ALEXANDRE SCAPINI - Entrevista

O homem, o ator, a lenda...

Esta entrevista inaugura uma nova seção aqui no blog, onde vou entrevistar atores, escritores, músicos, cineastas, quadrinistas e jornalistas que não são tão famosos (ainda), mas que estão por aí fazendo um bom trabalho e que se vivessem num país de verdade, certamente já seriam bem conhecidos pelo seu trabalho.

Alexandre Scapini é um ator porto-alegrense extremamente versátil que, se você acompanha esse blog, deve conhecê-lo da minissérie PÉ NA PORTA, onde ele fez o hilário ator pornô Tochinha Camargo. Mas Alexandre também é conhecido nos palcos gaúchos, onde já fez inúmeras peças e criou a engraçadíssima personagem Eneida, que também nos dá a honra de uma entrevista. Ao fim da entrevista tem um vídeo de rachar o bico da Eneida concorrendo a um cargo de deputada e o link para o blog do Alexandre, onde você pode assistir vários outros vídeos dele.

Mas vamos ao moço...

JD - Qual a sua formação? Você estudou ou foi na raça?

AS - Estudei e fui na raça, uheuheue. Descobri o teatro sozinho. Quando criança fui uma vez ao teatro com o colégio.Aos quinze anos comecei a ir em todas as peças gratuitas que apareciam. Já tinha vontade de começar a fazer, mas a maldita timidez impedia. Aos dezoito me inscrevi num curso e fui. Depois veio a Descentralização da Cultura, onde aprendi muito por 3 anos. Daí fui pro DAD (Departamento de Artes Dramáticas da UFRGS) e no ano seguinte já tava estreando a minha primeira peça profissional.

JD - Quando você percebeu que queria ser ator? Foi ainda na adolescência ou foi um lance mais tardio, tipo “Puxa, tenho que fazer alguma coisa da minha vida!”?

AS - Desde criança eu dizia que ia ser ator de novelas. Achava que não poderia ser porque tinha os dentes amarelados, hahaahahaha. Meu irmão dizia que eu seria "atormentado". Acertou. Depois do segundo grau decidi que ia fazer vestibular e seguir essa vida, ir atrás dos meus sonhos. Pior é que eu sabia o buraco onde tava me metendo, porque é nadar contra a correnteza e matar um, dois, três leões por dia...

JD - Quais foram os trabalhos que você acha que te fizeram crescer como profissional? E a Eneida?

AS - Como eu sempre tive facilidade com personagens cômicos e adoro fazer, sempre lembro do espetáculo O Canto do Cisne (clique para ver o vídeo), do Tcheckov, dirigido pela Patricia Unyl, onde eu tive que me virar do avesso pra fazer o personagem mais denso que já fiz até hoje, até porque o texto é um questionamento porrada sobre a condição do ator, um soco no estômago forte demais. A Eneida foi surgindo aos poucos, na brincadeira, e acabou virando um baita objeto e instrumento de trabalho e pesquisa pra mim, se tornando até o tema central do meu TCC, onde eu investigo a idéia do personagem-vivo. Adoro essa véia!

JD - Muitos artistas citam influências que nem sempre são da mesma área. Você tem alguns que te influenciaram ou influenciam na tua carreira?

AS - Acabo sempre sendo influenciado, principalmente nos personagens, por tudo o que vejo nas ruas, "nas filas, nas vilas, favelas". Os personagens reais me atraem demais e eu acho que o teatro se alimenta é principalmente disso.

JD - Que dicas você pode dar para quem quer iniciar na dura labuta de ser ator/atriz?

AS - Só uma dica: FORÇA NA PERUCA!


ENEIDA - Entrevista

O que se pode dizer sobre a Eneida? Nada, pois ela não gosta que falem dela, então, vamos deixá-la com a palavra...

JD - Fale um pouco de sua vida e obra...

E - Coisa bem boa! Recordar é viver, né?Eu nasci em Porto Alegre e fui pro Rio muito moça, fazer tablado. Lá eu conheci a Henriqueta Brieba, minha grande amiga esses anos todos, daí pra TV Excelsior foi um pulo. Nós fizemos dezenas de novelas, e cosa e tal. Mas a imprensa marrom destruiu a minha carreira e eu precisei retornar ao sul, e desde então tento retomar a minha carreira com força total, sempre com muito amor pelos meus fãs.

JD - Como você se tornou esta celebridade pós-moderna que é apresentadora, cover da Madonna, deputada e acrobata do Cirque de Soleil?

E - Coisa bem boa o teatro, né? Te possibilita essa magia, essa intervenção, essa alegria de viver. Isso é teatro! A vida é um teatro! E acima de tudo Teatro é vida!

JD - Você tem família, filhos, netos, bisnetos?

E - A Jessica, minha filha. Coisa mais amada da mãe, mas me dá muita incomodação. Agora é esses orkut. O dia inteiro nessa internet. E é scrapt pra lá e pra cá, é videozinho no tal de Tube. Eu não sei mais o que fazer.

JD - Porque você quis entrar para a política?

E - Eu acredito num mundo melhor, cheio de magia e emoção. Essas questões me comovem a agir em prol de um Brasil mais justo, né? Em 2011 voltarei a ser candidata! Falei! Em primeira mão pro teu blog lancei a minha candidatura!

JD - De onde você tira toda essa vontade de viver a vida como ela é?

E - A vida é isso, essa alegria, esse viver, essa caminhada cheia de amor, de interação. Eu me sinto viva! Me sinto mulher! Isso é que me faz viver, me faz amar!

JD - Alguma mensagem final para seus fãs e para aqueles que querem te ver morta e enterrada?

E - Pros meus fãs o meu beijo gostoso e cheio de carinho! Pros que me odeiam...esses eu vou cagar a pau de uma maneira...

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