Parte central do poster encartado nesta edição de luxo.
Clique nas imagens para ampliar e adimirar as belíssimas pinturas de Ross.
Clique nas imagens para ampliar e adimirar as belíssimas pinturas de Ross.
Este álbum de luxo de 400 páginas em tamanho gigante é uma coletânea em capa dura das graphic novels lançadas originalmente separadas para as bancas de revistas entre os anos de 1998 e 2003 e contendo as histórias escritas por Paul Dini e ilustradas por Alex Ross.
Os Autores
Paul Dini foi produtor e escritor de vários episódios das versões animadas modernas para TV de Batman, Superman e Liga da Justiça. Com roteiros divertidos e muitas vezes mais maduros e inteligentes do que os próprios quadrinhos nos quais se inspirava, Dini produziu e escreveu animações de super-heróis para crianças que um adulto poderia assistir e apreciar sem ficar constrangido.
Alex Ross é considerado um dos maiores ilustradores de super-heróis desde que estourou em 1994 com MARVELS, uma mini-série recontando parte da história do universo MARVEL, onde suas ilustrações realistas e influenciadas por grandes pintores levaram os leitores ao delírio.
A Coletânea
Apresentando e tentando colocar os maiores super-heróis da DC COMICS em situações mais realistas, pé-no-chão e com viés político, a coletânea contém as seguintes histórias:
SUPERMAN: PAZ NA TERRA
Nesta bela, porém ingênua história, Superman, em uma noite de Natal, finalmente se dá conta, depois de anos e anos salvando gatinhos de árvores e o mundo de invasões alienígenas, que existem problemas como a FOME, que mata milhões por ano ao redor do mundo.
Bem, de qualquer forma, a questão aqui não é criticar o Homem de Aço em si, pois apesar de tudo, ele é apenas um personagem de papel que por força da cultura popular, acabou tornando-se o expoente máximo do super-herói e um mito moderno.
E como personagem de uma editora que já o jogou na mão de centenas de roteiristas, Kal-El já passou pelas mais absurdas situações, assim como pelas mais emocionantes e criativas.
PAZ NA TERRA é uma tentativa interessante de mostrar como o maior de todos os super-heróis poderia confrontar um problema real e que não pode ser resolvido com mera violência.
Vale lembrar que o universo dos super-heróis em geral, apesar de ter eventos históricos e problemas similares ao universo real, sua violência e tragédias nunca são tão cruéis ou abrangentes quanto no nosso. É um universo onde os pobres não são tão pobres, onde muitos se ferem, mas poucos realmente morrem, onde as pessoas são menos cínicas e tem mais fé no homem e no próximo. Ou seja, um mundo quase ideal.
Quase uma super versão de Lula, Superman, decide então, criar sua própria campanha FOME ZERO ao redor do mundo, levando todo o excedente agrícola produzido nos EUA para o resto do mundo durante 24 horas. É um gesto simbólico que visa chamar atenção do resto do mundo para a fome e tentar fazer com que os países passem a contribuir sempre.
Dini tenta diluir a ingenuidade de sua história com manchetes da mídia chamando Superman de “Estrangeiro Desorientado”, mas na cena em que Superman traz comida para uma favela no Rio de Janeiro, Dini demonstra que não fez seu trabalho de casa, colocando o herói levando comida para meninos de rua em uma área onde o problema não são realmente crianças famintas, mas sim crianças portando fuzis e armas de todo tipo e servindo o narcotráfico. Superman passa pela favela e não vê nada disso. E ninguém precisa de super-visão para perceber isso. Se tivesse visitado o sertão nordestino, a comida seria mais bem aproveitada.
Mas logo Dini começa a acertar levando Superman para regiões em conflito nos balcãs, campos de refugiados na África e países dominados por ditadores.
Novamente colocado em uma situação onde poderia mudar realmente o rumo das coisas, Superman nada faz, evidenciando seu papel como símbolo de bondade e justiça e nada mais.
Se Dini criou essas situações de forma consciente, sabendo que Superman nada pode fazer, enquanto mero símbolo, perante crimes reais contra a humanidade, ele é um gênio.
