assistir o Faustão. Ele aceitou e, visivelmente emocionado, tentou me abraçar. Me esquivei e ele perguntou o motivo. Com muito tato, expliquei-lhe que ele estava fedendo.

— Ah, isso?! Sabe, é que a água de Marte acabou já faz milhões de anos.

Se o problema era esse, então um banho resolveria. Indiquei-lhe o banheiro. Ele entrou e durante duas horas escutei a descarga do vaso funcionando. Devia ter-lhe mostrado o chuveiro. O jeito foi gastar duas latas de desodorante.

O sol nascia. Minha mãe iria acordar logo. Mas antes de sairmos, perguntei como entrar em minha casa com tudo trancado. Sem esperar resposta, arrisquei:

— Teletransporte, não é?!

Ele riu, dizendo que eu assistia filmes de ficção científica demais. Ele simplesmente atravessara a parede. Desculpei-me pela minha ignorância e deixamos a casa. Ele pela parede, eu pela porta.
Lá fora, apontou em direção ao centro da cidade, explicando que um de seus alvos estava lá. “Em minha própria cidade”, pensei.

— É incrível como há coisas ocorrendo à nossa volta e nem nos damos conta disso — filosofei para Ziggy. Ele me olhou com uma cara estranha.

— Vou pegar o carro.

— Por quê?

— Para irmos à cidade — respondi, achando-o estúpido.

— Não será necessário e, além disso, não gosto de pagar os flanelinhas. Vamos a pé.

— Como? — perguntei, indo atrás dele.

— Assim — argumentou, apontando para nossos pés que andavam em direção ao centro.

— Mas vamos levar horas e... e...

Olhei em volta, boquiaberto. Estávamos no centro. Perguntei como havia feito aquilo. Ele me explicou e me ensinou como fazê-lo. Infelizmente acabei esquecendo. Questionei como acharíamos o venusiano. “Procurando”, foi a sua resposta. Fiquei surpreendido com a sabedoria marciana depois dessa.

— Como vamos identificá-lo? — indaguei. — Quero dizer, ele deve ter assumido forma humana, não? É o que todo extraterrestre vivendo na Terra costuma fazer.

— A morfologia venusiana difere em poucos aspectos da dos humanos. Eles são marrons, mas devido a atmosfera da Terra, em alguns anos eles tornam-se brancos como uma folha de papel. Além disso, costumam chamar muita atenção pela sua excentricidade e expressão corporal — respondeu. — Mas, por via das dúvidas, trouxe este rastreador.

O pequeno aparelho sinalizou. O rastreador indicou-nos a direção a seguir, deu-nos o endereço, telefone e ainda comunicou se a entidade procurada estava ou não em sua residência. Embora prodigioso, o rastreador não tinha memória para números telefônicos e nem alarme musical, o que demonstrava o quão primitiva ainda era a tecnologia marciana.

Bem, no caso em questão, o etê estava em casa. Segundo explicou-me o marciano, eles estavam entre nós há muitos anos, pois as bombas tinham de ser construídas aqui, já que eram grandes demais para serem transportadas sem chamar a atenção da alfândega interplanetária. O último carregamento de peças havia chegado e eles estavam, finalmente, a um passo de acionar a bomba.

Chegamos ao apê da criatura. Ziggy atravessou a porta, deixando-me do lado de fora. Escutei gritos familiares, passos de dança e outro grito, desta vez não tão familiar. Em seguida, Stardust atravessava a porta dizendo que agora era só desmontar a bomba que estava em um galpão nos arredores da cidade. Chegamos lá “caminhando”. Desta vez Ziggy foi educado e abriu a porta para mim. A coisa era enorme. Parecia uma garrafa de refrigerante sem a marca. Perguntei como ele iria desmontar aquela monstruosidade. Ele disse para ficar olhando. Fiquei. Ele ajoelhou-se na base da garrafa, digo, da bomba e tirou uma pecinha. Colocou-a em seu cinto, caminhou tensa e lentamente em minha direção e berrou apavorado:

— CORRE!!

Saí correndo enquanto escutava aquela coisa atrás de nós ranger e desabar por todo o galpão, lançando pó e pedaços de metais desconhecidos.

— Agora, vamos até o lugar chamado Neverland acabar com a que falta — disse Ziggy, ajudando-me a levantar.

Então a Terra do Nunca existia. Quem seria o venusiano? Peter Pan ou o Capitão Gancho?
Como fomos “caminhando”, tivemos tempo para uma breve conversa. Quis saber como ninguém parecia reparar nele, sendo ele tão parecido com o David Bowie. Explicou-me que usava um traje de camuflagem com tecnologia SVPMV, o manjadíssimo Só Você Pode Me Ver. Fiquei embasbacado com a criatividade e originalidade dos homens de Marte. Questionei também a respeito do primeiro venusiano, o que havia acontecido dentro do apartamento. Stardust respondeu-me evasivamente.
Nisso, chegamos ao nosso destino, que estava longe de parecer a ilha que pensei que seria. Estávamos parados em frente ao portão de uma gigantesca mansão. Ziggy apertou o interfone. Uma voz eletrônica falou:

— Quem é?

