O Monstro a persegue. Ela grita por seus familiares e amigos. Mas não há ninguém por perto. E mesmo se estivessem lá, eles nada poderiam fazer por ela. Ela inspira e mergulha tentando fugir de seu perseguidor. Súbito ela escuta o som de uma criança em perigo. Ela olha para cima e para os lados e nada vê. Grita para tranquilizar a criança, mas ela continua gritando. Ela não resiste e corre em socorro da criança. Ela continua sem enxergá-la e sabe que está perto demais do monstro. Ela aflora a superfície e tarde demais percebe que o grito da criança vem do Monstro. Ele a enganara e seu ferrão agora lhe rasgava a carne. Ainda assim ela tenta escapar mas uma dor que ela jamais imaginou existir tira suas forças. O sangue que subia por sua garganta era o mesmo que entrava em seus pulmões. E embora não pudesse ver, ela sabia que onde antes havia a carne lacerada pelo ferrão, agora havia uma ferida que tempo algum poderia curar. Era o fim. Seu último lamento foi para avisar seus semelhantes que o Monstro a havia assassinado.
O navio recolhe a baleia, os homens a retalham rapidamente e em questão de poucas horas a carne, a gordura, o óleo e o âmbar estão embalados e o convés limpo para a próxima operação. E o capitão fica feliz pela companhia ter comprado aquela gravação de filhote de baleia.
Fevereiro, 2002
Nenhum comentário:
Postar um comentário