BATMAN: GUERRA AO CRIME
Batman sempre foi o melhor herói da DC COMICS. É o mais respietado e temido por todos e ainda assim, não possui poder algum. Mas seu caráter depressivo e vingativo fizeram dele o mais realista e humano dos super-heróis na visão de vários roteiristas.
Nesta graphic novel, Batman se vê as voltas com bandidos comuns: assaltantes de lojas, traficantes e criminosos de colarinho-branco.
Ao presenciar um jovem se tornar órfão como ele próprio se tornara e cuja tragédia o levou a se tornar o Batman, o Cavaleiro das Trevas decide encampar uma verdadeira guerra em um bairro pobre de Gotham City, onde ele descobre, que lá, como aqui, as crianças também são cooptadas para trabalhar no tráfico de drogas.
E na sua vida civil, Bruce Wayne, decide também passar a investir parte de sua fortuna em obras que tragam mais educação e empregos para o bairro.
Mais um conto moral, a idéia de Dini é querer mostrar ao leitor comum que quem faz a diferença no mundo são as pessoas comuns e não heróis fantasiados.
Batman, apesar de salvar vidas e prender malfeitores, não passa de um super-policial honesto, competente e eficaz.
E nada mais.
SHAZAM: O PODER DA ESPERANÇA
Capitão Marvel foi criado como uma cópia do próprio Superman nos anos 40 e após algumas disputas judiciais acabou indo parar na editora do último.
Sua origem, entretanto, é sobrenatural: o adolescente Billy Batson é agraciado com os poderes dos desuses gregos ao dizer a palavra mágica SHAZAM, transformando-se no mortal mais poderoso da Terra.
O roteiro de Dini avança um pouco mais na vida do órfão Billy Batson, que apesar de virar um adulto super-poderoso, é um menor de idade que tem que se virar em um mundo de adultos e enfrenta alguns problemas práticos de um adolescente que vive sozinho.
Aproveitando justamente essa situação, Dini coloca Marvel em contato com um grupo de crianças em um hospital.
Por ser uma criança em corpo de adulto, Marvel sempre foi o herói mais ingênuo e infantil da DC COMICS e por isso, a editora nunca soube direito o que fazer com ele, visto que a maioria do super-heróis, desde os anos 80, tem migrado para um lado mais realista e sombrio.
Mas nas mãos de um bom roteirista como Dini, Marvel é usado como um super-herói que pode intervir no mundo infantil porque ele, em essência, também é uma criança. Mas no mundo infantil de Dini, a violência doméstica e o câncer são mais vilões que Marvel deve combater ou aceitar.
E como Billy Batson, ele pode continuar órfão, mas isso não quer dizer necessariamente sozinho.
MULHER-MARAVILHA: O ESPÍRITO DA VERDADE
A feminista e libertária Mulher-Maravilha exibe seu escultural corpo de deusa grega para muçulmanas não tão feministas assim.
A Mulher-Maravilha é a super-feminista por excelência. Criada pelo psicólogo William Moulton Marston, ele a idealizou para ser um modelo para jovens meninas e para divulgar a igualdade dos gêneros.
Inspirada pelas amazonas dos mitos gregos, a Mulher-Maravilha é enviada pelas irmãs guerreiras ao mundo dos homens para ser embaixadora da paz, justiça e amor.
Mas como todo super-herói, a princesa Diana acaba fazendo de sua vida uma luta sem fim contra super-vilões e vilãs, e raramente tem tempo para cumprir com seu objetivo incial.
Nesta história, Diana realmente tenta realizar seu trabalho como embaixadora, tentando trazer paz e resolver conflitos em países politicamente instáveis.
E em termos políticos, esta é a melhor história desta coletânea, pois a cena em que a super-heroína feminista vestindo as cores da bandeira americana é apedrejada por muçulmanas por causa de seus trajes sumários é um achado ideológico e visual.