— Diga ao seu mestre que a grama de Marte é sempre mais vermelha! — respondeu-lhe Ziggy, enigmático.

— Aguarde um momento.

Não esperamos. Ziggy atravessou o portão e abriu-o para mim. Na entrada da grande mansão, um grandalhão de óculos escuros segurando um dobermann pela coleira nos aguardava. Deduzi que já deviam estar a nossa espera. O homem conduziu-nos por longos e intermináveis corredores. Quando eu já começava a achar que ele pretendia nos matar de cansaço, parou em frente a uma grande porta.
Abriu-a, revelando-nos um enorme salão. Lá dentro, a garrafa, digo a bomba e Michael Jackson, digo, o venusiano. Michael Jackson era o venusiano! E ele não estava morto! O que eu já suspeitava, diga-se de passagem. Os dois seres extra-planetários trocaram olhares. Eu não troquei, só olhei. O silêncio dominou o ambiente silenciosamente.




— É o fim da linha, Billie Jean — sentenciou Stardust, fazendo o silêncio abandonar o local.

— Não, não é! — discordou o venusiano, soltando um gritinho, girando 360º na ponta dos pés e desaparecendo no ar.

— Ele ficou invisível! É o velho truque Ninguém Pode Me Ver, Nem Você. Tome cuidado! —
alertou-me o marciano.

O aviso veio um pouco tarde, pois senti meu estômago ir de encontro à minha espinha com o que acho que deve ter sido um chute. Caído, vi Ziggy retirar um pequeno disco de seu cinto e jogá-lo em direção ao interruptor da luz, explodindo-o. A luz se fora, porém, dois focos de luz resistiam às trevas. Era onde Billie Jean estava! O local em que pisava ficava iluminado, apesar de sua invisibilidade. Ziggy gritou “Let’s Dance” e saltou em cima do inimigo, que parecia dançar frenéticamente, conforme pude notar pelos focos luminosos no chão. Não demorou muito e escutei um AH! típico de quem foi mortalmente ferido.

— AH! Fui mortalmente ferido, mas vou acionar a bomba... antes de... ah... morrer... CLIC!

— Lá se vai o meu domingo... — disse, desanimado com a perspectiva de perder o Faustão.

— Rápido, Bonde, aqui! — falou Ziggy, olhando-me com seus olhos luminosos.

Apontou-os em direção a um painel que havia em um dos lados da bomba, iluminando-o. A grande garrafa de refrigerante iria detonar em trinta minutos segundo os mostradores. Durante vinte e nove minutos tentamos desligá-la sem êxito. Foi então que vi um pequeno aviso em letras miúdas que dizia: Para desligar, aperte o botão azul paralelo à direita do botão amarelo tranversal ao botão preto abaixo do botão vermelho à esquerda do botão rosa pink. Como só havia um botão azul, deduzi que aquela longa e confusa sentença não passava de uma artimanha venusiana para nos atrasar. Desliguei a bomba no último segundo. Até parece mentira. Ziggy cumprimentou-me pela minha sagacidade.
Eu, um mero terráqueo tupininquim, acabara de salvar dois mundos.

Depois de desmontada a bomba, saímos em direção ao pátio da mansão, onde uma nave aguardava Ziggy. Nos despedimos com um terno abraço. Dise a Ziggy que o desodorante dele já estava vencido e ele colocou o dedo indicador na minha testa e disse:

— Seja bonzinho — e saiu rindo.

Fiquei observando a nave ascender aos céus. Chorava. A platéia do filme também. Me dei conta, então, de que estava na terra do tio Sam sem visto de permanência, o que era muito legal, já que eles nunca me dariam um mesmo.

No fim das contas acabei arranjando um emprego numa lanchonete brasileira e já estava começando a gostar do programa da Oprah quando o Departamento de Imigração deu uma batida e me deportou de volta para o Brasil.


FIM


Nota do Autor: Os fatos aqui narrados não ocorreram em nossa dimensão, mas sim em outra, paralela à nossa. Essa narrativa foi adquirida quando fiz uma viagem interdimensional com José Sarney. Uma outra hora eu conto como é que foi...

Outubro, 1989


Sobre o conto


Este conto escrevi para um concurso da Rádio Cidade e BSA Informática, que estavam patrocinando um Concurso de Contos Fantásticos por conta do filme AS AVENTURAS DO BARÃO DE MUNCHAUSEN, de Terry Gilliam. O prêmio era um computador, um curso de informática e o conto lido na rádio por um dos locutores. Em 1989 não existia o Windows e um PC era luxo para poucos. Decidido a ganhar, fiz um conto fantástico de humor, pois afinal, todo mundo gosta de rir. E como era para uma rádio, decidi colocar dois ícones do rock/pop mundial para ganhar a simpatia dos jurados da rádio. Deu certo e foi meu primeiro reconhecimento como escritor, que mesmo não sendo um grande prêmio, me encheu de esperanças de que eu realmente tinha algum talento para a coisa ;-)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ALMAS GÊMEAS (Heavenly Creatures, 1994) - Trailer




Esse filme lançou o diretor neozeolandês Peter Jackson para o mundo. Kate Winslet também se tornou tão famosa quanto o diretor, mas para quem acompanha a série TWO AND A HALF MEN, você também vai poder ver Rose (Melanie Linskey), dividindo a cena com Winslet.
Baseado na história real de duas adolescentes usando o diário de uma delas, o filme retrata a sociedade autoritária e machista dos anos 50, que negava o direito à felicidade das pessoas baseado em idéias arcaicas e no medo da sexualidade. Uma pequena obra-prima de amizade e suspense (e com um pé no fantástico) sobre como a sociedade acaba com os corações, mentes e vidas das pessoas.
Nas locadoras.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CAPRICHO 1031

Clique para ampliar.


DICIONÁRIO DA ADOLESCÊNCIA SEM PÉ NEM CABEÇA – Vol. IV


Amasso. 1. Ato de amassar alguém num canto da balada até você ver o seu namorado chegar com os amigos.

Barriga. 1. Local onde se localiza o estômago. 2. Local onde se localiza tudo aquilo que você andou comendo mos últimos meses e que parece que ainda está lá.

Brasil. 1. Maior país da América Latina. 2. Maior corrupção da América Latina. 3. Maior piada da América Latina. .

Cabelo. 1. Para os meninos: conjunto de pêlos no topo da cabeça. 2.Para as meninas: murcho, seco, armado, sem volume, despenteado, seboso, arrepiado, franja que não pára.

Celebridade. 1. Pessoa famosa por não fazer nada de especial além de expor sua vida para milhões de pessoas em programas de TV, armar barraco em baladas chiques, dormir com políticos corruptos, etc.

Chocolate. 1. Doce a base de cacau e principal motivo do fim de dietas.

Estilo. 1. Conceito que justifica seu péssimo gosto para roupas e acessórios.

Felicidade. 1. Andar de mãos dadas com o novo namorado. 2. O ex-namorado te ver com o novo namorado.

Paris Hilton. 1. Celebridade barraqueira herdeira dos Hotéis Hilton, que por sinal, tem um hotel em Paris.

Roqueiro(a). 1. Garoto rebelde que monta uma banda para pegar garotas. 2. Garota rebelde que monta uma banda para pegar outras garotas.

Sapato. 1. Objeto de adoração e consumo desenfreado. 2. Calçado lindo que cobre o pé, mesmo que não cubra quase nada, seja apertado demais e te deixe cheia de bolhas no fim da noite.


Jerri Dias é uma enciclopédia ambulante.



ENQUANTO ISSO...

Agora que vale tudo no Rock in Rio, conheça as 10 grandes atrações que vão bombar no RIR 2012!

E como sempre, tem post novo no Blog do Jerri!



terça-feira, 4 de outubro de 2011

POR UM BRASIL MENOS INTOLERANTE - Crônica

Rafinha Bastos, o Cristo da semana. E ele também é judeu...


Amigos e leitores sabem muito bem que abomino uma polêmica ;-) , mas depois de ler matérias da mídia e muita gente no Facebook e Twitter demonizando o Rafinha Bastos do CQC, resolvi dar minha opinião de paquito sobre esse “escândalo” da sociedade brasileira...

Bom, em primeiro lugar, tem o lance da democracia e liberdade de expressão, mas não vou falar disso aqui, porque o André Forastieri disse tudo o que eu queria dizer no link abaixo:

ANDRÉ FORASTIERI


Então aqui vou me concentrar na figura/persona do Rafinha. Não conheço ele pessoalmente, não sei como ele é na vida real, mas sei que ele é humorista e 99% dos humoristas que eu conheço tem uma visão crítica das pessoas e da sociedade e o Rafinha sempre me pareceu ter isso com seu jeito de velho rabugento de reclamar das coisas.

Como a maioria de nós, conheci o Rafinha no CQC. E o que mais me chamou a atenção no programa, foi o fato dele ter toques do antigo OLHAR ELETRÔNICO, no que diz respeito a acuar políticos para debochar ou simplesmente perguntar aquilo que todo jornalista quer mas que nunca perguntam para manter uma fachada respeitável que na verdade só desrespeita o espectador em casa.