Diante deste e de outros momentos constrangedores por causa de sua roupa e super-poderes diante das pessoas comuns e principalmente do medo dos homens diante de mulheres poderosas demais, Dini coloca a Mulher-Maravilha disfarçada em diversos papéis femininos em atividades políticas, onde ela pode exercer seus poderes de forma discreta, invisível e eficaz.
Como sempre foi o trabalho das mulheres.
LJA: ORIGENS SECRETAS
Esta graphic novel é mais uma introdução a uma aventura do que qualquer outra coisa. Um breve prólogo e epílogo servem apenas de elo para uma apresentação em painéis de duas páginas contando a origem dos principais heróis da DC COMICS.
Vale mais pelas bela síntese ilustrada do que pelo texto.
Ah, e LJA é abreviação para LIGA DA JUSTIÇA DA AMÉRICA
LJA: LIBERDADE E JUSTIÇA
Nesta aventura, a Liga da Justiça enfrenta um vilão extraterrestre que não busca dominar ou destruir o mundo.
O vilão? Um simples vírus.
Iniciado em uma região da África tropical, o vírus tende a se espalhar rapidamente pelo ar e as nações vizinhas em pânico, tentam esterilizar a região com mísseis, sem se importar com as pessoas que vivem lá.
O vírus paralisa as pessoas imediatamente e as mata aos poucos
Uma metáfora suave da AIDS em seu primórdios, quando todos tinham medo de ser infectados e se falava mesmo em campos de concentração para aidéticos.
Os heróis são novamente colocados em uma situação adversa, onde tem que atuar como espiões, guarda da paz, cientistas e médicos, na tentativa de coibir o pânico e criar uma vacina para o vírus.
O Lanterna Verde da Era de Prata dos quadrinhos é um dos vários heróis que desfilam nesta aventura.
Aguarde o filme no ano que vem.
Aguarde o filme no ano que vem.
O roteiro vai um pouco mais além disso e ainda tenta discutir o papel dos super-heróis no mundo real.
Nada profundo ou tão realista como WATCHMEN ou MIRACLEMAN, mas ainda assim uma tentativa válida.
Considerações Finais
OS MAIORES SUPER-HERÓIS DO MUNDO é uma obra que todo amante de quadrinhos e super-heróis deveria ler, não só por ser mais uma (boa) tentativa de colocar super-heróis em situações mais humanas, como também pela esplendorosa arte de Alex Ross, que com sua visão única, retrata eles como verdadeiros deuses modernos, tão nobres quanto divinos, e como exemplos a serem seguidosa nesse nosso mundo cada vez mais cínico e carente de respeito e altruísmo.
"As coisas acontecem no mundo por causa dos esforços de dedicadas e corajosas pessoas cujos nomes ninguém conhece. E que vão desaparecer da História."
Noam Chomsky
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Usado
Boa leitura.
PRIMEIRONAAAAA! aloka (:
ResponderExcluirOii, estava com saudades do seu blog.
ResponderExcluirAdorei as imagens e comentários e amei os links para download.
Beijos!
Nossa! Boa parte da minha infância tudo isso aqui. Se bem que são mais desenhos de meninos hein? e mais antigos! haha (6)
ResponderExcluirNa infância eu adorava o Batman. Aí cresci e descobri que ele era só um rato com asas... ou melhor: um homem com asas (o que é bem pior)! hehe :) A propósito Jerri, você já percebeu que os seios da Mulher Maravilha parecem dois projéteis à ponto de bala? HAHAHA Adorei (como sempre)! :*
Hmm, me fez lembrar que nunca gostei de super-heróis. Acho que vou mencionar isso na próxima sessão de terapia.
ResponderExcluirJá baixei!Esse e mais uns que eu consegui lembrar lá da Cultura... HAHAH Agora, só tenho que conseguir tempo pra ler!
ResponderExcluirAh, adorei te conhecer! (:
Beijo,
K.
D+, Acho o Alex Ross um dos melhores desenhistas desde o início da Marvel.
ResponderExcluirMAIOR DA HORA ESSES DESENHOS O LANTERNA DE MAIS DIGNO DE UMA PINTURA DE PICASSO...
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