Além de invadir o Congresso, O CQC tinha o PROTESTE JÁ, onde o Rafinha visitava cidades para mostrar o desleixo de prefeituras e secretarias em realção às necessidades do povo. Geralmente Rafinha desmascarava a “burrocracia” e a incompetência dos políticos e funcionários públicos e em muitos casos, conseguia melhorias para a população local. Ou pelo menos alertava o povo do perigo de votar novamente em determinado político. Apesar de fazer isso em nome de um programa e recebendo um salário por isso, Rafinha foi um agente de mudanças positivas e reais na vida de muitas pessoas que não tinham voz ou importância suficiente para serem ouvidas pelas autoridades.

Da mesma forma, Rafinha é pago pra fazer piadas durante o resto do programa. E como humorista que é, ele muitas vezes improvisa sobre o texto que recebe da redação. Seu humor ácido, rabugento e grosseiro se tornou sua marca registrada, assim como o de Marco Luque, que faz o bobo alegre e Tass que fica no papel de mentor inteligente e bem humorado dos dois. Ou seja, cada um foi selecionado para sentar naquela mesa exatamente por seu tipo específico de humor.

Tem quem não goste disso ou daquilo e tudo bem, eu mesmo parei de ver CQC há mais de um ano porque não agüentei mais esperar meus quadros favoritos no meio de tanta perseguição à celebridades nulas e jogadores de futebol que não tem nada para dizer.

Agora, Rafinha fala uma piada grosseira qualquer e de repente crucificam ele, afastam do trabalho e o cara começa a receber milhões de xingamentos de todo o Brasil pelo Twitter, Facebook e outros sites. A grande maioria dos xingamentos não é real na verdade, pois a maioria é simplesmente histeria coletiva, um bando de “Maria-vai-com-as-outras” que quando vêem alguém ser chutado num linchamento, vão lá e chutam também, sem nem saber direito o que está acontecendo.



E eu me pergunto: que mal tão grande essa piadinha infame dele realmente fez? E ela automaticamente cancelou todas as coisas realmente legais que ele já fez?

Me parece que quem tem que sentir ofendido de verdade é só a Wanessa e o marido dela e sinceramente, eu duvido que qualquer um dos dois tenha perdido a fome, o sono, o apetite ou mesmo seu programa de TV preferido por causa disso. Isso está muito longe de ser perseguição da parte dele e até onde sei, o Rafinha não é racista, não é estuprador e nem pedófilo e tenho certeza que ele tem nojo desse tipo de gente como qualquer ser humano razoável tem. Quando Rafinha falou que “comia ela e o bebê” ele fez questão de deixar a piada nonsense o suficiente para todos perceberem a grande bobagem que ele estava dizendo, pois acho que nem o mais louco pedófilo pensaria em ter relações sexuais com um feto. Mas não adiantou. Apesar dele mesmo se autoridicularizar e xingar a si próprio constantemente para mostrar que é tudo uma piada, também não adiantou. Algumas pessoas acham que certas coisas não podem ser faladas nem como piada. Sinceramente, já li centenas de piadas contendo racismo, estupro, pedofilia, xenofobia, homofobia e todo tipo de atividade humana psicologicamente doentia e geralmente acho graça da maioria, pois são só piadas, qualquer pessoa racional percebe que não são manifestos ou elogios a favor dessas atitudes. E recebo esse tipo de piada a todo momento no meu e-mail, as vejo em sites, bem, você sabe do que eu estou falando, porque você também já deve ter lido e recebido muitas piadas do tipo.

E isso me lembra aquele bando de gente na Bíblia com pedra pra jogar na prostituta... Como se ninguém nunca tivesse feito uma piada com o intuito de fazer rir e de repente se deparou com uma pessoa ofendida. Já aconteceu e acontece o tempo todo comigo quando sou mal entendido nas minhas colunas de humor na revista CAPRICHO.

Em tempo, O papel do bobo da corte era sempre entreter e provocar a realeza e ele era o único que podia falar as coisas que ninguém mais podia. Pelo menos até a hora em que algum nobre acordasse de maus bofes, se ofendesse por uma besteira qualquer e mandasse cortar a cabeça do bobo, como agora estão fazendo com o Rafinha.

Esse assunto nunca viraria pauta de mídia se vívessemos numa sociedade verdadeiramente democrática e sã, no máximo seria discussão de boteco. Que tal a gente começar a dar a devida proporção aos fatos?

E agora chega, que como disse um amigo do Facebook “enquanto aqui no Brasil se discute se piada é piada” tem gente no mundo inteiro protestando e tomando porrada porque quer mudanças econômicas e sociais de verdade.

AQUI!